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História, títulos e tradição: Há 121 anos era fundado o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense

Veja curiosidades sobre a história centenária do primeiro clube gaúcho a conquistar o mundo

Publicado em: 15/09/2024 às 07h:15 Última atualização: 15/09/2024 às 19h:28
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Nesse mesmo 15 de setembro, em 1903, era fundado o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Em 121 anos de história, o Tricolor construiu uma trajetória vitoriosa, com títulos e momentos inesquecíveis acompanhado de uma torcida que está com o clube, onde ele estiver.

Estádio Olímpico não recebe uma partida do Tricolor desde 2013 | abc+



Estádio Olímpico não recebe uma partida do Tricolor desde 2013

Foto: Divulgação/Grêmio

O Grêmio nasceu a partir da paixão de Cândido Dias da Silva (1880 – 1917) pelo esporte. Segundo o site oficial do clube, no dia 7 de setembro de 1903, o paulista que morava e trabalhava em Porto Alegre no início do século passado, foi assistir a uma partida do Sport Clube Rio Grande. Ele levou consigo, despretensiosamente, uma bola de futebol que acabou sendo emprestada aos membros da equipe riograndense após a bola da partida ser furada.

A aproximação com os ingleses que faziam parte do clube de Rio de Grande o proporcionou conhecimento sobre as regras e o funcionamento de uma agremiação daquele tipo. Com isso, pouco mais de uma semana depois, no dia 15, ele e outros 31 homens se juntaram no Salão Grau, restaurante de um hotel da Rua 15 de Novembro, atual rua José Montaury, e fundaram esse clube tão vitorioso, sob a liderança do primeiro presidente Carlos Luiz Böhrer.

Com o Grêmio, onde o Grêmio estiver

Assim como conta a letra do hino O Craque Imortal, composto por Lupicínio Rodrigues, a torcida tricolor é conhecida por ir aonde o time estiver. Recentemente, por conta da enchente que assolou o Rio Grande do Sul em maio e afetou a Arena do Grêmio, o clube precisou mandar seus jogos pelo Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores longe da capital gaúcha. 

Durante quatro meses, a torcida não abandonou o clube pelos cinco estádios que passou, inclusive em outros estados, como Paraná e Santa Catarina. Entre esses milhares de apaixonados pelo Grêmio está a relações públicas Evelyn Haag, de 26 anos. 

“Nunca foi um opção não ter o Grêmio na minha vida”, afirma. A moradora de Novo Hamburgo conta que o pai e os irmãos são torcedores fanáticos e que essa paixão é de família. Mesmo antes de nascer, ela já tinha roupinhas de bebê personalizadas do tricolor gaúcho. 

Evelyn Haag, torcedora do Grêmio | abc+



Evelyn Haag, torcedora do Grêmio

Foto: Arquivo pessoal/Evelyn Haag

“Desde muito criança comecei a acompanhar o futebol junto com eles, tanto de assistir quanto ter vivência em jogos no Olímpico. Então sou muito grata a eles pela influência”, completa. Com o passar dos anos, o amor pelo clube de três cores só cresceu, ao ponto de virar tatuagem. 

No entanto, essa não é maior prova de amor ao clube. Evelyn lembra de um momento muito especial: o título da Copa do Brasil de 2016. “Eu estava muito doente já há duas semanas. Finji para minha família que estava tudo bem comigo e que estava doente. Se minha mãe soubesse que estava muito, ela não deixaria eu ir no jogo. Pra mim essa era uma possibilidade de não existia”, revela. No dia seguinte da final contra o Atlético-MG na Arena, ela foi internada com sinusite crônica. 

“Já não conseguia respirar, estava bem ruim. Mas o mais importante pra mim, a prioridade, era o jogo que consegui ir e graças a Deus ver o time do Grêmio campeão”, complementa. Esse não é único momento memorável para a torcedora, ela também carrega recordações a antiga casa tricolor: o Olímpico. 

“Um jogo memorável foi Grêmio e São Paulo, pelo Brasileirão de 2012. Já frequentava o Olímpico há muitos anos, mas aquela foi a primeira vez na Geral (torcida organizada). Foi a primeira avalanche que tive. O Grêmio ganhou de virada, por 2 a 1. Foi já na despedida do Olímpico, foi muito especial pra mim sentir a energia mesmo, na Geral do Grêmio e da avalanche, foi muito especial e me marcou muito”, recorda. 

Evelyn conta que a Arena já proporcionou muitos momentos incríveis, mas ela lembra do momento sentiu que ali era a casa do Grêmio: final da Copa do Brasil de 2016, aquela mesma que ela foi mesmo com problemas de saúde. “Ali foi quando comecei a sentir que a Arena era a casa do Grêmio e ali seria palco de muitas conquistas”, lembra. 



As alegrias e até aqueles momentos de “estresse” são compartilhados vividos para além das quatro linhas do campo e das arquibancadas. O amor pelo Grêmio também é responsável pelo surgimento de amizades, sejam oriundas do abraço na hora do gol, até o pré-jogo no entorno da Arena ou pelas interações nas redes sociais. A verdade é que o tricolor cria laços e eterniza diversos momentos entre seus torcedores. 

“São diversas histórias de amizade que o Grêmio me proporcionou e eu sou grata por isso”, afirma Evelyn. Ela conta que muitas pessoas, algumas que são essenciais, entraram na vida por conta do time do coração. 

“Uma em especial é a Priscila, ela é gaúcha mas morava em Brasília, hoje em dia mora em Florianópolis. A gente tem amizade que transcende estado. A gente não precisa estar próxima para ter uma amizade bonita. É uma pessoa que sei que posso contar para a vida. Fui no casamento dela lá em Brasília, a gente se viu poucas vezes pessoalmente. Por mais que estejamos distantes, estamos próximas. Eu sou muito grata”, relata. 

Se o passado e o presente do Grêmio permitem seus torcedores sentirem orgulho: pela tradição e pelas conquistas que até aqui possuem. O futuro é esperança e glórias, sem perder a essência do que é ser imortal tricolor. “Para os próximos 121 anos eu desejo que o Grêmio seja cada vez mais forte, mostrando sempre a garra e a essência imortal que o caracteriza, que o amor pelo clube seja passado de geração a geração, assim como foi pra mim, e que a torcida possa comemorar diversos títulos”, finaliza a torcedora hamburguense. 

 

Títulos

Durante os 121 anos de história, o Grêmio conquistou diversos títulos. Boa parte dessas conquistas vieram através de torneio de mata-mata, o que fez o Tricolor levar a tradição de ser um time “copeiro”.

Grêmio foi o primeiro clube a conquistar o mundial de clubes, em 1983 | abc+



Grêmio foi o primeiro clube a conquistar o mundial de clubes, em 1983

Foto: Divulgação/Grêmio

Aqui no Estado, o Imortal venceu 43 vezes o Campeonato Gaúcho. Além disso, é o atual heptacampeão, tento conquistou o sétimo título estadual consecutivo nesta temporada, contra o Juventude.

Nacionalmente, também foi nas copas que o clube de Porto Alegre levou a melhor. Foram duas conquistas do Campeonato Brasileiro, em 1981 e 1996, e cinco da Copa do Brasil, em 1989, 1994, 1997, 2001 e 2016.

Mesmo assim, foi fora do País que vieram as maiores glórias do clube. Por três vezes pintou o continente de azul, preto e branco, conquistando Copa Liberadores da América nos anos de 1983, 1995 e 2017. Em 1983 também foi o ano da consagração como campeão mundial, com os dois gols históricos de Renato Gaúcho, na final contra o Hamburgo, da Alemanha.

O hino

O hino costuma ser uma forma de simbolizar o amor do torcedor ao clube. No caso do Grêmio, não é diferente. O que talvez você não saiba é que o atual hino do Tricolor, O Craque Imoral, já é o terceiro oficial do clube.

Primeiro hino

Segundo o site Gremiopedia, bem antes das maiores conquistas dos tricolores, em 1924, o jornalista e escritor Isolino Leal escreveu a primeira canção que foi considerada como hino oficial do Grêmio.

Veja:

Vibre em nós a luz da energia
que dá fulgor e faz heróis;
músculos de aço e varonia
nos façam da pátria áureos sóis

Do sul ao norte
Nos seja prêmio
A fé no Grêmio
Invicto e forte!

A nobreza, se o prélio freme,
é quem inspira o coração
Da nossa gente que não treme,
e luta sempre como um leão.

Do sul ao norte…

Filhos do Pampa erguendo a fama
Desta terra de honra e valor,
com a alma acesa, em viva chama,
por ela cante o nosso amor!

Do sul ao norte…

Segundo hino

Em 1946, a composição de Isolino Leal foi substituída. Em um concurso proposto pela direção gremista da época, o hino Marcha de Guerra do Grêmio, composto por Breno Blauth, se tornou o segundo hino oficial do clube.

Veja:

Abram alas, abram alas
Lá vem o quadro tricolor
Nós estamos confiantes
No nosso 11 de valor

Nosso time da baixada
Não tem receio de nenhum
Pois a bola vai ao golo
E a torcida quer mais um

O Gremio é o tal
Não teme seu rival
É o mosqueteiro do esporte nacional
O nosso tricolor é um quadro de valor
Ele é fidalgo, é destemido e é leal

Viva o Grêmio, Viva o Grêmio
Não ganhará o jogo em vão
De conquista em conquista
Vai ser de novo campeão

Terceiro hino

Poucos anos depois, em 1953, a direção decidiu fazer um novo concurso. Desta vez, em comemoração aos 50 anos do clube. Na disputa, entrou um grande nome da música nacional, o gremista Lupicínio Rodrigues, que venceu com a composição de O Craque Imortal.

Veja:

Até a pé nós iremos
Para o que der e vier
Mas o certo e que nós estaremos
Com o Grêmio onde o Grêmio estiver

Cinquenta anos de glória
Tens imortal tricolor
Os feitos da tua história
Canta o Rio Grande com amor

Nós como bons torcedores
Sem hesitarmos sequer
Aplaudiremos o Grêmio
Aonde o Grêmio estiver

Lara o craque imortal
Soube seu nome elevar
Hoje com o mesmo ideal
Nós saberemos te honrar

Até a pé nós iremos
Para o que der e vier
Mas o certo e que nós estaremos
Com o Grêmio onde o Grêmio estiver

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