O presidente do Grêmio, Alberto Guerra, e o treinador gremista, Renato Gaúcho, falaram à imprensa no início da tarde desta sexta-feira (24) em São Paulo. Foi a primeira vez que eles se pronunciaram oficialmente durante toda a tragédia que assola o Estado. O mandatário começou e fez um pronunciamento. Na sequência, o técnico respondeu perguntas dos jornalistas, acompanhado pelo cartola.
Com a palavra, Renato comentou sobre esses momentos de treinamentos fora da capital gaúcha. Durante as respostas, o ídolo do Tricolor se emocionou diversas vezes.
“Está sendo muito difícil essa parte psicológica. São profissionais, estão com a cabeça aqui, têm treinando, mas é sempre uma preocupação com o nosso povo, com a família. A maioria conseguiu tirar os familiares de lá, mas a saudade é imensa. Pudemos ver as imagens da volta da chuva. O cenário nesta parte é muito ruim”, disse.
“É difícil até de falar. É colocar um grupo para cima. Tenho família no Rio Grande do Sul. Penso de manhã, de tarde e de noite no povo. Tenho ajudado bastante. O grupo tem ajudado. Mas é a cabeça. É difícil falar. Quem tá no meio do furacão sabe o que está acontecendo. A chuva não para. A gente ajuda. Muita gente perdeu tudo. Por isso que estamos aqui levantando a bandeira do nosso Estado”, relevou emocionado.
O treinador também falou da sequência de jogos longe de casa, tanto pela Libertadores quanto pelo Brasileirão.
“Na quarta temos uma decisão pela Libertadores, no sábado pelo Brasileiro, na terça outra decisão pela Libertadores, e no outro sábado mais uma decisão da Libertadores. O Grêmio está e vai ser prejudicado. Os clubes não têm culpa, estão jogando, tanto a parte física quanto a técnica estão boas e o Grêmio está há praticamente um mês sem jogar. A desigualdade é muito grande.”
Renato afirmou que o maior problema que o Grêmio vai enfrentar não é a parte física, mas, sim, o ritmo de jogo, já que a equipe não entra em campo oficialmente desde o dia 30 de abril.
“Quando a parte física, não vamos sentir tanto porque estamos treinando esses dias. O maior prejuízo é o ritmo de jogo. Os outros times estão jogando e têm ritmo. Vamos ter que jogar decisões a cada três dias e vai faltar o ritmo. Até a gente recuperar, o adversário vai ter muita vantagem sobre nós.”
Respostas do presidente Alberto Guerra
O presidente Alberto Guerra fez um pronunciamento agradecendo ao apoio que vem recebendo e fez um convite para a torcida do Tricolor. “Quero agradecer a cidade de São Paulo que nos recebeu bem. Ao Corinthians, por esses dias que estamos com toda essa estrutura. Também, nossos atletas, que têm seus dramas pessoais”, iniciou Guerra.
“E quero convocar os gremistas para quarta-feira, que teremos um jogo importante. Quem puder se deslocar de Porto Alegre até Curitiba, por favor, faça. Os paranaenses simpatizantes que possam nos ajudar nesse jogo da Libertadores, porque será uma partida simbólica, de uma retomada importante depois de tanto tempo parado”, completou.
Reunião do dia 27
“Estamos conversando, entre os times do RS, e essa (pedir que não tenha rebaixamento no Brasileirão) pode ser uma possibilidade ou não, mas temos que escutar o que pensam a CBF e os demais clubes.”
Próximos jogos
“Temos algumas premissas. A primeira, da Libertadores, a gente passava por critérios técnicos da Conmebol, como aeroporto, capacidade do estádio, infraestrutura, e tomamos a decisão por Curitiba. A gente pensa em levar para o mais perto possível do Sul para ficar perto da nossa torcida. É uma ideia, mas também pensamos em outras questões. Provavelmente nesse fim de semana vamos ter uma definição de onde jogar. A ideia, dentro do possível, é poder levar os jogos o mais próximo da nossa torcida.”
Previsão da Arena e CT
“Ainda não conseguimos entrar no estádio, apesar do gramado ter aparecido em algumas imagens, não conseguimos ter a extensão do problema. Conversando com especialistas, fizemos essa previsão (de voltar a Arena em 90 dias) otimista e estamos considerando a possibilidade de talvez esse ano não der para jogar lá. No CT, já entramos lá, a grama deu uma esverdeada, tem partes que deverão ser trocadas, mas, sendo otimistas, falamos em 60 dias. Se a grama morreu e tivermos que trocar, falamos de 90 a 120 dias.”
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