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DIA MUNDIAL DO CAFÉ

Conheça a torrefação em Gramado que aproxima o café da Serra gaúcha

Para manter produto fresco, grão é beneficiado por empresa do interior; confira dicas para preparar a bebida

Mônica Pereira
Publicado em: 12/04/2024 às 13h:48 Última atualização: 12/04/2024 às 13h:48
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Uma das bebidas mais consumidas no mundo, que vai bem em qualquer hora do dia, pode ser servida quente ou gelada, um aroma inconfundível. Queridinho, o café é uma preferência nacional. No País, o grão tem uma história de cultivo de centenas de anos, com grande importância na economia por ser o maior produtor e exportador.

Gramado conta com torrefação de cafés especiais



Gramado conta com torrefação de cafés especiais

Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL

Com várias datas para celebrar essa paixão, no domingo, dia 14, comemora-se o Dia Mundial do Café. A produção da fruta (sim, café é um fruto) tem o auge em Minas Gerais. Em 2023, foram colhidas 29 milhões de sacas no Estado. Com crescimento de 8,2%, em relação a 2022, o Brasil teve, no ano passado, uma colheita total de 55,1 milhões de sacas beneficiadas.

Torra artesanal

Tendo amor pela bebida e enxergando um negócio, moradores de Gramado estão investindo nas experiências para um café fresquinho também na Serra gaúcha.

Os sócios Valdemir, Bruno e Mariana Leite são proprietários da primeira torrefação da cidade. Com foco no café especial, eles recebem os grãos crus e fazem o beneficiamento artesanalmente. A ideia começou a ser colocada em prática em 2020.

Mariana e Bruno são proprietários da torrefação, que fica na Linha Tapera



Mariana e Bruno são proprietários da torrefação, que fica na Linha Tapera

Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL

Com a pandemia, o casal Bruno, de 43 anos, e Mariana, de 39, decidiu deixar o interior de São Paulo para viver em Gramado. Valdemir, pai de Bruno, morava na cidade há anos e a família conhecia bem a região. Pensando na possibilidade de atender um público em hotéis, pousadas e os próprios moradores – com a venda em empórios e mercados – eles começaram a se aprofundar no assunto. Assim, nasceu a torrefação Telhado Azul.

Para Mariana, o conceito funciona como o chocolate gramadense. A matéria-prima principal, no caso o cacau e o café, não é produzida na região, mas é por aqui que ela se transforma. “Temos um trabalho diferente, pois a gente vai conhecer os produtores, as propriedades e as histórias antes de comprar. Assim, temos certeza do produto que estamos entregando aos clientes”, aponta.

Bruno destaca que a região não possui as condições ideais para o plantio, diferente do que ocorre em Minas Gerais. “Lá tudo é perfeito para o café, o clima, a altitude, o terroir”, salienta. O mestre de torra pondera que o crescimento do mercado de cafés especiais no Brasil tem feito com que esse produto permaneça também no País e não seja somente exportado. “Temos muita qualidade. Nos sentimos realizados em trabalhar no ramo”, acrescenta.

Como acontece a torra

Máquina é controlada através do computador



Máquina é controlada através do computador

Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL

Bruno explica que os grãos selecionados chegam na torrefação ainda verdes. Eles então são colocados na máquina de torra para iniciar o processo, que é controlado pelo computador.

“Os grãos ficam girando na máquina e vou acompanhando tudo por um software para controlar a temperatura ideal”, destaca o mestre de torra, afirmando que isso demora entre oito e 12 minutos. “É ali que se realça o sabor, como um bolo indo para o forno. São feitos testes para saber se aquele é o sensorial desejado, há um período de descanso e depois embalamos”, aponta Mariana, afirmando que a torra é realizada sob demanda para uma entrega do produto fresco, seja ele em grão ou moído.

Além de edições limitadas, a empresa tem três tipos que são produzidos o ano inteiro e que homenageiam Gramado, levando o nome de Borges, Hortênsia e Bela Vista. Eles são vendidos pelo e-commerce por valores que partem de R$ 38,90 e chegam a R$ 129,90, dependendo do tamanho. Há opção de drip-coffee, sachê em dose individual.

Café naturalmente doce

“O café é naturalmente doce, não é amargo. Ele amarga quando é torrado em alta temperatura, exatamente para esconder uma matéria-prima pobre. O café é um alimento e se preocupar com isso não é um luxo, é para quem prioriza o que está ingerindo”, reforça a empresária. “Estudamos e trabalhamos muito antes de lançar a marca. Foi tudo por amor. Amor ao café, à cidade de Gramado, à qualidade de vida que temos aqui”, completa.

A torrefação fica localizada na Linha Tapera e o nome da empresa é por uma casa de telhado azul que já existia na propriedade. Atualmente, o local não recebe visitação, mas existem projetos para criar uma experiência que possa ser vivenciada pelo público.

Dicas para um bom café

Dicas simples para um bom café



Dicas simples para um bom café

Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL

Com o crescimento do mercado, consumidores estão buscando mais conhecimento sobre o universo do café. Mas há algumas dicas simples dos especialistas para quem está começando a se aventurar. Tudo começa pelo produto.

Após escolher o café de sua preferência, a recomendação é que se use água filtrada e em uma temperatura entre os 90°C e 95°C. “Quando começar a borbulhar, pode desligar o fogo e esperar um pouquinho que ela chega na temperatura ideal”, atesta Bruno.

A medida recomendada para o preparo é 10 gramas de café para cada 100 ml de água. Outra dica é escaldar o filtro de papel para tirar as impurezas. “Também é legal não jogar toda a água de uma vez só, dividir esses despejos em etapas, porque se a água passar muito rápido não vai conseguir extrair todo o sensorial”, completa Mariana.

“Sabemos que há muitas técnicas, até sobre o pH da água, mas gostamos de simplificar”, atesta o mestre. “O importante é brindar todos os dias e beber um café gostoso”, conclui Mariana.

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