EM CASA

Braithwaite fala sobre sua chegada no Grêmio, disputa com Diego Costa, cultura brasileira, violência e Série A

Jogador dinamarquês já marcou cinco gols com a camisa tricolor

Publicado em: 23/10/2024 17:07
Última atualização: 23/10/2024 17:07

O atacante dinamarquês Martin Braithwaite chegou há quase três meses no Grêmio e logo ganhou a confiança de Renato Portaluppi, além do carinho por parte da torcida. Nas 10 partidas em que entrou em campo pelo Tricolor no Brasileirão, o jogador anotou cinco gols. Em entrevista recente ao jornal Tipsbladet, da Dinamarca, o camisa 22 falou novamente sobre a admiração pelo futebol brasileiro, analisou a competição nacional, a segurança no Brasil, comentou a quase transferência para o Olympiakos, da Grécia, a disputa de posição com Diego Costa.

Martin Braithwaite já entrou em campo 12 vezes pelo Tricolor, e marcou cinco gols Foto: LUCAS UEBEL/GRÊMIO


Transferência frustrada para a Grécia e chegada no Grêmio

“Algumas coisas ficaram fora do meu controle, e houve algo com meu representante e o Olympiakos. Não tinha nada a ver comigo, então assinei com o Grêmio, e acredito que era para ser. Era o plano de Deus. Tudo parece certo agora”, diz o atacante.

“Quem me conhece sabe que, se há caos, sou muito direto e calmo. Tive uma experiência semelhante com o Espanyol, mas sei que tudo acontece por uma razão. Claro que foi diferente, pois estava com minha família e estive lá por dois dias, e só faltava assinar. Minha esposa perguntava como eu conseguia ser tão calmo, mas sempre serei assim. O caos não me afeta”, afirma Braithwaite.

“O problema com o Olympiakos fez com que eu viesse para o Brasil, e é fantástico. Adoro aprender coisas novas – inclusive sobre mim mesmo, e só se consegue isso saindo da zona de conforto. Desde o meu adeus ao Espanyol, queria tentar algo novo e sempre tive uma grande admiração pelo futebol brasileiro.

“Por isso, sou grato por estar agora em um país que sempre admirei esportivamente e que é uma inspiração para mim desde a infância. Eu me apaixonei pelo futebol por causa dos jogadores brasileiros e lembro-me dos comerciais da Nike na infância. O Brasil simboliza o futebol, e agora faço parte disso. Isso me enche de orgulho.

Briga por vaga com Diego Costa

Renato tem dois centroavantes de nível mundial. Diego Costa é naturalizado espanhol e disputou as Copas do Mundo de 2014 e 2018 pela Espanha, enquanto Braithwaite jogou o Mundial de 2018 e 2022 por seu país. Os dois brigam por uma vaga no ataque. No entanto, Portaluppi pode surpreender e escalar os dois juntos na próxima partida.

“Não penso muito sobre isso. Diego Costa é um jogador fantástico, e conversamos muito bem. Jogamos com apenas um atacante, então um de nós tem que ficar no banco, e é uma escolha do treinador. Trata-se de desempenho, e eu também tenho que fazer o meu”, disse.

“Luto pelo meu time e por mim mesmo. Em toda a minha carreira, houve outros com mais talento, mas sempre acreditei em mim mesmo e sei que, se trabalhar duro o suficiente, vou superá-los algum dia. Sempre vi a mim mesmo indo além do Campeonato Dinamarquês. A vida é uma maratona, não uma corrida de 100 metros”, diz o atacante de 33 anos.

Vida no Brasil

“Ouve-se muito sobre os riscos de viver no Brasil, e claro que há bastante criminalidade, mas não vi nada disso na minha cidade. Mas você precisa ter cuidado no dia a dia e estar atento, que tudo corre bem. Costumo dizer que é preciso ser esperto, então é perfeitamente possível viver aqui com segurança.

“Só posso dizer que os brasileiros são exatamente como os jogadores que se mudam para a Europa daqui. São todos cheios de vida, prestativos e apaixonados por música e comida, além de extremamente apaixonados por futebol. Não se deve subestimar a liga brasileira, e também se vê que nomes cada vez maiores vêm para cá, pois ela tem uma economia surpreendentemente boa”, colocou.

“No geral, há uma enorme pressão sobre os jogadores aqui. Todos têm opinião sobre você. O futebol é a vida das pessoas aqui, e você sente isso em todo lugar”, afirmou.

E como isso afeta Martin Braithwaite?

“Eu prospero nisso. Sou como um camaleão. Sempre me adapto às condições ao meu redor.

Aposentadoria

“Não. Estou me sentindo ótimo e pretendo jogar por muitos anos ainda. Cuidado bem do meu corpo e continuo melhorando.

 

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