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Autoridades federais e estaduais buscam solucionar problemas envolvendo entorno da Arena do Grêmio

Reunião na Arena nesta sexta-feira (28) tratou de problemas e infraestrutura nas comunidades do Humaitá e Vila Farrapos

Publicado em: 28/06/2024 20:13
Última atualização: 28/06/2024 20:14

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) irá coordenar uma nova rodada de discussões em busca de um acordo para o entorno da Arena do Grêmio, nos próximos 30 dias. Neste período, o Ministério Público Federal (MPF) também deverá apresentar uma proposta sobre as alças de acesso da nova ponte do Guaíba, localizada na região.

Essas foram as deliberações do encontro ocorrido na tarde desta sexta-feira (28), entre o procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, o ministro da Reconstrução, Paulo Pimenta, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, o presidente do Grêmio, Alberto Guerra, e integrantes de diversas instituições e órgãos do Estado e do município de Porto Alegre.


Presidente Alberto Guerra recebeu o ministro Paulo Pimenta na Arena do Grêmio para debater com outros órgãos sobre soluções para o entorno da Arena Foto: GUILHERME TESTA/GRÊMIO FBPA

O tema da reunião foi a melhoria das condições de infraestrutura e habitação no entorno da Arena do Grêmio, onde ocorreu a reunião, especialmente após as enchentes de maio deste ano, que atingiram fortemente a região. Também foram tratados os processos judiciais envolvendo a região, que tramitam há mais de dez anos, e a ação civil pública ajuizada pelo MPRS, que gerou um desses processos.

Em sua fala, Saltz lembrou as longas tentativas de negociação com as empresas envolvidas na construção da Arena, que foram frustradas por imposições da Caixa Econômica Federal (CEF), e comemorou a participação do governo federal na busca da solução para os impasses.

O procurador-geral de Justiça relatou que um estudo de impacto ambiental apontou um conjunto de medidas que deveriam ser tomadas pelo empreendedor antes da inauguração do estádio: de infraestrutura, alargamento, melhora da situação da drenagem, entre outras.

“O que aconteceu aqui, em maio, mostra que, se aquelas medidas que deveriam ter sido tomadas antes ou juntamente com a construção da Arena tivessem sido feitas, talvez os impactos que essa comunidade toda aqui viveu por esses 40 dias teriam sido menores”, disse Saltz, destacando que, pela primeira vez, a Caixa Econômica Federal e o governo federal sentam à mesa para buscar a construção de um acordo. “É uma dívida que as empresas têm com Porto Alegre, não com o Ministério Público, não com a prefeitura, e sim com o município de Porto Alegre”, apontou.

“Foi uma reunião bastante profícua para resolver os problemas no entorno da Arena que já estão sendo tratados há muito tempo, A gente espera que possamos solucionar algumas destas questões num curto espaço de tempo trazendo um pouco mais de conforto não só ao Grêmio, mas à toda a comunidade do Humaitá e Vila Farrapos”, declarou o presidente Guerra.

“Não é razoável que um assunto fique por tantos anos sem solução e quem pague a conta seja o elo mais fraco desta corrente que é a população, que são essas famílias que ficaram com suas casas 30 dias embaixo d´água. Que o problema é complexo, todo mundo sabe, mas nós temos que ter uma solução. Pedi para que Ministério Público Estadual e Federal coordenem um entendimento em até 30 dias e tragam uma proposta de solução”, salientou o ministro Pimenta.

Comunidade espera melhorias

“A vinda do Grêmio pra cá valorizou muito a região, ele também faz parte da nossa comunidade. Infelizmente, a contrapartida prometida pela construtora antes da construção da Arena não veio. Essa reunião é muito importante porque traz a esperança de que as soluções saiam do papel e deixem de ser apenas narrativas. Foi preciso uma catástrofe para que alguém comprasse partido da comunidade”, disse Sérgio Bueno, representante dos moradores dos bairros do entorno da Arena.

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