O presidente do Esporte Clube Novo Hamburgo (ECNH), Jerônimo Freitas, se manifestou na noite de terça-feira (18) sobre a investigação que apura interferência em partidas de campeonatos, como o Gauchão. Ele afirma que o Noia colabora com a investigação, que aponta um dos atletas do time como envolvido em um suposto crime de manipulação em uma partida de fevereiro deste ano.
“A gente teve esse problema na metade do Campeonato Gaúcho, onde a gente tomou como surpresa. Na mesma hora, a gente fez contato com a Federação Gaúcha [de Futebol] para apurar os fatos”, afirma Freitas.
O Novo Hamburgo foi citado durante coletiva de imprensa do Ministério Público de Goiás (MPGO) sobre a operação, que cumpriu 20 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva em seis Estados brasileiros na terça.
Ao todo, foram cumpridos três mandados de busca no Rio Grande do Sul, um em Goiás, dois em Santa Catarina, um no Rio de Janeiro, dois em Pernambuco e 11 em São Paulo. As prisões também foram realizadas em SP.
A partida do Noia que está sob investigação ocorreu em 11 de fevereiro deste ano, contra o Esportivo, no Estádio Montanha dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. Segundo o MPGO, teria sido oferecido dinheiro a um atleta para que ele cometesse um pênalti.
O nome do jogador não foi divulgado pelo Ministério Público. O presidente do ECNH também diz que desconhece qual seria o atleta, por conta do sigilo da investigação.
Em nota, publicada pelo clube hamburguense na manhã desta quarta-feira, Freitas enfatiza que “o Esporte Clube Novo Hamburgo repudia todo e qualquer ato criminoso contra a prática desportiva e contra a sociedade, agindo sempre com transparência perante sua torcida e toda a comunidade”.
Investigação
Segundo o MPGO, há suspeita de que o grupo criminoso tenha atuado em ao menos cinco jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2022, bem como em cinco partidas de competições estaduais.
O grupo atuou mediante cooptação de jogadores profissionais de futebol. Eram oferecidos valores entre R$ 50 mil e R$ 100 mil aos atletas para que eles cometessem eventos determinados nos jogos.
A investigação indica que as manipulações eram diversas. Visavam, por exemplo, a assegurar uma punição a determinado jogador por cartão amarelo, cartão vermelho, e cometimento de penalidade máxima. Além disso, tinham o objetivo de garantir número de escanteios durante a partida e, até mesmo, o placar de derrota de determinado time no intervalo do jogo.
Há indícios de que as condutas tiveram o intuito de possibilitar que os investigados conseguissem grandes lucros em apostas de sites de casas esportivas. Acredita-se que eram utilizadas, ainda, contas cadastradas em nome de terceiros para aumentar os rendimentos.
A Operação Penalidade Máxima II é um desdobramento Operação Penalidade Máxima, que ocorreu em fevereiro.
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