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Projeto Social

Com atletas no Internacional e em clubes de fora do Brasil, UJR se consolida como celeiro de talentos

Jovens promessas seguem rumo ao profissionalismo em equipes nacionais e internacionais

Dário Gonçalves
Publicado em: 22/10/2024 às 14h:24 Última atualização: 22/10/2024 às 14h:30
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O jovem Cauã Godoy, de 19 anos, natural de São Leopoldo, está desde março no Sport Club Internacional. A transição das quadras para o campo é resultado do trabalho realizado na UJR/Feevale/Banrisul, que cada vez mais se fortalece como uma formadora de atletas para o campo e as quadras do Brasil e do mundo. O caso do volante leopoldense é um entre tantos que tiveram início nas quadras de Novo Hamburgo e alçaram voos maiores rumo a uma carreira profissional.


Cauã Godoy trocou o azul da UJR pelo vermelho do Internacional | abc+



Cauã Godoy trocou o azul da UJR pelo vermelho do Internacional

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial


Godoy tem contrato de formação por um ano com o colorado, onde atua na equipe Sub-20, mas também treina com o grupo principal de atletas quando solicitado. Atualmente disputa a Copa da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) 2024 – Troféu Zagallo e o Gauchão Sub-20, depois de integrar a equipe que competiu no Brasileirão Sub-20. “

“A gente treina de segunda a sábado, às vezes folga durante a semana e treina sábado e domingo, depende muito do calendário. Com a equipe profissional, treinamos quando eles solicitam, é um nível diferente, é outra batida, tanto física quanto técnica, a velocidade do jogo é outra. Mas isso é bom também pro desenvolvimento psicológico, pra chegar lá, tem que se esforçar. Não pode ter erros, o cara tem que ser quase uma máquina”, conta o ex-atleta da UJR.

Agora atleta do Internacional, o jovem chegou a UJR aos 16 anos. Foram dois anos no projeto até ser visto jogando com amigos no campo e receber o convite. “Estava jogando e um amigo meu comentou que um rapaz que jogou no Grêmio queria me ver jogar. Ele me viu e confiou no meu potencial, conseguindo uma avaliação pra mim no Inter”, recorda.

Início complicado

Migrar das quadras para o campo aos 18 anos lhe trouxe muitos desafios. Tanto é que foi reprovado após três meses de avaliação. Contudo, foi chamado para uma segunda chance, passou e assinou contrato. “A bola e o peso são diferentes, tudo é diferente. Foi muito difícil no começo, porque é outro esporte. Eu não conseguia acompanhar na questão física, e a questão técnica é completamente diferente. O mais difícil pra mim foi entender o jogo e a velocidade dele. Eu treinava, mas não conseguia acompanhar a velocidade; às vezes, eu acompanhava só no raciocínio, mas ficava muito pra trás em outros aspectos”, conta.



Apesar de ele mesmo se sentir em desvantagem a outros atletas, o volante manteve o foco e evoluiu seu desempenho, tornando-se parte da equipe. “Você tem que abrir mão de muitas coisas, ter a cabeça boa, estar sempre bem fisicamente. A alimentação, o descanso, tudo isso é muito importante para você desempenhar da melhor forma possível. Porque qualquer mínimo detalhe, num nível como esse, faz toda a diferença”, expõe.

Importância das quadras

Até os 16 anos, Godoy só havia atuado em escolinhas, mas tudo mudou ao chegar no Projeto Futsal Social da UJR/Feevale/Banrisul. Foi lá que se desenvolveu como atleta e atuou pela primeira vez em um clube de alto rendimento. “Aprendi muito aqui; me moldou tanto como atleta quanto como pessoa. Foram anos muito importantes na minha vida, e aqui me abriram as portas pra tudo que hoje estou conquistando”, destaca.



E se agora o atleta desbrava os campos pelo estado e país, seu nome continua presente em Novo Hamburgo. Isso porque, Matheus Godoy, de 15 anos, é irmão de Cauã e atua no Sub-15 da UJR/Feevale/Banrisul. Os dois iniciaram juntos no projeto. “Meu relacionamento com o Matheus é muito bom. Ele até não fala, mas dá pra ver que se espelha bastante em mim. Tudo o que eu aprendi, tento passar pra ele o mais cedo possível, porque pra mim isso foi meio tarde. Vou em todos os jogos dele que eu posso”, conta o Godoy do Internacional. Já o mais novo, é de poucas palavras, mas admite que seu exemplo vem de casa.

Transferências Internacionais

Se o talento de Godoy ganha os campos com o Internacional, outros atletas alçaram voos internacionais. Recentemente, Gustavo Sperafico e Bernardo Bastos, foram contratados da UJR por clubes na Itália.

Gustavo Sperafico, de 20 anos, morador do bairro Diehl em Novo Hamburgo, estreia na Europa defendendo o Babylon FC, da província de Sassari, localizada na ilha da Sardenha. Sperafico começou sua trajetória na UJR aos 8 anos e se destacou nas categorias de base, acumulando títulos e se tornando capitão da equipe Sub-20. “Foram doze anos de uma incrível trajetória. Foi aqui que me formei como atleta e como pessoa, tenho um carinho e gratidão enorme por tudo o que vivi e aprendi”, destaca.


Ala Gustavo Sperafico | abc+



Ala Gustavo Sperafico

Foto: Eduardo Bettio/UJR


Bernardo Bastos, também de 20 anos, que morava em Porto Alegre, foi transferido do tricolor hamburguense para o Itria Football Clube. Com uma passagem significativa pela UJR, onde foi peça-chave nas conquistas recentes da equipe Sub-20, Bastos destacou o impacto do clube em sua vida. “A UJR foi muito importante, pois abriu as portas pra mim em um momento muito complicado da minha vida e me permitiu evoluir como atleta e cidadão. Saio com gratidão imensa ao clube e aos funcionários”, destaca Bastos.

Espalhados pelo Brasil

Além desses dois talentos, a UJR/Feevale/Banrisul encaminhou de 2023 para cá, vários atletas e um treinador para equipes tradicionais do Estado e do Brasil. O treinador Matheus Lazzarotto e o fixo Henrique Luft passaram a defender, em 2024, as cores do Umuarama, no Paraná, na Liga Nacional de Futsal. Lazzarotto como treinador das equipes Sub-18 e Sub-20, além de auxiliar técnico na equipe principal, enquanto Luft está no Sub-20, podendo ser promovido ao time adulto.

O goleiro Enrico se juntou ao Sub-17 da ACBF, de Carlos Barbosa, enquanto os alas Juninho e Fábio disputam a Liga Gaúcha de Futsal adulta pelo Vélez, de Camaquã. O ala Patrick Petry, de 18 anos, também se transferiu para a Assoeva, de Venâncio Aires, onde joga na primeira Liga Nacional de Futsal Sub-20 do país. Natural de São José do Hortêncio, Petry teve um desempenho notável na UJR, com 26 gols e 14 assistências em 2023.

Outro destaque é Lucas Dagnese, goleiro da equipe Sub-20, que passou a defender a ABF, de Francisco Beltrão/PR, na Série Prata Paranaense. Ao longo de três anos na UJR, Dagnese conquistou quatro títulos.

Essas transferências destacam a qualidade do trabalho realizado pela UJR/Feevale/Banrisul, mas também abrem portas para que esses atletas ampliem seus horizontes e vivam do futsal em novos cenários. Como observa Eduardo Keller, coordenador das Equipes de Formação, esses movimentos refletem o comprometimento do clube em preparar seus jovens talentos para desafios cada vez maiores. “Aliado aos bons resultados de quadra, cumprimos com o nosso papel de preparar nossos jovens talentos para ampliar horizontes dentro da modalidade e de viverem do futsal”, disse

Para Eduardo Attolini, coordenador das Equipes de Rendimento da UJR/Feevale/Banrisul, o objetivo do projeto é preparar os atletas e profissionais para estas oportunidades. “Estas transferências valorizam a UJR e nosso trabalho de formação, ressaltando a nossa credibilidade junto à comunidade do futsal. Desejamos a eles todo o sucesso nesta nova fase das suas carreiras”, finaliza.

Futsal feminino em crescimento

A UJR/Feevale/Banrisul também está investindo no futsal feminino, alinhando-se à crescente valorização do futebol feminino no Brasil. Segundo Attolini, a UJR tem uma longa história com o futsal feminino, que foi reestruturado nos últimos anos. “Nos anos 2000, quando a UJR se reestruturou, ela tinha o futsal feminino em primeiro plano. Depois, acabou se perdendo um pouco. Porém, com o fortalecimento do futebol feminino, estamos buscando estruturar as categorias de base feminina”, explica Attolini.

Atualmente, a UJR possui equipes universitárias femininas, além de categorias de base, incluindo sub-20, sub-17 e sub-15. “É um projeto que ainda está engatinhando, mas já está dando bons resultados. As meninas estão reconhecendo a UJR como um espaço seguro e de qualidade para treinamento e competições regionais”, completa.

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