NÃO É SÓ FUTEBOL
Esporte olímpico, hóquei conta com projetos na região de iniciação na modalidade
Iniciativas de inserção de jovens acontece em municípios da região metropolitana e no Vale do Paranhana
Última atualização: 09/12/2023 09:08
No País de Pelé, Zico e Neymar, o esporte que utiliza um taco de fibra de carbono para dominar a bola não é dos mais conhecidos, mas atletas garantem que as partidas são tão emocionantes e disputadas quanto as de futebol. Tem golaços e goleadas, tem defesas de tirar o fôlego, tem até impedimento e "disputa por pênaltis" - só que na quadra, utilizando as mãos.
O hóquei indoor, ao mesmo tempo tão distante culturalmente dos brasileiros e tão próximo do esporte mais praticado no Brasil, está, aos poucos, caindo no gosto da população e conquistando novos adeptos.
A história de um morador de Canoas é semelhante com a de inúmeros garotos. Henrique da Silva "nasceu com a bola no pé". Apaixonado por futebol, tentou realizar o sonho de se tornar jogador profissional. Passou por testes em equipes da região, mas sem sucesso. Se não deu certo com os pés, Henrique descobriu novos caminhos no esporte usando as mãos.
"Por curiosidade, participei de uma oficina de verão promovida pela prefeitura e gostei do esporte, só que deixei de lado. Tempos depois, minha mãe falou sobre um projeto com vagas abertas e pensei' por que não?". O que Henrique não contava era que graças ao hóquei viraria atleta e representaria o Brasil no Campeonato Pan Americano Júnior de Hóquei 2023, no Caribe. Isto tudo em menos de dois anos praticando o esporte.Aos 16 anos e atleta da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) Canoas e seleção brasileira sub-21, ele é uma das principais promessas na modalidade. No final de novembro, ele esteve em Campo Bom, onde ocorreu o Campeonato Brasileiro de Hóquei Indoor Masculino, reunindo as equipes da AABB, de Canoas/RS; Desterro, de Florianópolis/SC; Floripa, também de Florianópolis; e Sesi, de São Paulo.
"O nível dos atletas e número de praticantes do esporte, tanto na modalidade sobre a grama como o indoor, estão numa crescente ao longo da última década, e trazer o campeonato para Campo Bom, um dos polos do esporte no Estado, é uma honra, além de dar maior visibilidade à categoria", comenta o presidente da Confederação Brasileira de Hóquei sobre a Grama e Indoor (CBHG), Bruno Patrício Oliveira.
Na programação do Campeonato Brasileiro, além das partidas entre as quatro equipes, Campo Bom, que têm parceria com a confederação para a ensino do esporte nas escolas, recebeu a primeira edição de um encontro entre projetos da modalidade desenvolvidos na cidade e nos municípios de Taquara e Canoas.
"Hoje, nós contamos com um polo do Programa Acolher que disponibiliza as aulas. Com o acordo de cooperação, o hóquei vai passar a estar presente em mais quatro instituições (núcleos), sendo que os professores de Educação Física passaram por capacitação ministrada pela confederação", explica o professor do Programa Acolher Hóquei sobre Grama e Indoor de Campo Bom, Rogerio Nunes Bonorino. Atualmente, 40 estudantes praticam o esporte através do projeto. Com a ampliação de núcleos, a estimativa é triplicar este número.
Esporte olímpico
O hóquei sobre grama é modalidade olímpica desde 1908 no masculino (exceção de 1912 e 1924) e 1980 no feminino. Até o momento, o Brasil participou de apenas uma edição dos Jogos. Foi no Rio 2016, quando foi país-sede.
Afinal, como se joga?
Diferentemente da versão sobre o gelo, famosa pela velocidade e pelas violentas colisões entre os jogadores, o hóquei indoor é um esporte de habilidade. O objetivo é semelhante ao futebol: marcar gols. A equipe que fizer mais vence o confronto.
Para carregar a bola, os jogadores utilizam a parte interna do taco e com ele também dão dribles, trocam passes e fazem finalizações.
As equipes são formadas por seis atletas, sendo um deles o goleiro. Os jogadores de linha utilizam um uniforme semelhante a outras modalidades de quadra, camisa, calção e meião, além do taco. Já o goleiro é o único que utiliza capacete. Deve usar, ainda, camisa e calça, além dos equipamentos de proteção, como luvas, joelheiras e cotoveleiras.