POLÊMICA
Diretoria e ex-presidente do Novo Hamburgo trocam farpas sobre gramado do Estádio do Vale
Atual direção diz que antecessor não fazia os investimentos necessários; ex-presidente rebate críticas
Última atualização: 23/01/2024 13:25
As justificativas para o péssimo estado do gramado do Estádio do Vale, em Novo Hamburgo, coloca em rota de colisão a atual direção do clube da cidade e o ex-presidente. O tema ganhou o noticiário esportivo no fim de semana após a partida entre Noia e Inter no Vale do Sinos. Os atuais responsáveis pelo cuidado do campo atribuem o problema à antiga diretoria, que não teria feito os investimentos necessários no gramado. A afirmação, contudo, é contestada e rebatida pelo ex-presidente Raul Hartmann.
No fim do confronto de domingo (5), que terminou em 0 a 0, o técnico do Inter, Mano Menezes, não poupou críticas e afirmou que sua equipe foi prejudicada pelas más condições do campo.
Ao tentar justificar a situação, o atual diretor de Patrimônio do Novo Hamburgo, Alisson Berwanger, 'passou a bola' para a gestão anterior. "O que aconteceu é que a antiga gestão não vinha fazendo manutenção no gramado, tanto que quem estava mantendo o gramado apto a jogar éramos nós aqui da base [antes de assumir o atual cargo, Berwanger era monitor da base]."
Como consequência da suposta falta de manutenção, o diretor cita que, durante o inverno, o crescimento de rosetas acabou matando parte do gramado. Também afirma que o funcionário responsável pela manutenção não recebia a quantidade necessária de fertilizantes para manter o gramado. O profissional foi demitido logo após o Gauchão 2022, em abril do ano passado, e reintegrado em novembro, quando a nova direção assumiu.
"Eles efetuaram o desligamento do rapaz que cuidava, que hoje está conosco novamente. [Ele] não tem culpa dessa manutenção que não tinha sido feita antes, porque o clube não dava fertilizantes, nem nada, para manter o gramado, era só o corte que faziam", acusa Berwanger.
Ex-presidente rebate: 'Está mal informado'
Ex-presidente do Novo Hamburgo, Raul Hartmann refuta as acusações e critica as falas do atual diretor de Patrimônio. "Está mal informado. É uma falta de ética e de responsabilidade ele falar isso."
Hartmann nega que tenham faltado recursos para o trabalho do funcionário responsável pela manutenção do campo, mas não sabe precisar qual era o montante destinado aos cuidados com o gramado. "Havia um funcionário que cuidava dele, então, quando precisava colocar adubo, se buscava adubo, ou terra preta também. A gente sempre teve um esforço de preservar. Então, periodicamente se fazia uma reforma, e aí se parava tudo, e ninguém pisava no gramado", garante.
Na avaliação do ex-presidente, o que causou os atuais problemas no gramado foi o excesso de uso. "A gente não liberava o campo principal a todo momento, independentemente da época de chuva, já para não prejudicar o gramado, pensando no departamento profissional. Quer preservar um campo bom, você tem que treinar o mínimo possível, jogar as partidas oficiais do profissional, e o resto tem que tirar de cima."
Plano de recuperação
Berwanger conta que já iniciou o processo de orçamento com empresas especialistas em gramados e que pretende usar o período sem jogos no estádio para fazer as manutenções. O Novo Hamburgo joga nesta quarta-feira (8) contra o Brasil de Pelotas pelo Gauchão e, depois, volta ao Estádio do Vale no dia 16 para enfrentar o Caxias. Após esse jogo, serão mais de 20 dias sem partidas em casa, período no qual o gramado não deve ser utilizado.
A ideia é que seja feita uma manutenção superficial neste primeiro momento, já que o clube tem a Série D do Campeonato Brasileiro para disputar. Após o campeonato nacional, uma recuperação mais completa deve ser encaminhada.
"O plano hoje seria manter o ritmo do que estamos fazendo, aguardar o crescimento da grama nessas partes que foram trocadas, e, para o próximo Gauchão, fazermos uma 'geral' no gramado, que seriam cortes verticais, implementação de areia e algumas correções de nivelamento."
Federação fala em parceria
Em nota, a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) afirmou estar atenta à qualidade do gramado dos clubes e acrescentou que vistoriou o Estádio do Vale, assim como os demais. "A FGF trabalha em parceria com a agrônoma Maristela Kuhn para avaliação dos gramados naturais. É feita uma vistoria em todos os gramados antes das competições, na qual são sugeridos tratamentos para melhoria. A FGF subsidia parte do tratamento, quando necessário."
Berwanger relata que, na quinta-feira passada, dia 2, representantes da FGF visitaram o Estádio do Vale e reconheceram que o gramado precisa de manutenção, mas autorizaram a realização de partidas.
De acordo com a FGF, o caso do Estádio do Vale já tem uma atenção especial. "Especificamente sobre o Estádio do Vale, a FGF contratou empresa especializada em implantação e manutenção de campos de futebol, que realizou uma visita com agrônomo na semana passada. Foi enviado um diagnóstico e será entregue relatório com sugestões de melhorias. A FGF e o clube estão trabalhando em conjunto para que as ações sugeridas de melhoria sejam colocadas em prática o mais rápido possível."
As justificativas para o péssimo estado do gramado do Estádio do Vale, em Novo Hamburgo, coloca em rota de colisão a atual direção do clube da cidade e o ex-presidente. O tema ganhou o noticiário esportivo no fim de semana após a partida entre Noia e Inter no Vale do Sinos. Os atuais responsáveis pelo cuidado do campo atribuem o problema à antiga diretoria, que não teria feito os investimentos necessários no gramado. A afirmação, contudo, é contestada e rebatida pelo ex-presidente Raul Hartmann.
No fim do confronto de domingo (5), que terminou em 0 a 0, o técnico do Inter, Mano Menezes, não poupou críticas e afirmou que sua equipe foi prejudicada pelas más condições do campo.
Ao tentar justificar a situação, o atual diretor de Patrimônio do Novo Hamburgo, Alisson Berwanger, 'passou a bola' para a gestão anterior. "O que aconteceu é que a antiga gestão não vinha fazendo manutenção no gramado, tanto que quem estava mantendo o gramado apto a jogar éramos nós aqui da base [antes de assumir o atual cargo, Berwanger era monitor da base]."
Como consequência da suposta falta de manutenção, o diretor cita que, durante o inverno, o crescimento de rosetas acabou matando parte do gramado. Também afirma que o funcionário responsável pela manutenção não recebia a quantidade necessária de fertilizantes para manter o gramado. O profissional foi demitido logo após o Gauchão 2022, em abril do ano passado, e reintegrado em novembro, quando a nova direção assumiu.
"Eles efetuaram o desligamento do rapaz que cuidava, que hoje está conosco novamente. [Ele] não tem culpa dessa manutenção que não tinha sido feita antes, porque o clube não dava fertilizantes, nem nada, para manter o gramado, era só o corte que faziam", acusa Berwanger.
Ex-presidente rebate: 'Está mal informado'
Ex-presidente do Novo Hamburgo, Raul Hartmann refuta as acusações e critica as falas do atual diretor de Patrimônio. "Está mal informado. É uma falta de ética e de responsabilidade ele falar isso."
Hartmann nega que tenham faltado recursos para o trabalho do funcionário responsável pela manutenção do campo, mas não sabe precisar qual era o montante destinado aos cuidados com o gramado. "Havia um funcionário que cuidava dele, então, quando precisava colocar adubo, se buscava adubo, ou terra preta também. A gente sempre teve um esforço de preservar. Então, periodicamente se fazia uma reforma, e aí se parava tudo, e ninguém pisava no gramado", garante.
Na avaliação do ex-presidente, o que causou os atuais problemas no gramado foi o excesso de uso. "A gente não liberava o campo principal a todo momento, independentemente da época de chuva, já para não prejudicar o gramado, pensando no departamento profissional. Quer preservar um campo bom, você tem que treinar o mínimo possível, jogar as partidas oficiais do profissional, e o resto tem que tirar de cima."
Plano de recuperação
Berwanger conta que já iniciou o processo de orçamento com empresas especialistas em gramados e que pretende usar o período sem jogos no estádio para fazer as manutenções. O Novo Hamburgo joga nesta quarta-feira (8) contra o Brasil de Pelotas pelo Gauchão e, depois, volta ao Estádio do Vale no dia 16 para enfrentar o Caxias. Após esse jogo, serão mais de 20 dias sem partidas em casa, período no qual o gramado não deve ser utilizado.
A ideia é que seja feita uma manutenção superficial neste primeiro momento, já que o clube tem a Série D do Campeonato Brasileiro para disputar. Após o campeonato nacional, uma recuperação mais completa deve ser encaminhada.
"O plano hoje seria manter o ritmo do que estamos fazendo, aguardar o crescimento da grama nessas partes que foram trocadas, e, para o próximo Gauchão, fazermos uma 'geral' no gramado, que seriam cortes verticais, implementação de areia e algumas correções de nivelamento."
Federação fala em parceria
Em nota, a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) afirmou estar atenta à qualidade do gramado dos clubes e acrescentou que vistoriou o Estádio do Vale, assim como os demais. "A FGF trabalha em parceria com a agrônoma Maristela Kuhn para avaliação dos gramados naturais. É feita uma vistoria em todos os gramados antes das competições, na qual são sugeridos tratamentos para melhoria. A FGF subsidia parte do tratamento, quando necessário."
Berwanger relata que, na quinta-feira passada, dia 2, representantes da FGF visitaram o Estádio do Vale e reconheceram que o gramado precisa de manutenção, mas autorizaram a realização de partidas.
De acordo com a FGF, o caso do Estádio do Vale já tem uma atenção especial. "Especificamente sobre o Estádio do Vale, a FGF contratou empresa especializada em implantação e manutenção de campos de futebol, que realizou uma visita com agrônomo na semana passada. Foi enviado um diagnóstico e será entregue relatório com sugestões de melhorias. A FGF e o clube estão trabalhando em conjunto para que as ações sugeridas de melhoria sejam colocadas em prática o mais rápido possível."