Fernando Diniz, técnico interino da seleção brasileira, fez sua primeira convocação nesta sexta-feira (18), com poucas novidades, caso do goleiro Bento, do Athletico-PR, e do lateral-esquerdo Caio Henrique, do Monaco, que entrou na pré-lista de Tite para a Copa do Mundo do Catar, mas não chegou a ser convocado. Caio tem cidadania espanhola e chegou a considerar defender a Espanha.
A principal ausência é o meia Lucas Paquetá, alvo de uma investigação por violação de regras de apostas esportivas na Inglaterra. Já Neymar, mesmo recém-transferido para o nada tradicional futebol árabe, está na lista e participará dos dois primeiros jogos do Brasil pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, diante de Bolívia e Peru, nos dias 8 e 12 de setembro.
O principal astro do Brasil não disputou os amistosos de junho deste ano, contra Senegal e Guiné, porque estava se recuperando de uma lesão grave no tornozelo que o deixou fora de combate por mais de cinco meses.
“É sempre muito complexo. A gente procurou assistir todos os jogadores convocados, por vídeo e alguns em estádio. A lista foi se modificando durante esse tempo. Ela tem uma projeção já visando a próxima Copa do Mundo, independentemente de quem seja o técnico”, afirmou Diniz, que tem contrato até junho de 2024, para quando está prevista a chegada Carlo Ancelotti, atualmente no Real Madrid, segundo a CBF.
Diniz, que comanda o Fluminense em paralelo a suas obrigações com a seleção, chamou dois jogadores de sua equipe: o zagueiro Nino e o volante André. Os dois já haviam sido convocados por Ramon Menezes, que comandou o Brasil interinamente no começo do ano e esteve no banco nos amistosos de junho. Na ocasião, Nino se machucou e foi substituído por Robert Renan, do Zenit.
A dupla tricolor faz parte da minoria convocada que atua no futebol brasileiro. Além deles e do goleiro Bento, do Athletico-PR, o único que atua em um time nacional é o meio-campista Raphael Veiga, do Palmeiras. Diniz manteve algumas novidades da convocação de Ramon, como o lateral-direito Vanderson, do Monaco, e o versátil meia Joelinton, do Newcastle.
Convocação de Neymar
“De fato o Neymar externou o desejo de trabalharmos juntos e a vontade de repensar a passagem dele na Seleção. Conversei com ele, e ele se mostrou disposto e feliz. Em relação a ele, vocês já sabem o que penso. É um talento muito raro do futebol mundial. Acredito que ele merece, até o final da sua carreira, escrever o capítulo mais bonito dessa história, que eu acho que ainda não foi escrito.
A última partida de Neymar com a camisa da seleção brasileira foi contra a Croácia na Copa do Mundo do Catar, no início de dezembro de 2022. Nos últimos dias, depois de seis anos no Paris Saint-Germain, da França, o craque assinou por dois anos com o Al-Hilal, da Arábia Saudita.
“Obviamente que a competitividade da Europa é uma e a Arábia Saudita pode ser outra. Não sabemos como vai ser. O Neymar está com muita vontade de escrever essas páginas bonitas que faltam na história dele como jogador. Essa vontade será capaz de superar qualquer dificuldade em relação à competitividade da Arábia Saudita em relação ao futebol europeu.”
Botafogo e Flamengo
Na coletiva, Diniz foi perguntando sobre não ter convocado nenhum jogador do Botafogo, líder com folga no Brasileirão, e do Flamengo, time que tem um grande investimento e é considerado por muitos o de melhor elenco do futebol nacional.
“Obviamente que o Botafogo tem muito mérito de estar onde estar. A gente olhou ao Botafogo, mas não quer dizer que tenhamos que convocar um jogador porque o time está em primeiro no campeonato. O critério não é onde os times estão posicionados na tabela de classificação”, disse Diniz, que, momentos depois falou do Rubro-Negro.
“Concordo que o Flamengo tem o maior investimento do país. Mas pelo critério que tomamos, é o mesmo da resposta do Botafogo. Tiveram jogadores do Flamengo numa lista mais larga. Mas definimos esta lista como a mais adequada.”
Ausência de Lucas Paquetá
O meia Lucas Paquetá, do West Ham, da Inglaterra está sendo investigado pela Federação Inglesa de Futebol (FA) por possível violação das regras de apostas esportivas. O cartão amarelo recebido pelo jogador no empate contra o Aston Villa, em março, pela Premiere League chamou atenção das autoridades.
“Paquetá estava na lista. É um jogador que eu gosto muito. É uma questão de preservação, deixá-lo ele resolver essas questões, que excedem o jogo. Deixá-lo mais à vontade para resolver. Tivemos estes problemas aqui no Brasil. Isso precisa do fator tempo para que as coisas se esclareçam. É um jogador que eu adoro, embora nunca tenhamos trabalhado juntos. A CBF vai estar com as portas abertas para recebê-lo assim que ele resolver positivamente essas questões que tivemos de última hora.”
*Com informações do Estadão Conteúdo
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