ACUSADO DE AGRESSÃO SEXUAL
DANIEL ALVES: Veja o que amigos e esposa do jogador falaram sobre a noite do crime no segundo dia de julgamento
Segundo dia do julgamento também contou com o depoimento de policiais que atenderam a denunciante na noite do crime
Última atualização: 06/02/2024 16:55
O segundo dia do julgamento de Daniel Alves, que ocorreu nesta terça-feira (6) em Barcelona, na Espanha, teve como foco o consumo de álcool do jogador na data em que o crime aconteceu. O atleta é acusado de agressão sexual contra uma mulher de 23 anos em uma boate da cidade catalã em dezembro de 2022.
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Em prisão preventiva há mais de um ano, o brasileiro tem acompanhado a audiência no Tribunal de Barcelona.
Conforme matéria publicada pelo portal de notícias Globo Esportes, amigos de Daniel afirmaram que ele teria bebido muito ao longo daquele dia e noite. A esposa dele relatou que ele teria saído para comer com amigos, passou o dia fora de casa e voltou por volta das 4 horas da madrugada. "Voltou muito bêbado, fedendo a álcool", contou, lembrando ainda que ele teria batido em um armário e depois "caído" na cama.
Em depoimento, os amigos falaram que eles de reuniram no meio da tarde no restaurante Taberna del Clínic. Depois, no início da madrugada, foram para o bar Nuba e só então se dirigiram para a boate Sutton, onde o crime aconteceu. Um dos homens que fazia parte do grupo em que Daniel estava, Bruno Brasil afirmou que o jogador "foi o que mais bebeu".
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Conforme outro amigo, Ulises, eles teriam bebido das 14h30 até a 1 hora da manhã. Como alguns deles não bebiam ou bebiam pouco, ele e Daniel acabaram bebendo mais. "Diria que pedimos umas cinco garrafas de vinho, uma de uísque", apontou, destacando que também pediram mais quatro drinks de gin tônica.
O gerente da boate relatou que Daniel "ou tinha bebido, ou tomado algo, mas não estava normal". Na segunda-feira (5), no entanto, durante depoimento, garçons do estabelecimento descartaram que tivesse algo errado com o atleta.
A imprensa espanhola afirma que a alegação de embriaguez faz parte da estratégia de defesa de Daniel Alves, na tentativa de atenuar a pena, caso haja condenação.
Saída da boate
A promotoria rebateu uma contradição no depoimento de Bruno Brasil. É que nesta terça ele alegou que o grupo saiu da boate sem que tivesse acontecido um "motivo especial". No entanto, quando depôs anteriormente, Bruno havia dito que o jogador teria ido ao banheiro, local onde aconteceu o crime, porque estava mal da barriga e por isso foram embora. Quando apontada a diferença nas versões, ele disse que da outra vez não se fez claro, pois precisou depor em espanhol - e hoje pode falar em português.
Conforme Bruno, ele e a prima da denunciante estavam trocando contatos quando Daniel saiu do banheiro. Ao lado do amigo, o jogador chegou a dançar. Já a mulher teria saído, falado com outras pessoas, se despedido de Bruno e, então, ido embora com a prima. "O tempo não lembro, mas ainda seguimos lá dentro por um tempo. Já era tarde, já tínhamos bebido muito e por isso fomos embora", relatou.
Ainda, ele disse que antes Daniel e a mulher "estavam bem, dançando juntos" e que o lugar era muito escuro, e por isso não teria visto ela chorando. "Em nenhum momento falamos sobre o que tinha acontecido no banheiro", afirmou.
Relato dos policiais que atenderam a vítima
Policiais que atenderam a mulher após o crime também prestaram depoimento nesta terça-feira. Um relatou que impressões digitais foram encontradas em diversos pontos dentro do banheiro, como na área da pia, no espelho, na tampa do vaso sanitário e na cisterna. Outro assegurou que as gravações das câmeras de segurança comprovam a versão da vítima.
"Ela disse que a pessoa não a tinha deixado sair do lugar onde tinha ido e que havia tocado suas partes íntimas por dentro. Disse que não queria dinheiro, queria justiça", afirmou o primeiro policial a atender a denunciante, que ainda ressaltou que a auxiliaram para que denunciasse os fatos ou não.
Sequência do julgamento
A programação aponta que nesta quarta-feira (7) o julgamento deve ser encerrado. Após o pedido feito durante a fase de questões técnicas, Daniel Alves será o último a depor. Antes dele, devem ser ouvidos profissionais da medicina forense (forenses, psicólogos, analistas científicos, provas biológicas) e ser apresentada a parte documenta, como visualização de vídeos de câmaras de segurança.
Portais de notícias espanhóis apontam que o jogador deve alegar que estava embriagado, apresentando uma quinta versão do que teria acontecido naquela noite. Com isso, a advogada dele, Inés Guardiola, deve sustentar que o acusado "não tinha plena consciência do que fez".
Não há prazo definido para a apresentação da sentença final.
O caso
Desde o dia 20 de janeiro de 2023, Daniel Alves está preso preventivamente no Centro Penitenciário Brians 2. Quatro pedidos de liberdade provisória foram negados pela Justiça da Espanha, que alega que ele poderia fugir para o Brasil.
A equipe de defesa da denunciante, que não teve a identidade revelada, pede pena máxima para esse tipo de crime na Espanha, que é de 12 anos. Já o Ministério Público pede nove anos de prisão para Daniel.
Além disso, caso seja condenado, a Justiça já impôs que o brasileiro pague € 150 mil (equivalente a R$ 798 mil) à vítima por danos morais e psicológicos.