Depois de se tornar campeão mundial de tiro esportivo na Tailândia, na sexta-feira (8), o hamburguense Lucas Roth de Oliveira, de 22 anos, falou sobre a competição que reuniu cerca de 600 atiradores. “Para mim foi uma competição esplêndida. Não tenho palavras para explicar tudo isso. Aprendi muitas coisas, conheci pessoas, foi a melhor competição da minha vida, a melhor viagem.”
Seis vezes campeão brasileiro de tiro na modalidade shotgun e três na mini rifle, o atleta é o primeiro brasileiro a chegar ao lugar mais alto do pódio no IPSC Shotgun World Shoot 4. Roth conta que passou por diversas dificuldades para poder competir.
“Tive problemas com o voo, atrasou quase dois dias, as malas não chegaram e todos meus equipamentos estavam lá. Quando fui testar a munição, que é diferente da que usamos no Brasil, a minha arma não aceitou muito bem. Consegui trocar, porém continuei com alguns problemas. Uma série de eventos negativos aconteceram, mas que acabaram me deixando mais forte”, conta o atleta, que teve a companhia de seu pai, César de Oliveira, da loja Armeria Sports, de Novo Hamburgo.
A competição consiste em 30 pistas, mais de 300 disparos foram efetuados com os três tipos de cartuchos que podemos usar na espingarda: o chumbo fino, chumbo grosso e o balote.
“Hoje eu agradeço que deu tudo certo nesses cinco dias de competição, onde eu fiz um turno por dia. Meu pai atirava no turno inverso, então eu fiquei o dia inteiro no clube, com uma temperatura muito quente.” O patriarca competiu na categoria super sênior e terminou na sexta posição.
Outros dois atletas da delegação brasileira também se destacaram: Luisa Acosta, de Porto Alegre, foi vice-campeã mundial damas e Lucas Vargas, de Goiás, foi vice-campeão mundial júnior.
Parte psicológica em dia
O hamburguense conta que a parte mental foi fundamental na competição. “A competição chega num ponto que não vale tanto mais a técnica, o quão bom tu é, porque tu tá atirando com os melhores competidores do mundo. Depois que termina as seis pistas do dia, você já vê os resultados, isso vai te deixando aflito, mudando seu tiro por conta do emocional. Essa competição mexe muito com o psicológico, não é somente a parte de atirar, a técnica. Eu aprendi muito com isso”, inicia Roth.
“No primeiro dia atirei tranquilo, terminei como 11º, no segundo me emocionei pela boa posição e não me concentrei direito. Já no quarto fui bem e cheguei no último dia na segunda colocação, com 1.1% atrás do líder. Cheguei focado e leve. Estava com a consciência limpa pois sabia o que deveria fazer por ter treinado nos últimos 365 dias. Na decisão foi o meu melhor dia, atirei bem. E ainda terminei com uma vantagem sobre meu adversário”, completa o campeão.
“Quero agradecer a minha família, que em momento algum deixou de me apoiar, incentivar e aplaudir. Se não tivesse o apoio deles, não teria chegado aqui. Esta semana eu pude realizar o sonho de todo competidor que é chegar ao lugar mais alto do pódio em um mundial. E tive a honra de receber a medalha presidencial das mãos do meu pai. Era mais um sonho, que eu não esperava realizar este ano.”
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