INDÚSTRIA CALÇADISTA

ZERO GRAU: "Vieram para comprar"; marcas da região comemoram vendas na feira de Gramado

Empresas atendem mercados externo e interno e lançam suas coleções na mostra coureiro-calçadista

Publicado em: 19/11/2024 13:04
Última atualização: 19/11/2024 13:36

A indústria coureiro-calçadista da região celebra bons negócios na 14ª edição da Zero Grau, a feira que apresenta as tendências das coleções de calçados e bolsas para o outono-inverno 2025. O foco principal do evento, que iniciou na segunda (18) e segue até quarta (20), tem sido o mercado interno, com a visita de lojistas de todo o Brasil, mas também há procura por parte de importadores. 

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Mirely e Ricardo fazem negócios no estande da Werner Foto: Juliana Nunes/GES-Especial

A calçadista Werner, de Três Coroas, e que celebra 55 anos em dezembro, fechou vendas no primeiro dia e deve receber ainda mais visitantes nesta terça-feira (19). "Os lojistas estão aqui para efetivar negócios, vieram para comprar. Temos clientes maiores agendados para hoje (19) e já conquistamos novos clientes. Nosso foco está sendo no mercado interno, vem muito cliente da região Sul e também de outros estados como Minas Gerais e Goiás", diz o diretor da empresa, Werner Arthur Muller Junior, que também conta que a empresa deve fechar o ano com crescimento entre 5 e 10% no faturamento.

De Goiás, uma das lojistas que marca presença nesta edição é a Mirely Rocha, da loja de calçados Mauteé. "Venho em todas as edições. Busco muito produto em couro e com materiais inovadores. Gosto muito do calçado despojado como as papetes. Vejo que as marcas estão prezando pelo conforto, com uma pegada mais atemporal, como nas botas. Também vi muito forte linhas com exóticos como couro de phyton e cores que são a aposta do outono-inverno como malbec (bordô)", relata a lojista que foi atendida na Werner pelo representante Ricardo Garcia.


Queli e Queila com pares na cor malbec, que será hit do outono-inverno 2025 Foto: Juliana Nunes/GES-Especial

A cor malbec realmente vem forte na coleção de 2025 e é uma tendência nas coleções da Cia Perfeita, de Três Coroas,  assim como as fivelas. "Temos uma coleção com cor mais fechada, mais de inverno mesmo E também os materiais diferenciados que dão um 'up' no produto", comenta a diretora comercial da calçadista, Queli Faiffer.

A empresa, que faz parte do projeto do Sindicado da Indústria do Calçado de Três Coroas (SICTC), Três Coroas Shoes, registra grande movimento no estande. "Pessoal veio focado em comprar. Tivemos um primeiro dia (18) muito bom e hoje (19) está sendo assim também", completa a Queila Faiffer, marketing da empresa.

A marca atua no mercado doméstico e com exportações, estas representam 40% das vendas atuais. Segundo a diretora comercial, a empresa vem crescendo no mercado externo. "Atendemos vários países como Argentina, Equador, República Dominicana, Estados Unidos, Canadá, Angola. Os EUA foi uma grata surpresa, abrimos exportação para lá na metade deste ano. Para os EUA vendemos muito scarpin, sapatilhas e produtos mais neutras, em cores como preto e prata", diz Queli. 

Bons negócios e novos mercados


Roberto Argenta Foto: Juliana Nunes/GES-Especial

Assim como em outras edições, o estande da Calçados Beira Rio, de Novo Hamburgo, é um dos mais procurados na Zero Grau. O CEO da empresa, Roberto Argenta, acompanha as vendas de perto. O empresário gaúcho lembra que a Beira Rio teve duas fábricas atingidas durante as enchentes, uma em Roca Sales e outra em Igrejinha. "E atingiu também nossos fornecedores e prestadores de serviço. Mas com muito trabalho recuperamos tudo", ressalta.

De acordo com o CEO da calçadista, com sede em Novo Hamburgo, a empresa está abrindo novos mercados, especialmente na América Latina. "Tivemos crescimento em exportação e esperamos crescer mais. Estamos entrando na Espanha e em Portugal e há uma expectativa que a relação com os EUA seja mais positiva com a mudança de governo", destaca Argenta.

O empresário celebra bons resultados, mas faz ponderações. Conforme ele, há a necessidade de um envolvimento maior do governo federal para que haja crescimento nas exportações e também um combate em relação ao mercado das bets.

"As bets tiram o dinheiro do consumo, é um recurso que gera uma crise na economia. Outra coisa que nos assusta é a possibilidade do fim da escala 6x1. Precisamos criar uma perspectiva de crescimento a nível nacional e isso não está acontecendo." 


 

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