O litoral norte do Rio Grande do Sul recebe uma grande quantidade de veranistas nesta época do ano. E com o verão vem também a oportunidade de conseguir um emprego, seja ele temporário ou efetivo.
Entre as cidades da região litorânea que mais contam com oportunidades estão Tramandaí e Imbé. E como ocorre nas demais áreas do Estado, o comércio é o campeão na oferta de demanda e de vagas. Segundo a presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Tramandaí e Imbé, Nara Maria Müller, as contratações têm crescido nos últimos anos.
“Nos últimos anos, com mais moradores fixos nas cidades litorâneas, o comércio, especialmente de supermercados, tem demandado mais pessoas para trabalhar. Com a proximidade do verão, ali por outubro, essas grandes varejistas já iniciam seus processos de recrutamento para o verão, devido à previsão de aumento de veranistas”, explica.
Ainda conforme Nara, grande parte das contratações iniciaram em novembro, mas o processo de recrutamento tem sido constante, ao longo do ano. A dirigente lembra ainda que apesar da ofertas muitos lojistas encontram dificuldades na hora de contratar um novo colaborador.
“Nossos associados relatam que, nestes últimos anos, desde a pandemia da Covid-19, têm enfrentado mais dificuldades na contratação de colaboradores, uma vez que, as grandes redes de supermercados absorvem a maior parte da mão de obra em Imbé e Tramandaí”, conta Nara Müller.
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Vagas se intensificaram no pós-enchente
Conhecida como a capital das praias, a cidade de Tramandaí começou o mês de dezembro com 385 vagas abertas e no começo desta semana 240 haviam sido preenchidas, de acordo com Roberto Barók, da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS)/Sine de Tramandaí. “Estamos com 145 abertas e para o começo de 2025 a tendencia é ainda ter vagas, mas em número menor. Quem precisou, já anunciou e contratou”, diz Barók.
O comércio lidera a oferta, seguido do setor de serviços. “Há alguma coisa para veranistas também, como diarista ou para limpeza em dias corridos ou quinzena e mês inteiro”, relata o funcionário da FGTAS/Sine.
Barók conta também que as enchentes de maio acabaram afetando a dinâmica de vagas de empregos no Litoral Norte. Com a migração de moradores de áreas atingidas pelas cheias para cidades litorâneas e consideradas seguras, houve aumento na demanda em meses que costumam ser mais “fracos” como abril, maio e junho.
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Projeções para 2025
A economista-chefe da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), Patrícia Palermo, avalia o panorama da empregabilidade para os próximos meses no litoral gaúcho.
“O verão costuma aumentar significativamente a população do litoral gaúcho. Com isso, criam-se inúmeras oportunidades de trabalhos temporários na hotelaria, em bares e restaurantes, além do comércio varejista em geral. Para o verão 2025, as expectativas são de que haja abertura de muitas vagas, mas já antevemos dificuldades de preenchimento dessas. Uma conjuntura marcada por uma taxa de desemprego baixa associada a uma população estruturalmente mais envelhecida como a que temos no RS é um empecilho natural a novas contratações, especialmente temporárias”, observa.
Patrícia destaca a importância do treinamento desses novos colaboradores, ainda que seja para curtos períodos de tempo. “O treinamento é condição essencial para a prestação de um serviço de excelência”, afirma.
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