Símbolo do Rio Grande do Sul, o chimarrão é uma tradição que se perpetua entre os gaúchos e, na Expointer, também tem um lugar especial. É a Escola do Chimarrão, de Venâncio Aires, que mantém um galpão dentro do Parque de Exposições Assis Brasil.
O espaço, localizado junto à entrada, é ponto de encontro para quem deseja tomar um mate, limpar a cuia, encher a térmica ou conhecer a história da bebida que foi herdada dos guaranis. Segundo o diretor-executivo Luís Fernando Rodrigues, embora o chimarrão seja popular, tem muita gente que não sabe preparar a bebida.
“Ensinamos a temperatura correta, o modo certo de conservar a erva e também como limpar a bomba”, explica Rodrigues, ao mencionar que não só os gaúchos visitam o espaço, mas também pessoas de outros estados. De acordo com ele, pessoas de todos os cantos do Brasil passam pelo galpão interessados em conhecer a bebida típica.
Regras do chimarrão e uso dos utensílios
Além de ensinar a preparar o chimarrão, Rodrigues chama a atenção para outros procedimentos que merecem cuidado. “Não se deve usar a bomba como colher para tirar a erva”, hábito que ele avalia ser de 90% dos gaúchos. Com o tempo, a bomba entope, o que atrapalha na hora de beber o chimarrão. O ideal é lavar a bomba inclinada, embaixo de jato forte de água, com o bocal virado para baixo, permitindo assim que as impurezas sejam eliminadas.
Outro detalhe é sobre a secagem da cuia, que deve ser com o porongo deitado, para não ficar com umidade. “Tem cuia que modifica o sabor, com o porongo azedo, e não tem mais como reverter”, explica. Conforme Rodrigues, os instrutores ainda ensinam como preparar o mate em cuias de inox e de madeira torneada.
A escola foi fundada há 20 anos, 15 anos marcando presença na feira e há três anos com o galpão, mantida com apoio do Estado e de sete ervateiras.
Trinta e seis modelos de chimarrão
Na entrada do galpão, o visitante confere uma mesa com 36 cuias, cada uma com um tipo de chimarrão. O destaque é o mate homenagem, feito em comemoração à 46.ª Expointer. Também tem o ventania, com detalhes que lembram um redemoinho; o apaixonado, com um desenho de coração; e o mate da ponte, com duas possibilidades de colocar água. Ainda tem o china pobre, que vai pouca erva, e o mate do prego, indicado para aquelas pessoas que gostam de mexer na bomba.
A idealizadora da Escola do Chimarrão, Rejane Rüdiger Pastore, lembra que este modelo faz menção ao sexto mandamento do chimarrão. “Em vez da pessoa mexer na bomba, pode mexer no prego”, diz. Mas o chimarrão mais curioso é o “Gaúcho macho”, que não tem abertura para servir a água.
Neste modelo, é preciso encher a cuia pela bomba. Rejane conta que antigamente o chimarrão era utilizado entre os casais para responder aos galanteios. Se a moça servisse mate com mel ao rapaz, era porque tinha o desenho de casar. Se servisse com açúcar, só queria amizade. Mas se ela não tinha nenhum interesse no rapaz, coloca água fervente. “E ela servia pela bomba. Então o rapaz ficava desiludo”, comenta. O Dia do Chimarrão é comemorado em 24 de abril.
Veja fotos de diferentes modos de preparo
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