VOLTA DO AEROPORTO

AEROPORTO: Veja os impactos da reabertura do Salgado Filho no turismo e nos negócios do RS

Setor calçadista também terá movimentações a partir da retomada parcial do Salgado filho; entenda

Publicado em: 17/10/2024 15:27
Última atualização: 17/10/2024 15:54

A interrupção dos voos no aeroporto Salgado Filho impactou a economia do Rio Grande do Sul e mudou a rotina de profissionais de diferentes áreas. O CEO da SeniorLab, Martin Henkel, fundou a empresa em Porto Alegre, mas atualmente tem como base dos negócios as cidades de São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG).

Sem o aeroporto da capital dos gaúchos, Henkel precisou recorrer a outras bases áreas e a logística que levava antes cerca de 2 horas, passou a durar um dia inteiro. Agora, o empresário conta os dias para utilizar novamente o aeroporto da capital dos gaúchos.

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Aeroporto Salgado Filho retomará a operação de forma parcial na próxima segunda (21) Foto: Divulgação Fraport Brasil

"A perda do aeroporto foi bem ruim, complicou muito a logística e foi especialmente em um período em que eu estava conduzindo várias consultorias no Rio Grande do Sul”, conta Henkel. Além do tempo maior disponibilizado para a mobilidade, o CEO que atua no mercado 60+ também precisou ficar atento aos altos valores cobrados pelas passagens.

"Havia uma oferta pequena para pousar em canoas e oferta pequena ou impossibilidade em Caxias do Sul. Algumas viagens acabam acontecendo muito em cima da hora e a tarifa para pousar em Canoas e Caxias chegava a ser o mesmo valor de uma viagem de São Paulo à Nova York", relata.

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Martin Henkel durante um dos voos na base aérea de Canoas Foto: Arquivo pessoal

A solução encontrada pelo consultor foi utilizar com mais frequência o aeroporto de Florianópolis (SC). "Floripa foi muito importante. Eu pegava ônibus leito e viajava 6 horas até Porto Alegre e assim por diante. Foi complexo e desafiador. Vou celebrar muito no dia 23 de outubro quando o pneu do avião em que estarei pousar no Salgado Filho, em Porto Alegre. E com certeza muitos outros profissionais já estão comemorando também."'

Feiras calçadistas 


Edição realizada em maio teve mais de 9 mil visitantes Foto: Divulgação/BFSHOW

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A volta parcial das operações do aeroporto internacional de Porto Alegre trouxe otimismo também ao setor de eventos do segmento calçadista.Segundo Letícia Sperb Masselli, gerente de Relacionamento e Negócios da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), o retorno do aeroporto será importante para o sucesso da BFSHOW, feira que ocorre em São Paulo (SP), de 11 a 13 de novembro,e conta com muitos participantes do RS.

"Irá facilitar a conexão não somente de compradores gaúchos com a feira realizada em São Paulo, mas também dos muitos expositores do Estado. Acreditamos que a BFSHOW, em novembro deste ano, deve gerar mais do que o dobro de negócios em relação à feira do mesmo mês de 2023, consolidando amostra como a maior do Brasil e uma das principais nas Américas",avalia Letícia.


Negócios na Zero Grau 2023 Foto: JULIANA NUNES/GES-ESPECIAL

A Zero Grau, feira do setor que também ocorre em novembro, entre 18 e 20 de novembro,mas em Gramado, na Serra Gaúcha, já sente impactos positivos diante do anúncio do retorno das operações a partir da próxima segunda-feira (21).

"Até semana passada tinha lojista achando que o aeroporto não abriria este ano. Mas como está tendo muita divulgação do tema eles estão confirmando presença nesta edição da feira. Nem tem como descrever a sensação e é um sentimento de todos os gaúchos, já que estávamos'ilhados.' A volta do aeroporto gera muitos negócios. Temos inclusive importadores confirmados. No credenciamento on-line na última quarta (16) só de espontâneos, fora pelo nosso projeto, foram 30 cadastrados e isso não seria possível sem a retomada do aeroporto", conta Roberta Pletsch, Diretora de Relacionamento da Merkator Feiras e Eventos.

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Bom,mas deve ser melhor em 2025

A economista-chefe da Federação do Comércio de Bens e serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), Patrícia Palermo, lembra que o setor de serviços foi o único no Estado que ainda não voltou aos patamares pré-enchente e, apesar de ser algo muito positivo para a economia, o retorno das operações aéreas por Porto Alegre será um processo com benefícios a serem sentidos mais fortemente em 2025.

"Dentro deste setor (serviços) temos a importância muito grande da questão relacionada ao setor das atividades turísticas. Na pesquisa mensal feita pelo IBGE tem um indicador, o Iatur – Índice de Atividades Turísticas que mostra que o Rio Grande do Sul está em uma situação bastante complicada. O Estado acumula no Iatur uma queda de 17,2% no ano. A cada mês que passa as atividades turísticas melhoram, mas estamos ainda muito abaixo do que estávamos no ano passado", detalha Patrícia.

Como o impacto é muito maior no transporte de passageiros as consequências são geradas principalmente no turismo, seja de lazer ou de negócios. No entanto, a economista-chefe da entidade gaúcha lembra que muita gente define seu destino turístico com uma certa antecipação.

"A partir do dia 21 de outubro será melhor do que o dia 20 de outubro, isso é indiscutível, porém não podemos esquecer que grande parte do que acontece no último trimestre do ano no segmento turístico já foi definido antes, em um período em que ainda existia indefinições sobre o Estado. E teremos uma operação parcial até meados de dezembro. Muitas das viagens turísticas são de escolha arbitrária das pessoas, você escolhe o seu destino. Então cada vez que há um empecilho, como foi o caso do RS com as enchentes, você tira a possibilidade deste destino, você escolhe outro. Haverá recuperação sim, mas é um processo. Não vou me espantar se 2025 for o melhor ano para o turismo no RS", destaca Patrícia.

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