O PIB do Rio Grande do Sul deve crescer 3,1% em 2025, enquanto no cenário nacional ficará em 2,6%. Essa é a projeção da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), que foi apresentada durante uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (17), em Porto Alegre.
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A estimativa da entidade é que, após crescer 3,5% em 2024, o País desacelere e perca força durante o próximo ano. “Vai ser um ano que vai começar bem e terminar mal. Estamos em uma situação relativamente positiva, mas infelizmente ao longo do ano teremos uma deterioração no quadro econômico”, afirma o consultor econômico da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal.
Para os representantes da entidade, um dos principais problemas citados pela entidade para contribuir com a incerteza econômica, que deve ser mais grave no segundo semestre, tem nome: equilíbrio fiscal. “Enquanto não houver um compromisso genuíno com o equilíbrio fiscal, nossa dívida pública continuará crescendo, o câmbio se desvalorizará, a inflação aumentará e os juros permanecerão altos”, pondera o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
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Conforme a entidade, 2025 será marcado por grandes desafios, especialmente ligados à condução das contas públicas e ao controle da inflação. A Fecomércio-RS acredita que o IPCA encerrará o próximo ano registrando alta de 5%, mantendo-se elevado em 2026 e 2027. “Vamos começar o ano pensando que ficamos ricos e terminar achando que estamos pobres”, complementa Portugal.
Na tentativa de conter a deterioração das expectativas e reduzir a inflação, o Banco Central (BC) já contratou mais duas elevações de um ponto percentual para o primeiro trimestre do próximo ano, o que levaria a Selic a 14,25% ao ano até o final de março. “O choque de juros deve conter esse processo, mas talvez não consiga revertê-lo. A dívida pública está em uma trajetória perigosa e é possível concluir que os riscos para a solvência fiscal serão grandes caso o governo não consiga conter os gastos”, esclarece Bohn.
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“O seis veio para ficar”
A coletiva da Fecomércio-RS acontecia ao mesmo tempo em que a oscilação do dólar bateu R$ 6,20 na manhã desta terça-feira. Após uma intervenção do BC através dos leilões da moeda americana, a cotação recuou por volta das 15 horas. Os leilões são uma tentativa para reduzir a cotação, que registrou um disparo expressivo após a apresentação do pacote de corte de gastos do governo federal.
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Na avaliação da federação, o cenário do câmbio não deve ter uma mudança significativa e falta credibilidade ao BC para controlar os preços. “O seis (em referência aos R$ 6) veio para ficar, isso significa que subirão os preços dos alimentos. Talvez, a gasolina não suba por subsídio do governo, mas os setores de preços não controlados por ele terão essa diferença”, frisa Portugal.
Dentro disso, a entidade enxerga o dólar a R$ 6 e a inflação a 5% ao ano como um piso para 2025. “Vamos repetir o cenário de 2014, com crescimento no início e recessão ao final do ano. O que temos hoje é uma política fiscal frouxa e uma política monetária apertada. Não estamos mais no sinal amarelo do ponto de vista fiscal, mas no vermelho”, pontua Portugal.
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