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"Um presidente sindicalista que se comporta como banqueiro", diz presidente da Federasul sobre Lula
Entidades fizeram duras críticas ao presidente durante evento desta semana
Última atualização: 13/06/2024 16:35
A Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul) realizou na última quarta-feira (12) mais uma edição do evento Tá na Mesa. O efeito econômico a partir das enchentes que assolaram o Estado foi o tema principal, mas com um ingrediente a mais: críticas ao governo federal.
O presidente da entidade, Rodrigo Sousa Costa, abriu o evento sem poupar críticas ao presidente Lula, especialmente em relação ao auxílio no pós-catástrofe que chamou de “insensíveis” e “insuficientes”.
"Todas as entidades alertaram sobre o problema do quinto dia útil. Esse país já deu dinheiro a fundo perdido para tantos países, já perdoou dividas, já auxiliou países com crise humanitária. Por que, para o Rio Grande, é crédito com juros variados? É um presidente sindicalista que se comporta como banqueiro", disse.
A palestra também teve tom de forte crítica. O economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, começou solicitou à produção do evento que inserisse no telão as medidas do governo federal para o RS e a tela ficou em branco. "Isto mesmo, não tem", comentou.
Segundo da Luz, o valor de R$ 1 bilhão aportado pela União por meio de crédito a produtores rurais do RS “não fazem nem cócegas”. Ele citou também o recente leilão de arroz proposto pelo governo federal e anulado na quarta (12). "Com esses R$ 7 bilhões (do leilão) poderíamos ajudar muito mais empresas. Não me parece que é falta de dinheiro, é falta de foco", criticou o economista.
Também participaram das palestras representantes da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio-RS) e Câmara dos Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-Poa). Todos endossaram o discurso das demais entidades apresentando dados de seus setores.
O gerente de relações governamentais da Fecomércio-RS, Lucas Schifino falou sobre a questão das empresas que foram afetadas de forma indireta pelas cheias. "Os valores aportados pelo Palácio do Planalto são direcionados para empresas diretamente alagadas, mas ignoram as que foram duramente afetadas pela catástrofe de forma indireta. Imagina quantos mercados não alagaram, mas perderam o estoque por falta de luz? O prejuízo é gigantesco".
De acordo com Schifino, as empresas gaúchas foram afetadas de diferentes maneiras; pela destruição de ativos, pela redução da atividade econômica, com receitas obstruídas direta ou indiretamente pelo alagamento, bem como aumento de custos devido a problemas de infraestrutura.