Frequentadores do restaurante O Bifão podem sentar-se à mesa aliviados. Um dos mais tradicionais estabelecimentos de Novo Hamburgo iniciou o ano de 2024 celebrando o encerramento da Recuperação Judicial.
Conforme explica o consultor da MSC Advogados, Robson Lima, as dívidas trabalhistas foram pagas e as demais estão sendo quitadas de acordo com o estabelecido no plano de reestruturação, aprovado em dezembro de 2022.
A decisão de que pôs fim ao processo de recuperação foi proferida pela Vara Regional Empresarial da Comarca de Novo Hamburgo, em fevereiro. De lá para ainda havia alguns trâmites e a divulgação o fim do processo ocorreu nesta semana.
Ao longo do processo de recuperação, liderado pelo escritório MSC Advogados, o estabelecimento fez uma série de mudanças administrativas e operacionais que ajudaram no enfrentamento das dívidas, que somavam R$8 milhões. Com isso, além do arrefecimento da pandemia, foi possível retomar as atividades e trazer novidades para os clientes.
“O restaurante tem uma história que se confunde com o Município, e a recuperação judicial teria um impacto social diferente porque, com certeza, isso passaria pela história de cada um. Mas a cidade respondeu muito bem. Houve aumento da tele entrega logo depois do pedido de recuperação judicial. Parecia que a cidade queria ajudar”, recorda-se Lima.
“Nunca pensamos em desistir. O Bifão nasceu para atender as famílias — e trabalhamos muito para superar as dificuldades e olhar para frente”, afirma Janice Corrêa da Silva, filha do fundador e atual administradora do restaurante, em declaração dada à assessoria do escritório MSC Advogados.
Mudanças foram necessárias
Entre as mudanças, ocorreu a reforma do ambiente do restaurante, que hoje atende com 100% da sua capacidade, a reabertura do estacionamento, melhorias no serviço de tele entrega e inovações no cardápio.
No segundo semestre de 2023, o Bifão completou 70 anos. “Era uma grande missão promover as reestruturações necessárias, porque não poderia se perder a essência do restaurante, o que é sempre desafiador. Mas houve uma resposta muito positiva da comunidade. Foi uma honra participar desta história”, acrescenta Lima.
“Uma das coisas mais importantes foi que a comunidade nunca deixou de nos abraçar. O restaurante tem uma memória afetiva na região — e isso nos motivou ainda mais para encarar as dificuldades e, hoje, estarmos aqui, depois de tudo o que passamos”, reforça Janice.
Pandemia assolou restaurantes
Um dos setores mais impactados pela pandemia foi o de restaurantes: uma pesquisa de 2021 da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) mostrou que 40% dos estabelecimentos de comida a quilo fecharam as portas do país. Quem também sentiu os efeitos foi o tradicional O Bifão, de Novo Hamburgo.
Fundado em 1953 por Manoel Corrêa da Silva e sua esposa Jures, o restaurante, com capacidade para mais de 200 pessoas, teve de fechar as portas por causa das restrições sanitárias. O local teve de dispensar quase metade dos colaboradores e passou a operar apenas por delivery. E, para dar conta de dívidas superiores a R$ 8 milhões, precisou recorrer à recuperação judicial.
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