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ECONOMIA

Setor calçadista pode se beneficiar da vitória de Trump? Entidades avaliam cenário após eleições dos EUA; entenda

Entidades empresariais falam sobre o que se pode esperar da economia e das relações com o presidente Lula

Juliana Dias Nunes
Publicado em: 06/11/2024 às 18h:10 Última atualização: 06/11/2024 às 20h:41
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A vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos deve gerar impactos também na economia brasileira. O resultado foi anunciado nesta quarta-feira (6), após o republicano vencer a democrata Kamala Harris. Como fica a região após este resultado nas urnas de um país que é tão importante para os negócios da região?

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Donald Trump | abc+



Donald Trump

Foto: Reprodução/Redes socias/@realdonaldtrump

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Para o vice-presidente de Economia da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos (ACI-NH/CB/EV/DI), André Momberger, geralmente o impacto na América Latina é pequeno, mas pode haver consequências positivas para o setor calçadista, muito forte na região.

“Ele é um presidente mais protecionista, uma visão mais dos democratas mesmo. E isso pode ser bom para nós em relação ao mercado chinês. O dólar estando mais forte é bom para nossa economia, favorece as exportações e se eles subirem taxação para produtos chineses, aumenta a nossa competitividade, já que a China é hoje o principal concorrente do setor calçadista. Mas isso ainda é apenas uma conjectura. Se aumentar a inflação norte-americana, pode ser que eles não taxem”, avalia.

Momberger também lembra dos efeitos a curto prazo, chamado de Trump Trade, que também poderiam favorecer os negócios. “Sabe-se que ele é um cara mais a favor da desregulação de mercado, que acredita em mercados mais livres. Essa essência com menos amarras para os negócios é favorável. O que acredito que vamos ver é um dólar mais forte, a bolsa subindo nos EUA e empresas se desenvolvendo”, completa.

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico de São Leopoldo (SINDIMETAL RS) acredita que ainda é cedo para fazer análises, porém também acredita que a mudança na gestão dos EUA possa beneficiar a economia gaúcha e da região. “Deve haver essa valorização do dólar e para quem exporta é muito bom. Mas, por enquanto, são suposições, ainda não há certezas. É importante lembrar que a economia é algo dinâmico”, diz o presidente da entidade, Sergio Galera.

Confiança dos empresários gaúchos

De acordo com o presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Rodrigo Sousa Costa, o resultado das eleições nos Estados Unidos devem trazer esperança aos empresários gaúchos.

“Estamos em um momento na geopolítica mundial de guerras e conflitos e o presidente Donald Trump é vinculado a valores e princípios de empreendedorismo e trabalho. E isso representa para o empresariado gaúcho um aumento do índice de confiança no futuro. As pessoas estão inseguras com o mundo e com o Brasil, o que tem feito com que se travem muitos investimentos. Quando se aumenta o índice de confiança, e a eleição teve este poder, se traz uma certa esperança que os valores do trabalho, da meritocracia retorne à pauta mundial. tudo isso mexe com o estado de espírito do empresariado gaúcho, e o mercado gaúcho está muito vinculado às exportações.”

Relações com o governo Lula

Sobre a relação de Trump com o presidente Lula, Momberger avalia que deve continuar sendo saudável. “A relação do Brasil com os EUA com sempre foi muito saudável. É um parceiro comercial muito relevante. Se analisarmos que Trump está em um espectro mais à direita talvez não se tenha um alinhamento muito grande com o presidente Lula, mas também não vejo um desalinhamento. Não tivemos experiência com Trump em um governo de esquerda, mas enxergo um Lula muito hábil, não vejo que vá haver problema de relacionamento em função de diferenças ideológicas“, ressalta o vice-presidente de Economia da ACI.

 

 

 

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