ECONOMIA

Setor calçadista começa o ano com queda nas exportações; entenda o motivo

Dois mercados interferiram no desempenho do setor calçadista em janeiro

Publicado em: 09/02/2024 16:37
Última atualização: 09/02/2024 16:38

As exportações do calçado seguem em queda. Em janeiro de 2024, as exportações do setor somaram 10,3 milhões de pares, que geraram US$ 90,75 milhões, quedas tanto em volume (-29,7%) quanto em receita (-23%) em relação ao mesmo mês do ano passado.


Exportações do calçado seguem em queda Foto: Divulgação

Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) que relaciona os impactos sobretudo as quedas nos embarques para os mercados colombiano e argentino, de 40% e 24%, respectivamente.

"A Colômbia é o nosso terceiro principal destino, em volume, então o resultado teve um impacto bastante relevante no registro geral", avalia o presidente-executivo da entidade, Haroldo Ferreira. A Abicalçados projeta queda de 13% nas exportações para o primeiro trimestre, com uma recuperação na segunda parte do ano.

Os destinos

Principal destino das exportações de calçados brasileiros, em receita gerada, os Estados Unidos importaram 1,1 milhão de pares verde-amarelos no primeiro mês de 2024, o que gerou US$ 21,48 milhões, quedas tanto em volume (-13,4%) quanto em receita (-8,2%) em relação a janeiro do ano passado.

Já a Argentina, segundo destino das exportações brasileiras em receita, importou 556,5 mil pares verde-amarelos, pelos quais pagou US$ 11 milhões, quedas tanto em volume (-24,3%) quanto em receita (-13,6%) ante o mesmo período do ano passado.

Completando o ranking dos principais destinos do primeiro mês de 2024 aparece a Espanha, que importou 2,14 milhões de pares verde-amarelos no período, o que gerou US$ 6,17 milhões para as fábricas brasileiras. Em pares, a Espanha é o único país entre os principais destinos com saldo positivo ante 2023 (+4%). Já em receita, a queda foi de 10,7% ante janeiro de 2023.

RS na liderança dos embarques

A principal origem das exportações segue sendo o Rio Grande do Sul. Em janeiro, partiram das fábricas gaúchas 2,98 milhões de pares, que geraram US$ 45,56 milhões, incremento de 5,5% em volume e queda de 2,4% em receita na relação com janeiro de 2023.

A segunda origem das exportações do setor no primeiro mês do ano foi o Ceará, que embarcou 3,72 milhões de pares por US$ 21 milhões, quedas tanto em volume (-37%) quanto em receita (-39,4%) em relação ao mesmo mês do ano passado.

Com quedas de 41,3% em volume e de 28,8% em receita, São Paulo foi a terceira origem das exportações de calçados em janeiro. No mês, partiram das fábricas paulistas 416,32 mil pares, pelos quais foram pagos US$ 7,4 milhões, quedas tanto em volume (-41,3%) quanto em receita (-28,8%) ante janeiro de 2023.

Importações

Assim como as exportações, as importações de calçados desaceleraram no início de 2024. No primeiro mês do ano, entraram no Brasil 2,8 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 37,12 milhões, resultados inferiores tanto em volume (-13,5%) quanto em receita (-24,3%) ante o mês correspondente de 2023.

As principais origens seguem sendo os países asiáticos China, Vietnã e Indonésia, que juntos responderam por 70% das importações no período. Em janeiro, com um preço médio de US$ 3,90 por par, a China embarcou rumo ao Brasil 1,1 milhão de pares, pelos quais foram pagos US$ 4,3 milhões, quedas de 32,2% e de 18,8%, respectivamente, ante o mesmo mês de 2023. A segunda origem de janeiro foi o Vietnã, de onde foram importados 799,58 mil pares por US$ 17,16 milhões, quedas de 34,3% e de 30,8%, respectivamente, ante 2023.

Completando o ranking das importações aparece a Indonésia, de onde vieram 347,76 mil pares por US$ 5,7 milhões, quedas de 8,8% e de 29%, respectivamente, ante 2023.

Em partes de calçados - cabedais, solas, saltos, palmilhas etc - as importações de janeiro somaram US$ 3,76 milhões, 40% mais do que no mesmo mês de 2023. As principais origens foram China, Paraguai e Colômbia.

 


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