A Sondagem Industrial do RS divulgada nesta quinta-feira (27) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) mostra o impacto das enchentes de maio na produção e na utilização da capacidade instalada das empresas.
Segundo a Fiergs, o índice de evolução atingiu 33,8 pontos, o menor valor já apurado para o mês, e 13,6 pontos abaixo da média histórica de maio (47,4). O índice varia de zero a cem pontos, e abaixo de 50 indica queda da produção ante o mês anterior.
“Para os próximos seis meses, as expectativas dos empresários apontam estabilidade da demanda, mas, infelizmente, com redução do emprego e das exportações”, afirma o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.
A entidade vem solicitando junto ao governo federal a adoção de medidas que ajudem a preservar o emprego e a renda dos trabalhadores, além de linhas de créditos facilitadas para as empresas.
Outros dados
Apenas em março e abril de 2020, quando enfrentava os efeitos iniciais e mais intensos da pandemia de Covid-19, a produção caiu tanto. Em maio de 2024, 55,5% das empresas relataram redução da produção ante abril, sendo que, para 35,5% destas (19,5% do total das empresas), a queda foi acentuada.
Assim como a produção, a utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria gaúcha recuou bastante em maio, atingindo 57% – uma diferença de 14 pontos percentuais a menos do que na comparação com abril (71%).
O grau médio também ficou 11,1 pontos percentuais abaixo da ocupação média histórica do mês, que é de 68,1%, e só é maior que a UCI dos meses de abril (49%) e maio de 2020 (56%). No mesmo sentido, o índice em relação à UCI usual registrou 32,5 pontos, o valor mais baixo desde maio de 2020.
Nesse caso, valores inferiores a 50 revelam que, na percepção dos empresários, a UCI ficou abaixo do normal para o mês. Quanto menor, mais distante.
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Emprego
O emprego industrial também caiu em maio (índice de 47 pontos) de forma mais intensa do que em abril (49,6), mas não destoou muito do comportamento esperado para o mês, cuja média histórica tem sido de 47,9 pontos. O índice de número de empregados também varia de zero a cem pontos, sendo que dados abaixo desse valor indicam queda na comparação com o mês anterior.
O que deve vir por aí
A Sondagem da Fiergs aponta também as perspectivas da indústria gaúcha para os próximos seis meses. O índice de demanda registrou 49,9 pontos este mês, o que significa que os empresários esperam uma estabilidade na demanda pelos seus produtos no período. Já as projeções dos empresários para o número de empregados (48,1 pontos), para as compras de matérias-primas (47,9) e para as exportações (48,1) são de queda.
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