Com dívida estimada em R$ 20 bilhões, a companhia aérea Gol tem pelo menos 50 mil credores. É o que consta no pedido de recuperação judicial apresentado nesta quinta-feira (25) à Justiça dos Estados Unidos. A lista foi divulgada pelo jornal O Globo.
Foto: Gabriel Rosa/Divulgação Gol
O maior credor apontado pela Gol é o banco americano BNY Mellon, com US$ 539,9 milhões para receber. Depois aparecem, pela ordem, Comando da Aeronáutica (US$ 222,5 milhões); Vibra (US$ 91,4 milhões); Boeing (US$ 15,2 milhões) e Infraero (US$ 15 milhões).
Ao protocolar um pedido de reestruturação pelo Capítulo 11, a lei americana exige que a empresa apresente uma lista dos 30 credores detentores dos maiores créditos não garantidos pela companhia, o que inclui emissões de título de dívida, passivos comerciais e dívidas tributárias.
Segundo revelou o Globo, a lista de credores registrados pela Gol soma um passivo de US$ 970,2 milhões, o equivalente a cerca de R$ 4,7 bilhões. Segundo a Gol, são entre 50 mil e 100 mil credores, ou seja, a lista é pelo menos cinco vezes maior que a dos credores das Americanas, por exemplo (9 mil).
Os US$ 539,9 milhões devidos ao banco americano BNY Mellon incluem um título com vencimento para 2025, de US$ 353,8 milhões; um título sem prazo de vencimento, de US$ 142,1 milhões; e um título de dívida com vencimento para 2024 de US$ 42,9 milhões.
Smiles foi incluído na recuperação judicial da Gol?
No processo de reestruturação, a Gol incluiu, além da Smiles, subsidiárias e braços da empresa que vão além do transporte de passageiros, como as unidades financeiras Gol Finance (em Luxemburgo e em Cayman); a GAC, de logística; e os fundos de investimentos exclusivos Airfim e Fundo Sorriso.
Além do escritório de advocacia Milbank e da consultora Seabury Capital, a Gol contratou também para o processo de reestruturação o escritório de advocacia Hughes Hubbard & Reed LLP, que já trabalhou com a United Airlines; e as consultorias Kroll e AlixPartners.
Veja a lista dos maiores credores da Gol (em milhões de dólares)
- BNY Mellon: 538,95
- Comando da Aeronáutica: 222,54
- Vibra: 91,46
- Boeing: 15,25
- Infraero: 15,05
- CFM International: 13,59
- Concessionária do Aeroporto Internacional de Florianópolis: 12,00
- SEC (Securities and Exchange Commission): 9,39
- Ministério da Fazenda: 7,39
- Sabre: 5,69
- Almap BBDO: 4,05
- Honeywell Aerospace: 2,53
- Jeppesen: 4,81
- KLM Royal Dutch Airlines: 2,37
- Master Freight: 2,34
- Safran Landing Systems: 2,30
- Localiza: 2,13
- Inframerica – Aeroporto Internacional de Brasília: 2,11
- Banco do Brasil: 1,81
- Concessionária do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro – Galeão: 1,61
- Pallas Operadora Turística: 1,58
- Intelsat: 1,54
- Akad Seguros: 1,46
- RM Servicos Auxiliares de Transporte Aereo: 1,42
- Delta Air Lines: 1,34
- Goodyear do Brasil: 1,28
- Mathex – Soluções Tecnológicas: 1,22
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