NEGÓCIOS

POLÊMICA DA TAXAÇÃO: Como ficam as compras na Shein, Shopee e AliExpress? Empresas falam sobre aumento nos preços

Projeto aprovado na Câmara termina com a isenção no imposto de importação de compras até US$ 50

Publicado em: 30/05/2024 10:48
Última atualização: 30/05/2024 11:24

A Câmara dos Deputados aprovou na última terça-feira (28) o texto-base de um projeto de lei que termina com a isenção para compras internacionais de até US$ 50 que estava em vigor desde 1º de agosto de 2023. O fim da isenção altera o processo de compras em plataformas digitais como Shein, Shopee e AliExpress. 


Câmara dos Deputados aprovou na última terça-feira texto-base de projeto que termina com a isenção para compras internacionais de até US$ 50 Foto: DIVULGAÇÃO

A Shein avaliou a decisão como retrocesso e projeta aumento nos produtos acima de R$ 16. A empresa afirma que com o fim da isenção, a carga tributária que recairá sob o consumidor final, passará a ser de 44,5%, o que com a isenção se mantinha em torno de 20,82% devido à cobrança do ICMS, no valor de 17%.

Ou seja, um vestido que o consumidor da Shein comprava no site por R$ 81,99 (com ICMS de 17% incluso), agora custará mais de R$ 98 com a nova carga tributária, formada pelo imposto de importação de 20% mais o ICMS de 17%.

Para a AliExpress, a medida pode desencorajar investimentos estrangeiros no País. Segundo a empresa, o Brasil passaria a ser um dos locais com maior alíquota para compras internacionais.

O texto aprovado na Câmara ainda seguirá para o Senado.

Visão diferente

Diferentemente do que pensam Shein e AliExpress, a Shopee vê a cobrança de forma positiva. A gigante do e-commerce vê a majoração do imposto de importação para 20% em compras até US$ 50 como um benefício ao empreendedorismo nacional.

No caso da Shopee, a maioria vendas no Brasil provém de vendedores locais, por isso, a decisão teria menor impacto. A empresa tem, inclusive, um Centro de Distribuição em Gravataí.

Concorrência desleal, dizem entidades

Entidades que representam setores da economia, como o calçadista, avaliam a decisão como "meio termo". Para a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), a solução ameniza o problema, mas não resolve a concorrência com mercado externo vias plataformas digitais, especialmente o asiático.

A Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos (ACI-NH/CB/EV/DI) espera que outras medidas sejam tomadas já que o Brasil tem encargos maiores, além dos que envolvem as questões trabalhistas.

Gostou desta matéria? Compartilhe!
CategoriasBrasilEconomia
Matérias Relacionadas