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GIGANTES DO VAREJO

POLÊMICA DA TAXAÇÃO: Consumidores da região buscam alternativas para evitar taxa em compras de até 50 dólares

Vice-presidente de Economia da ACI fala sobre a "taxa das blusinhas" e as consequências no consumo e no varejo nacional

Juliana Dias Nunes
Publicado em: 25/07/2024 às 16h:28 Última atualização: 25/07/2024 às 17h:37
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O imposto de importação em compras de sites internacionais voltará a ser cobrado a partir da próxima quinta-feira (1º). Alguns sites como AliExpress e Shopee, informaram que pretendem começar a taxar as compras de até 50 dólares antes do prazo oficial, a partir deste sábado (27).

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Fernanda espera uma compra pela Shein e pretende diminuir seus gastos na plataforma  | abc+



Fernanda espera uma compra pela Shein e pretende diminuir seus gastos na plataforma

Foto: Arquivo pessoal

 LEIA MAIS EM: POLÊMICA DA TAXAÇÃO: “Resolve parte do problema”, diz Abicalçados sobre imposto em compras de até 50 dólares

A Shein, disse que pretende iniciar a cobrança à meia-noite do dia 1º de agosto, mas informou que é possível que haja a taxação em compras feitas entre dois a três dias antes da data, pelo mesmo motivo citado pelas outras gigantes asiáticas: a defasagem entre o momento da compra e o registro na declaração alfandegárias.

E já que o retorno do imposto será uma realidade, o que fazer? Alguns consumidores avaliam efetuar compras de menor valor ou até mesmo abandonar o modelo de comércio on-line.

A maquiadora e designer de sobrancelhas Fernanda Lindner, 40 anos, que mora em Novo Hamburgo, espera a chegada de itens de trabalho adquiridos via plataforma da Shein, pelos quais ainda não será taxada, e já pensa em como seguir utilizando as plataformas internacionais sem pagar a mais por isso.

“Com mais impostos acredito que vai afastar muitos consumidores. Eu compro justamente por ter um valor abaixo do que eu encontro em sites nacionais, mesmo que algumas vezes o prazo de entrega seja maior ainda vale a pena. Como a cobrança agora envolve também itens de até 50 dólares, vou ter que reorganizar minhas necessidades de compra”, conta.

A última compra da Bárbara Brittes, 27, que também é profissional da área da beleza em Novo Hamburgo, foi uma bota no início do mês e deve ser a última. “Eu costumava comprar roupas e calçados, mas agora não vai mais compensar comprar nestes sites, infelizmente.”

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Os três lados da medida

O vice-presidente de Economia da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos (ACI-NH/CB/EV/DI), André Momberger, lembra que a medida pode ser vista como favorável ou desfavorável, a depender dos agentes envolvidos.

“Para o consumidor é péssimo, ele tinha algo que era isento e agora pagará a taxa. E geralmente quem utiliza estas plataformas é o consumidor mais humilde, Tem também aquele que montou um pequeno negócio baseado em importações, em produtos vindo de países como a China, e terão um impacto negativo”, avalia.

Há ainda a situação do varejo nacional. “Há a competição desleal com os varejistas locais que muitas vezes não têm esta isonomia dada, na época, para estes produtos de menor valor. No aspecto de justiça tributária não é ruim. O ideal, ao meu ver, é que houvesse isonomia para os varejistas locais também”, explica.

A “taxa das blusinhas”

A medida ficou conhecida como “Taxa das Blusinhas”, já que muitas compras feitas do exterior são de consumidores brasileiros em sites chineses que tem na blusa um produto frequentemente adquirido via plataformas digitais.

Pela legislação atual, produtos importados abaixo de US$ 50 (cerca de R$ 255) são isentos de imposto de importação. O relator do projeto na Câmara, deputado Átila Lira (PP-PI), incluiu a taxação de 20% de imposto sobre essas compras internacionais e a medida passa a valer oficialmente a partir do dia 1º de agosto.

A solicitação era um pedido do varejo e da indústria. Um dos segmentos que mais defendeu a taxação foi o calçadista.

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