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Pensando em comprar uma geladeira nova? Fique atento às regras que vão mexer no preço

Decisão do governo vai tirar do mercado os modelos sem eficiência energética

Publicado em: 17/12/2023 17:47
Última atualização: 17/12/2023 17:47

Quem está pensando em trocar de geladeira sem gastar muito precisa ficar atento. Uma decisão do governo federal, publicada no início do mês, vai tirar do mercado a partir de 1º de janeiro de 2024 os modelos sem eficiência energética, o que vai impactar alguns modelos com preços mais acessíveis.


Tendência é que geladeiras fiquem mais caras a partir de 2024, diz entidade do setor Foto: AdobeStock

A partir do dia 1º, não poderão ser produzidas e importadas geladeiras com nível de eficiência energética abaixo de 85,5%. Esse índice sobe para 90% em 2026. A decisão foi tomada pelo Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética do Ministério de Minas e Energia (MME).

A mudança de critério consta na resolução nº 2, de 23 de novembro de 2023, que foi publicada no Diário Oficial no dia 8 de dezembro e acendeu o sinal de alerta para a indústria. Nos últimos dois anos os fabricantes de geladeira vêm percebendo redução na demanda, situação que tende a se agravar.

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), a nova regra pode retirar 10% dos volumes de geladeiras já no próximo ano e 83% em 2026, quando o índice de eficiência sobe para 90%. A produção de refrigeradores deve fechar este ano em 4,9 milhões de unidades.

O presidente da Eletros, José Jorge do Nascimento, diz que “só vão ficar no mercado a partir de 2026 geladeiras com valor acima de R$ 4 mil e isso vai provocar um prejuízo gigante para a população das classes C, D e E”.

Ele lembra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a dizer, em meados do ano, que era preciso baratear o refrigerador para que os mais pobres pudessem trocar a geladeira. Na época, Lula fez alusão à cerveja “que não estava mais gelando”.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, houve reuniões com a Eletros e o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, nas quais a associação reiterou suas preocupações com os prazos e os índices. No entanto, segundo o MME, a entidade “não apresentou novos dados que pudessem comprovar os impactos esperados pelas empresas”.

O ministério rebateu a informação da indústria de que, pelo menos a primeira fase de ajuste, que começa em 1º de janeiro, retire produtos do mercado. “Todos os aparelhos atualmente fabricados e comercializados no País atendem ao índice de 85,5% definido para essa etapa”, diz a nota.

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CategoriasBrasilEconomia
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