A Pavioli, marca conhecida pelas massas de pastel e por ser concorrente da Pastelina, pediu falência em junho deste ano após ter o processo de recuperação agravado pelas enchentes de maio que danificaram o prédio e maquinários. Nesta semana, a empresa que fica em Canoas foi vendida em um leilão de ativos pelo valor de R$ 650 mil.
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A empresa que adquiriu a Pavioli também é conhecida no segmento. A Italiany, com sede em Sapiranga, já havia tentado adquirir a marca anteriormente, mas esbarrou em questões legais. Agora, levou a melhor no leilão que deve ser homologado pela justiça em até 30 dias.
E como fica o futuro da marca de Canoas no mercado de alimentos? De acordo com o diretor da Italiany, Paulo Taschetto, a empresa vai manter características que fazem sucesso com os consumidores.
“Precisamos respeitar o prazo que a lei determina antes de começar as ações. Mas estrategicamente já estamos reunidos como time para que a marca volte para o mercado. Estamos montando estratégias como organizar rotas de caminhões, contratar mais colaboradores. Vamos manter o nome e a receita. A ideia é mexer o mínimo possível na história da Pavioli”, conta Taschetto, que já conversou com a família que, até então, era detentora da marca de massas.
“A família me ligou após o leilão. Ficaram felizes por ter sido a Italiany, eles sabem que honraremos a tradição da marca”, completa Taschetto.
Neste primeiro momento, a Pavioli ficará sob o “guarda-chuva” da Italiany. “Assim que possível lançaremos como uma marca separada”, explica o diretor da empresa de Sapiranga.
A aquisição faz parte do plano de expansão da Italiany que vai ampliar a fábrica em Sapiranga. “Em agosto fizemos 30 anos. Temos um crescimento exponencial e a Pavioli vem a somar nesta evolução da empresa”, ressalta Paulo Taschetto.
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O que aconteceu com a Pavioli?
A Pavioli já vinha enfrentando um processo de recuperação judicial. Somando prejuízos da pandemia com os resultantes da catástrofe climática de maio, a indústria pediu falência no mês de junho.
Em maio deste ano, a empresa cogitou se mudar para Cachoeirinha, por conta de dívidas com aluguel do prédio que ocupava em Canoas. No entanto, antes de concretizar a mudança, o prédio foi inundado pelas cheias e acabou sendo retomado judicialmente.
No pedido de recuperação, feito em 2022, a dívida da indústria de alimentos somava R$ 20 milhões. O valor com a venda deve ser utilizado para pagar credores.
Quem é a Italiany?
A empresa de Sapiranga tem 30 anos de história e um portfólio com mais de 60 produtos. Em 2020, a empresa familiar inaugurou uma nova fábrica, com 7 mil metros quadrados, ampliando a capacidade produtiva e modernizando as linhas de pastéis, massas frescas e recheadas.
“O novo espaço possibilitou que a Italiany apresentasse novas linhas, como nhoque, pão de alho, snacks, pasteis recheados e tortei ao mercado”, lembra Alessandro Taschetto, diretor industrial da empresa.
Com produção e logística próprias, contando com 230 colaboradores diretos e mais de 50 veículos na frota, a Italiany está presente, hoje, em mais de cinco mil clientes no Rio Grande do Sul.
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