ECONOMIA
PAQUETÁ: Complexo calçadista de R$ 75,3 milhões vai a leilão; saiba a situação da fábrica do Vale do Sinos
Interessados no leilão da calçadista devem se cadastrar previamente; veja detalhes
Última atualização: 04/11/2024 12:17
A novela da Paquetá The Shoe Company, de Sapiranga, pode chegar ao fim ainda este ano. Foi anunciado o leilão judicial dos prédios que compõem a matriz da empresa. A calçadista enfrenta graves dificuldades financeiras e os recursos com a venda serão utilizados para quitar débitos trabalhistas.
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O leilão será realizado pela Justiça do Trabalho, através da Leiloeira Oficial Joyce Ribeiro (JR Leilões), nos dias 25 de novembro e 5 de dezembro de 2024, com encerramentos às 14 horas, pelo site www.jrleiloes.com.br e presencial na Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Sapiranga, Nova Hartz e Araricá (Acisa), que fica na Rua Padre Réus, no 837, sala 04, Centro, em Sapiranga.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga e Região, Júlio Cavalheiro Neto, a produção na cidade já estava totalmente parada e os ex-funcionários esperam agora que o pagamento seja efetuado logo após a concretização da venda. "Os direitos trabalhistas serão pagos com a venda por leilão, é o que esperamos", reitera Neto.
Para participação e oferta de lances eletrônicos, os interessados no leilão deverão se cadastrar previamente também no site da Leiloeira Oficial www.jrleiloes.com.br, até 24 horas antes do início.
A Paquetá foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou até a publicação desta matéria. O canal segue aberto para a empresa.
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Bens e valores
Segundo a JR Leilões, o bem leiloado será dividido em cinco lotes. Serão 2 complexos industriais com 32.807 metros quadrados e 6.471 m², com terrenos de 39.855 m² e 19.203 m², respectivamente, e 3 terrenos de 1.750 m², 594 m² e 559 m², localizados nas ruas 25 de Julho e São Jacó, no Centro de Sapiranga.
Juntos, os cinco lotes foram avaliados em pouco mais de R$ 75,3 milhões, com possibilidade de serem arrematados por pouco mais de R$ 45,2 milhões.
O maior complexo industrial, com quatro edificações, sendo uma de 31.929 m² (constituída por uma parte construída anteriormente a 1972 e outras seis, entre 1974 e 1988) e outras três de 823 m², 44 m² e 10 m² (construídas em 1988), foi avaliado em pouco mais de R$ 52,7 milhões e poderá ser arrematado por pouco mais de R$ 31,6 milhões.
Já o complexo industrial com terreno de 19.203 m², possui área total construída de 6.471 m², sendo constituída por diversos prédios, inclusive o prédio destinado ao refeitório, com dois pisos, construído em 1987, que tomou o número 182 da Rua 25 de Julho. O bem foi avaliado em pouco mais de R$ 19,9 milhões, com possibilidade de ser arrematado com desconto de 40%, por pouco mais de R$ 11,9 milhões.
O terreno de 1.750 m², com valor de avaliação de pouco mais de R$ 1,3 milhões, poderá ser arrematado por menos de R$ 800 mil, enquanto os dois outros terrenos menores, de 594 m² e 559 m², poderão ser arrematados, respectivamente, por pouco mais de R$ 446 mil e R$ 382 mil, valores equivalentes a 40% das avaliações, de R$ 743.696,00 e R$ 637.060,00.
Em todos os casos, conforme a JR Leilões, o pagamento poderá ser parcelado em até 30 vezes, com entrada de 30% do valor da arrematação.
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Relembre o caso
A indústria de Sapiranga teve seu processo de recuperação judicial encerrado em 2023, mesmo ano em que vendeu sua operação de varejo para o Grupo Oscar (SP). Em julho deste ano, a rede de lojas multimarcas Di Santinni (RJ) adquiriu a marca de calçados e acessórios femininos Capodarte. O grupo varejista pagou o equivalente a R$ 36 milhões pela etiqueta pertencente até então à Paquetá.
Antes disso, em 2022, a rede varejista multimarcas Esposende, que pertencia a Paquetá The Shoe Company, foi adquirida pelo Grupo Dok.
Como a empresa se desfez de importantes "braços" da companhia os rumores de que a indústria em Sapiranga também iria fechar começaram a surgir em 2023 e voltaram a ser assunto em agosto deste ano. Em setembro deste ano, a fábrica ainda contava com alguns colaboradores na produção.
A reportagem do ABCMAis acompanha a situação de perto. Alguns trabalhadores esperam pelo pagamento há mais de 1 ano. A dívida trabalhista da calçadista gaúcha atinge também ex-colaboradores de fábricas fechadas em outros estados como o Ceará.
A expectativa é de que com a venda, via leilão judicial, a empresa consiga quitar os débitos.