abc+

SELIC

O que dizem entidades gaúchas de indústria e comércio sobre o aumento da taxa de juros

Copom anunciou aumento de 1 ponto percentual nesta quarta-feira (11)

Publicado em: 12/12/2024 às 16h:28 Última atualização: 12/12/2024 às 16h:29
Publicidade

Na última reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual, passando de 11,25% para 12,25% ao ano. A decisão superou as projeções do relatório Focus e da pesquisa Projeções Broadcast, que previam uma alta de 0,75 ponto percentual.

LEIA TAMBÉM: Médico de Lula fala sobre novo procedimento feito no cérebro do presidente nesta manhã

Copom anuncia aumento na taxa básica de juros.  | abc+



Copom anuncia aumento na taxa básica de juros.

Foto: AdobeStock

O colegiado indicou que novos ajustes de 1 ponto percentual poderão ser feitos nas próximas duas reuniões, o que colocaria a Selic acima da máxima registrada no governo Bolsonaro, quando atingiu 13,75% ao ano. “Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”, diz o comunicado.

Essa foi a maior elevação da Selic durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com decisão unânime entre os diretores do BC. O Copom justificou que a conjuntura econômica atual exige uma política monetária “ainda mais contracionista”.

FIQUE POR DENTRO: PREVISÃO DO TEMPO: Calorão marcará as tardes no RS antes mesmo do início oficial do verão; confira

Veja o que dizem as entidades gaúchas sobre o aumento:

Fiergs 

A Federação das Indústrias do RS (Fiergs) avalia que a possibilidade de aumento da inflação para 2025 e 2026 justifica a decisão tomada pelo Copom. “A decisão do Banco Central de aumentar os juros para 12,25% reflete a maneira como o Executivo tem conduzido a política fiscal nesse ano. O pacote de redução de gastos apresentado pelo Governo Federal não é suficiente para estabilizar a dívida pública, que atualmente chega a cerca de 80% do PIB brasileiro. Essa atitude refletiu na elevação das expectativas de inflação e gerou fortes impactos na taxa de câmbio, que atingiu suas máximas históricas”, afirma o presidente da entidade, Claudio Bier.

Na visão da Fiergs, o movimento do Copom foi adequado para preservar a credibilidade da política monetária e manter a estabilidade econômica em médio e longo prazos. “Reconhecemos, contudo, que essa medida traz desafios significativos para o setor produtivo, sobretudo para as indústrias e os pequenos negócios, que já enfrentam elevadas pressões de custos”, conclui Bier.

CLIQUE AQUI E INSCREVA-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Fecomércio-RS

Na avaliação da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) havia muitas dúvidas e algumas certezas para esta decisão do Copom. Entre as dúvidas, estava a magnitude da alta e se a decisão seria unânime ou não. Entre as certezas, o fato de que a conjuntura apresentou uma dinâmica que apenas reforça pressões inflacionárias.

“No ambiente externo, tanto os dados de atividade nos EUA quanto os resultados da eleição apontam para um cenário à frente com mais inflação, o que acaba contratando taxas de juros mais altas, com reflexos sobre a cotação da moeda americana. No âmbito interno, a insuficiência do pacote fiscal em endereçar uma viabilização estrutural do arcabouço fiscal somado a um anúncio de isenção do imposto de renda para pessoas com renda mensal de até R$ 5.000,00, ainda que com a intenção de ser compensado com a tributação de rendas mais altas, tornaram claro que não existe um compromisso genuíno com o equilíbrio fiscal. Com o câmbio passando de R$ 6,00, a curva de juros precificando taxas altíssimas, expectativas de inflação se deteriorando para horizontes de tempo cada vez maiores, acelerar a alta dos juros era uma certeza”, pontua o presidente da entidade, Luiz Carlos Bohn.

Para o presidente, enquanto o fiscal não fizer a sua parte, a política monetária vai ter esse gosto cada vez mais amargo. “O Brasil já deveria ter aprendido a lição de que finanças públicas desequilibradas cobram, cedo ou tarde, o seu preço. A conta está chegando”, pondera.

Publicidade

Matérias Relacionadas

Publicidade
Publicidade