O Rio Grande do Sul teve novos avanços no processo de transição energética. Na última sexta-feira (30), durante a Expointer, em Esteio, o governo do Estado, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), assinou o memorando de entendimento com mais duas empresas, a Arpoador Energia e Mitsubishi Power para desenvolver projetos voltados à geração de energia renovável e à produção de hidrogênio verde (H2V).
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As empresas se somam aos outros projetos que também fazem parte do fomento da cadeia de hidrogênio verde. Também têm propostas assinadas as empresas White Martins (dez/21), Enerfin (mar/22), Ocean Winds (jun/22), Neoenergia (ago/22), prefeitura de Rio Grande (fev/23), Green EN.IT e Ventos do Atlântico En. Eólica (mai/23), CMPC (set/23), Equinor-Portos RS (set/23) e CPFL Energia (set/23). A White Martins tem unidades em Sapucaia do Sul e Canoas, além disso está construindo uma planta industrial em Campo Bom que deve ser concluída em 2025, esta para atender a indústria Verallia na produção de oxigênio. Já a CPFL Energia tem sede em São Leopoldo.
Capacidade no RS e potencial da região
A partir do programa, o governo estadual irá apoiar empreendimentos e propor e implementar políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia de H2V no Estado.
De acordo com o governador Eduardo Leite, o RS está comprometido em desenvolver a tecnologia, com investimentos contínuos e parcerias estratégicas, incluindo a assinatura dos memorandos de entendimento. “Esta é uma iniciativa do nosso governo que não trará resultados imediatos, pois é uma aposta de longo prazo do Estado. Estamos desenvolvendo a cadeia do hidrogênio verde, ainda emergente no mundo, mas que terá impacto positivo e transformador na nossa realidade econômica”, lembra o governador.
A previsão é de que os investimentos nesse mercado gerem uma alta de R$ 62 bilhões no PIB do Rio Grande do Sul e cerca de 41 mil empregos diretos e indiretos.
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Um dos principais objetivos do programa é viabilizar a produção, transmissão, armazenagem e uso do novo energético. O governo do RS também estimulará a transição energética em direção a uma economia de baixo carbono, a geração de emprego e renda nas diferentes regiões do Estado e a inovação tecnológica.
Para o diretor da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos (ACI-NH/CB/EV/DI), Fauston Saraiva, há muitas empresas na região que possuem potencial de explorar o hidrogênio verde.
“Tudo que movimenta a economia do Estado em geral reflete na região e este projeto reflete de forma direta porque temos muitas empresas na região com plataformas e mercado para explorar este tipo de energia. Quem esteve na Expointer confirmou isso, temos inúmeras outras empresas de regiões também do Caí e Paranhana que trabalham com biocombustíveis, que tem em seu escopo, em sua plataforma, na sua capacidade de uso, tecnologias que vão ao encontro desta iniciativa. Tudo que tenha inovação vai refletir positivamente no Estado e na região”, destaca Saraiva.
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O que é e como usar hidrogênio verde?
O hidrogênio verde é considerado a “energia do futuro”. É uma forma limpa e sustentável de produzir hidrogênio, o gás amplamente utilizado na indústria. A diferença está, basicamente, no processo. Na produção de hidrogênio verde se utiliza energia renovável, como a solar ou eólica, para realizar a eletrólise da água, separando-a em hidrogênio e oxigênio.
O H2V pode ser produzido diretamente ou como matéria-prima para outros produtos, de modo a atender tanto à demanda interna como aos mercados externos. Entre as aplicações estão o combustível no setor de transportes, armazenamento de energia, e até mesmo na produção de materiais sustentáveis.
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