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ECONOMIA

Invasão asiática afeta exportações calçadistas no primeiro trimestre do ano; entenda

Dados da Abicalçados mostram queda nas exportações e aumento nas importações no segmento calçadista

Juliana Dias Nunes
Publicado em: 11/04/2024 às 12h:33 Última atualização: 11/04/2024 às 12h:33
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O setor calçadista brasileiro vive uma gangorra na balança comercial desde o ano passado. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), as exportações vêm em queda, enquanto a entrada de calçados estrangeiros, especialmente provenientes da Ásia, é cada vez maior.

Produção de calçado feminino no Rio Grande do Sul | abc+



Produção de calçado feminino no Rio Grande do Sul

Foto: Igor Müller/GES-Especial

Nos três meses de 2024, conforme a Abicalçados, foram embarcados 27,65 milhões de pares, que geraram US$ 253,4 milhões, quedas tanto em volume (-28%) quanto em receita (-22,8%) em relação ao mesmo período do ano passado.

Segregando apenas o mês de março, a exportação somou 9,27 milhões de pares e US$ 83,73 milhões, quedas de 20,5% e 22,9%, respectivamente, ante o mesmo mês de 2023.

Já as importações, no mesmo período, cresceram. De acordo com os dados da entidade calçadista, entraram no Brasil 10,32 milhões de pares de calçados por US$ 125,44 milhões, incrementos de 4,4% em volume e de 12% em receita em relação ao mesmo período de 2023. No mês de março, as importações somaram 3,4 milhões de pares e US$ 34,86 milhões, aumentos de 49,7% e 38,4%, respectivamente, ante mesmo mês de 2023.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que os resultados são provenientes da queda dos embarques para os Estados Unidos e países da América Latina, historicamente destinos importantes do calçado nacional.

“Ao mesmo tempo, os asiáticos vêm ganhando espaço nesses países”, conta. Segundo o executivo, apesar de a queda nos embarques para os Estados Unidos ser menos intensa do que em meses anteriores, ainda existem dificuldades com relação ao consumo interno norte-americano. “Porém, o nosso principal revés tem sido na Argentina, nosso segundo mercado internacional”, avalia.

RS lidera

O principal estado de origem das exportações segue sendo o Rio Grande do Sul. No primeiro trimestre, saíram das fábricas gaúchas 8 milhões de pares por US$ 122,63 milhões, quedas de 15% em volume e de 12,4% em receita no comparativo com o mesmo período de 2023.

Invasão asiática

No trimestre, a principal origem dos produtos importados foi o Vietnã, com 2,86 milhões de pares e US$ 59,6 milhões, aumentos de 19% em volume e de 7% em receita no comparativo com o mesmo período do ano passado. A China foi a segunda origem, com 1,63 milhão de pares e US$ 3,62 milhões, incremento de 27,3% em volume e queda de 24,3% em receita; e a Indonésia a terceira origem, com 495 mil pares e US$ 8,73 milhões, incrementos significativos de 416% em volume e de 379% em receita.

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Além da trinca de asiáticos, chamou a atenção da Abicalçados o crescimento de países asiáticos Camboja e Mianmar, que triplicaram suas exportações de calçados para o Brasil no mesmo período.

Em partes – cabedais, saltos, solados, palmilhas etc -, as importações do trimestre somaram US$ 10,9 milhões, 52% mais do que no mesmo período do ano passado. As principais origens foram China, Paraguai e Estados Unidos.

 

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