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ECONOMIA

Indústria da transformação no RS registra queda de 19,3% nas exportações; entenda

Dados da indústria foram divulgados pela Fiergs e mostram também atuação nas importações

Juliana Dias Nunes
Publicado em: 18/06/2024 às 16h:09 Última atualização: 18/06/2024 às 16h:31
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A Indústria de transformação sofreu forte impacto nas exportações no mês de maio em virtude das cheias que assolaram o Rio Grande do Sul. Segundo levantamento divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) nesta terça-feira (18) a retração foi de 19,3% na comparação com o mesmo mês de 2023, com queda em 18 dos 23 segmentos que realizaram embarques.

Embarques foram prejudicados pelas enchentes | abc+



Embarques foram prejudicados pelas enchentes

Foto: Divulgação

“Além de fábricas fora de operação, a infraestrutura danificada contribui para maiores custos para a indústria gaúcha, tanto em transporte como na produção. A maior parte das plantas industriais está localizada em municípios atingidos pelo desastre climático”, afirma o presidente da entidade, Gilberto Porcello Petry.

A entidade ressaltou que embora tenha registrado faturamento de US$ 1,2 bilhão com as exportações, de acordo com os resultados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a indústria de transformação do RS vendeu US$ 282,5 milhões a menos do que no mesmo período do ano anterior.

O desempenho foi influenciado diretamente por uma menor quantidade (-18,9%) de produtos enviados ao mercado externo, visto que preços médios (-0,6%) variaram pouco. Os embarques da indústria de transformação já vinham em trajetória descendente há mais de um ano, mas o desempenho negativo ficou ainda mais evidente com a tragédia climática.

Embora tenha registrado faturamento de US$ 1,2 bilhão com as exportações, de acordo com os resultados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a indústria de transformação do RS vendeu US$ 282,5 milhões a menos do que no mesmo período do ano anterior. Esse desempenho foi influenciado diretamente por uma menor quantidade (-18,9%) de produtos enviados ao mercado externo, visto que preços médios (-0,6%) variaram pouco.

A tragédia climática contribuiu para aprofundar o desempenho negativo dos embarques da indústria de transformação. Eles têm apresentado trajetória descendente desde janeiro de 2023. Essas exportações ficaram US$ 227,9 milhões, redução de 16,2%, abaixo da média verificada para o mês de maio nos últimos três anos.

Setor de alimentos

O setor de alimentos  é o que mais exporta, mas também é o que puxou a queda em maio. A queda de 36,5% (-US$ 214,3 milhões) no resultado do segmento  (US$ 373,1 milhões) na comparação com maio de 2023, foi influenciada principalmente por uma menor quantidade (-34,2%) de mercadorias enviadas ao mercado externo. Preços apresentaram retração de 3,4%.

Quanto aos ramos de produção dessa indústria, óleos vegetais em bruto (US$ 119,1 milhões ou -US$ 160 milhões) embarcou suas mercadorias principalmente para a Coreia do Sul, o abate de aves (US$ 101,2 milhões ou -US$ 31,3 milhões) teve seus produtos comprados majoritariamente pelos Emirados Árabes Unidos e, por fim, o abate de suínos (US$ 49,4 milhões ou -US$ 2,8 milhões) enviou a maior parte de sua produção para a China.

Importações

Ainda conforme os dados divulgados pela Fiergs, as importações também tiveram queda. O Rio Grande do Sul importou US$ 772,2 milhões em mercadorias, em maio. Isso corresponde a uma retração de US$ 540,9 milhões frente ao mesmo período de 2023 (-41,2%). A menor demanda gaúcha por bens intermediários (US$ 473,2 milhões, -US$ 191,2 milhões ou -28,8%) e por bens de capital (US$ 122,2 milhões, -US$ 90,3 milhões ou -42,5%) sinaliza um mercado interno menos aquecido, visto o menor consumo por parte da indústria gaúcha de insumos e maquinário utilizados diretamente no processo produtivo.

A maior parte dos produtos importados pelo Estado foram os pertencentes ao segmento de químicos, US$ 226,6 milhões, um recuo de US$ 104,8 milhões ou 31,6%.

Os aeroportos

Segundo a Fiergs, o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, tem maior peso para as importações do que para as exportações. Em maio, foi exportado US$ 1,2 milhão pela Inspetoria da Receita Federal (IRF) do terminal, US$ 3,1 milhões a menos (-72,1%) do que no mesmo mês do ano passado.

Quanto às importações, foram US$ 3,5 milhões em compras, valor US$ 37,5 milhões (-91,5%) menor ao verificado em maio de 2023. O aeroporto teve suas operações interrompidas em 3 de maio, e já havia um certo volume embarcado antes de seu fechamento.

Já o Porto de Rio Grande, principal local de embarque das exportações gaúchas, embora a cidade tenha decretado estado de calamidade, continuou a pleno funcionamento. No entanto, as rotas que ligam as plantas industriais até os portos e alfândegas foram bastante afetadas, tornando os deslocamentos mais longos e demorados. Esse cenário contribuiu para maiores custos de transporte para a indústria gaúcha, afetando tanto o produto final processado quanto os insumos utilizados no processo produtivo.

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