ARGENTINA X BRASIL
Governo de Milei deixa setor calçadista brasileiro em alerta; entenda o motivo
Cenário econômico no país vizinho ainda é incerto e medida adotada por Alberto Fernández deve continuar
Última atualização: 11/12/2023 18:58
A relação econômica entre o setor coureiro-calçadista brasileiro e a Argentina sofreu entraves durante o governo anterior ao de Javier Milei, que tomou posse no último domingo (10). Na gestão de Alberto Fernández, empresários do setor esperaram por até 180 dias para receber o pagamento de exportações. A medida de restrições às importações do setor foi imposta para limitar temporariamente as importações e, assim, conter a saída de divisas do país, mantendo o nível de reservas internacionais.
FIQUE BEM-INFORMADO: ENTRE NA NOSSA COMUNIDADE NO WHATSAPP
Mas e como fica a relação com o setor a partir da posse de Milei? Para a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), o cenário ainda é de alerta.
"Se, por um lado, a orientação ideológica nos permite pensar que serão reduzidos os entraves e barreiras não-tarifárias, medidas como a recém-anunciada — da necessidade de autorização do Banco Central local para realização de operações em dólares — acendem uma luz de alerta. A liberação das exportações é algo improvável neste contexto. Por mais que o governo queira, e acreditamos que sim, não existe capacidade para pagamento das importações, devido às baixas reservas internacionais do país", avalia o presidente-executivo da entidade.
Já a superintendente da Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Silvana Dilly, destaca que o incremento produtivo no mercado argentino é uma oportunidade para fornecedores do Brasil.
"Estamos acompanhando a Argentina com muita atenção. O setor calçadista argentino, visando aumentar a produção para atender o consumo local diante das dificuldades de importação, é um dos poucos não afetados pela crise econômica. Pelo contrário, mesmo com as dificuldades no mercado doméstico, a produção local cresceu 2,5% até outubro. O incremento produtivo é uma oportunidade para fornecedores de componentes brasileiros, já os calçadistas locais não possuem fornecimento suficiente para o seu abastecimento. Agora é aguardar os próximos capítulos”, observa Silvana.
Exportações para a Argentina
A Argentina segue como o principal destino do calçado brasileiro no exterior. Conforme levantamento da Abicalçados divulgado este mês, foram embarcados 13,67 milhões de pares até novembro deste ano, que geraram US$ 216,36 milhões, queda de 9,6% em volume e incremento de 28,2% em receita ante o mesmo período do ano passado.
No recorte de novembro, foram embarcados para lá 762,48 mil pares por US$ 13,43 milhões, queda de 2,8% em volume e incremento de 21,3% em receita na relação com intervalo correspondente de 2022.
A relação econômica entre o setor coureiro-calçadista brasileiro e a Argentina sofreu entraves durante o governo anterior ao de Javier Milei, que tomou posse no último domingo (10). Na gestão de Alberto Fernández, empresários do setor esperaram por até 180 dias para receber o pagamento de exportações. A medida de restrições às importações do setor foi imposta para limitar temporariamente as importações e, assim, conter a saída de divisas do país, mantendo o nível de reservas internacionais.
FIQUE BEM-INFORMADO: ENTRE NA NOSSA COMUNIDADE NO WHATSAPP
Mas e como fica a relação com o setor a partir da posse de Milei? Para a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), o cenário ainda é de alerta.
"Se, por um lado, a orientação ideológica nos permite pensar que serão reduzidos os entraves e barreiras não-tarifárias, medidas como a recém-anunciada — da necessidade de autorização do Banco Central local para realização de operações em dólares — acendem uma luz de alerta. A liberação das exportações é algo improvável neste contexto. Por mais que o governo queira, e acreditamos que sim, não existe capacidade para pagamento das importações, devido às baixas reservas internacionais do país", avalia o presidente-executivo da entidade.
Já a superintendente da Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Silvana Dilly, destaca que o incremento produtivo no mercado argentino é uma oportunidade para fornecedores do Brasil.
"Estamos acompanhando a Argentina com muita atenção. O setor calçadista argentino, visando aumentar a produção para atender o consumo local diante das dificuldades de importação, é um dos poucos não afetados pela crise econômica. Pelo contrário, mesmo com as dificuldades no mercado doméstico, a produção local cresceu 2,5% até outubro. O incremento produtivo é uma oportunidade para fornecedores de componentes brasileiros, já os calçadistas locais não possuem fornecimento suficiente para o seu abastecimento. Agora é aguardar os próximos capítulos”, observa Silvana.
Exportações para a Argentina
A Argentina segue como o principal destino do calçado brasileiro no exterior. Conforme levantamento da Abicalçados divulgado este mês, foram embarcados 13,67 milhões de pares até novembro deste ano, que geraram US$ 216,36 milhões, queda de 9,6% em volume e incremento de 28,2% em receita ante o mesmo período do ano passado.
No recorte de novembro, foram embarcados para lá 762,48 mil pares por US$ 13,43 milhões, queda de 2,8% em volume e incremento de 21,3% em receita na relação com intervalo correspondente de 2022.