Terminou nesta quinta-feira (14) a 47ª edição da Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes (Fimec), em Novo Hamburgo, que ficou marcada pela intensa visitação de clientes de fora do País em busca de novidades, tecnologia e parcerias nos mercados brasileiro e latino-americano.
Durante coletiva de avaliação, no fim da tarde, o diretor-presidente da Fenac, Márcio Jung, se juntou aos representantes do Pacto Calçadista e de algumas entidades ligadas ao cluster para fazer uma avaliação da Fimec 2024 e do setor. “Nós entregamos uma grande feira. Bem organizada e dentro da expectativa de expositores e visitantes”, pontuou.
“Importante destacar que conseguimos trazer um público bastante qualificado, incluindo uma intensa visitação de estrangeiros”, acrescentou. Jung ainda lembrou que essa presença massiva de visitantes internacionais é fruto de um trabalho da Fenac ao longo dos últimos anos, que intensificou a presença e a visitação em feiras de países vizinhos. “Um exemplo disso é a Argentina, país com o qual conseguimos reestabelecer uma relação e o comércio bilateral”, detalhou.
Ao falar sobre a presença de empresas asiáticas como expositoras da Fimec deste ano, o diretor-presidente ressaltou que o setor coureiro-calçadista brasileiro naturalmente atrai a atenção do Oriente.
“Produzimos cerca de 900 milhões de pares de calçados por ano, então o Brasil é o centro da produção calçadista na América Latina. A Fimec, enquanto uma feira internacional, é uma plataforma que permite que o mercado oriental encontre e venda para clientes internacionais latino-americanos”, definiu.
Além disso, Jung destacou que os dois expositores com maior metragem deste ano foram empresas italianas. “Isso reforça o protagonismo do Brasil no setor coureiro-calçadista aos olhos do mercado mundial”, avaliou.
O discurso foi complementado por Marlos Schmidt, presidente do Conselho de Administração da Fenac. “Fora da Ásia, nós somos o principal fabricante de calçados, então é natural que os fornecedores mundiais vejam o Brasil como um dos principais polos de atuação do setor. Isso demonstra toda a força que a Fimec e o mercado brasileiro e da América Latina têm”, ponderou.
Pacto Calçadista busca unir e potencializar setor na região
Durante a coletiva, foi apresentado o Pacto Calçadista, um movimento oficializado em janeiro deste ano que foi criado a partir de um programa de desenvolvimento de lideranças por iniciativa do Sebrae-RS. O projeto tem foco na união, colaboração e conexão de todos os agentes do cluster calçadista dos Vales do Sinos e Paranhana.
“Precisamos unir mãos, mentes e esforços para expandir e usar todo o potencial da região para produzir mais calçados”, destacou Schmidt, que também é presidente do Pacto Calçadista. “Mais do que isso, precisamos resgatar o orgulho de ser um dos principais produtores de calçados do mundo e comunicar isso para todos”, enfatizou.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq) e também integrante do Pacto, André da Rocha, enfatizou que “é preciso divulgar nossa capacidade de fazer bons produtos e atender ao mercado de maneira efetiva”.
Já Carolina Strack Rostirolla, analista de articulação de projetos do Sebrae, explicou que atualmente a iniciativa é composta por um time de voluntários que atuam no setor. “Mas qualquer pessoa comprometida com o propósito do Pacto Calçadista pode participar”, incentivou.
Expositores comemoram público qualificado
Neste ano, a Fimec reuniu cerca de 400 expositores, ultrapassando 10 mil metros quadrados de área de exposição. A presença de um público qualificado e tomador de decisão foi ressaltada entre as marcas participantes.
A Basf, empresa com sede em São Paulo, participa da Fimec há anos e ficou satisfeita com esta edição. “Percebemos uma presença qualificada, pois visitaram nosso estande clientes que são tomadores de decisão e empresas com interesse em inovação”, conta Fernando Barbosa, vice-presidente de performance de materiais.
Ele ainda explicou que a principal razão de participarem da feira é para reafirmar o compromisso da marca com a indústria de poliuretanos do mercado calçadista. “A Fimec para nós foi excelente porque a gente conseguiu apresentar o que temos em reciclagem e também em processos mais eficientes”, relatou.
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Participante da Fimec desde 2019, a Dacarto, de Osasco (SP), explicou que voltou a apostar no setor coureiro-calçadista recentemente e, por isso, decidiu participar da maior feira do cluster na América Latina.
O diretor comercial da marca, Paulo Reche de Souza, comparou a edição deste ano com a última. “A feira deste ano foi bem mais forte e focada. O público que visitou a Fimec realmente veio em busca de negócios, oportunidades, tecnologia e sustentabilidade, que é um dos temas que apresentamos no último ano – a linha Dgreen, com produtos produzidos com recursos de fontes renováveis”, detalhou. Diante dos resultados desta edição, a marca já planeja renovar a participação no próximo ano. “Pretendemos voltar, sim, e mais fortes ainda, com um projeto mais ousado”, antecipou.
Fábrica Conceito atrai olhares
A coletiva ainda foi momento para o presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Valdir Soldi, detacar o processo de evolução da Fábrica Conceito. O projeto apresentou a produção de calçados e bolsas dentro dos pavilhões da feira. “A produção da Fábrica Conceito é algo que evoluiu bastante e atrai os olhares dos visitantes. Esse ano tivemos a produção de bolsas pela primeira vez e a ideia é evoluir a cada ano”, contextualizou.
Soldi ainda explicou que a iniciativa contou com a participação de 90 estudantes da Escola do Calçado Senai. “É uma experiência fantástica para esses jovens, pois contribui com a formação deles”, ressaltou.
Neste ano, o setor de Mecatrônica do Senai também se envolveu no projeto para desenvolver um robô para auxiliar na Fábrica Conceito, mostrando a importância da integração entre diferentes áreas para criar inovações no setor. O presidente-executivo ainda antecipou que, em 2025, o espaço deve apresentar mais soluções com características sustentáveis.
Quando acontece a Fimec 2025?
A edição de número 48 da Fimec está confirmada para acontecer de 18 a 20 de março de 2025, das 13 às 20 horas, nos pavilhões da Fenac, em Novo Hamburgo.