O setor da confeitaria foi um dos atingidos pelas enchentes que assolaram o Estado em maio, especialmente os micro e pequenos negócios. E é para fortalecer esta doce cadeia e auxiliar diretamente confeiteiras que enfrentam dificuldades no cenário pós-enchente que está sendo realizada a 2ª edição da ChocolaTCHÊ- Feira e Congresso de Confeitaria Artesanal do Rio Grande do Sul, no Centro de Eventos do Park Shopping Canoas.
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O evento, que iniciou na segunda (9) e segue nesta quarta (11), é promovido pelo Instituto Sul Doce e conta com rodadas de negócios, ações de capacitação, networking e, especialmente, troca de experiências a partir das consequências e aprendizados que vieram com a catástrofe climática. Segundo a co-fundadora do Instituto Sul Doce, Mariane Rehm, o congresso contempla mais de 80 confeiteiras de cidades como Canoas, Porto Alegre, Novo Hamburgo, Tapes, entre outras.
“Conseguimos contemplar com insumos, produtos e acessórios, além de utensílios em geral mais de 80 confeiteiras de todo Rio Grande do Sul que foram diretamente atingidas pelas enchentes. Confeiteiras que tiveram suas casas inabitáveis. Nosso setor, tão importante na economia, é feito de micro e pequenos negócios. A maior parte deles comandado por mulheres, que trabalham de casa mesmo, buscando a sua realização e independência. Temos o propósito de valorizar quem coloca a mão na massa e de conectar essas pessoas com mais oportunidades de evoluir, especialmente em gestão empresarial e profissionalização, que são desafios no ramo da confeitaria artesanal”, explica Mariane.
A programação segue nesta quarta-feira até às 20 horas.
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As participantes
Uma das confeiteiras que participa da edição e que teve sua casa afetada pelas cheias é a Rosimar Costa Valmorbida, 48 anos, de São Leopoldo. “Nossa casa ficou toda submersa pelas águas. Trabalho em casa, fazendo pães, bolos e salgados, e o pouco que eu tinha se perdeu. Deus colocou pessoas no meu caminho que fizeram doações para a área da confeitaria e já consegui retomar o negócio. A feira está sendo extraordinária. Estou tendo aula com professores qualificados, me sinto privilegiada em participar”, conta Rosi.
O setor se mobilizou como um todo e um confeiteiro ajudou o outro. Um dos profissionais que auxilia a Rosi neste processo de retomada é o chef Alex Oliveira. “Ele me presenteou com algumas embalagens entre outros materiais”, diz a confeiteira.
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A Franciele Ramires, 28, representa a confeitaria LeFran, de Canoas. Ela começou a fazer doces em 2017 na cozinha dos fundos da casa dos pais e hoje é pós-graduada em pâtisserie e boulangerie (a parte francesa da confeitaria). A empreendedora também foi impactada com a enchente, a água chegou ao segundo piso do lugar onde mora e que também abriga seu negócio.
“Aos poucos estou reconstruindo minha casa e meu ateliê de bolos. Comprando os equipamentos e insumos e voltando para as encomendas de bolos e doces”, comenta.
Fran contou sua história em um dos painéis do evento. “O time ChocolaTCHÊ me abriu as portas com carinho e oportunidade para que eu contasse a minha história e mostrasse o meu trabalho. É um espaço onde pude conhecer pessoas incríveis, fazer conexões, ensinar e também aprender muito”, completa a confeiteira de Canoas.
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