O Campus 2 da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, foi palco da 2ª edição do evento que reúne startups, empresas, instituições, estudantes e investidores. O Feevale Summit, que iniciou nesta terça (1º) e segue na quarta-feira (2), trouxe no primeiro dia conteúdos de diferentes segmentos, todos ministrados por especialistas da área que são referência no Estado e na região.
No palco Conexões, um espaço que é novidade no evento, a tarde reuniu palestrantes que trouxeram temas como investimentos em startups a partir de bancos públicos e cases de sucesso em mobilidade urbana, mercado financeiro e na indústria 4.0.
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Veja o que rolou nos painéis do Conexões:
Mobilidade urbana sustentável
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O CEO da Grilo, Carlos Novaes, abriu a programação da tarde no palco Conexões. A plataforma de mobilidade urbana a partir de veículos elétricos foi criada em Porto Alegre e atua também em São Paulo (SP). Em São Paulo, a atuação é voltada para atender empresas, aproximando o serviço do cliente. Já em Porto Alegre, há também o serviço de transporte de passageiros em viagens curtas, em média de 6 km, por meio de triciclos elétricos.
“O carro elétrico tem benefícios para centros urbanos, entre eles a redução de C02. A empresa se preocupa com estes impactos”, diz o CEO que também falou sobre o crescimento da empresa. “Vamos fechar o ano com faturamento 4 vezes maior do que o de 2023”, completa.
Investimentos do Banrisul, Badesul e BRDE
A segunda atividade foi conduzida pelo assistente especial do Badesul, Éder Mello Silveira, o gerente executivo da unidade de Produto de Desenvolvimento de Microcrédito do Banrisul, Tiago Fernandes, e o gerente de Planejamento do BRDE no RS, Alexander Nunes Leitzke. Os painelistas lembraram que durante dificuldades como enfrentadas na pandemia e mais recentemente nas enchentes no RS os bancos privados costumam “sumir”. Eles destacaram ações dos bancos públicos para auxiliar empreendedores afetados, de forma direta ou indireta, pelas cheias.
“Pelo Banrisul foram mais de R$ 500 milhões concedidos, isso somente nas linhas mais procuradas, a do BNDES e Pronampe. Depois montamos o Pronampe Gaúcho para seguir atendendo e aí foram mais R$ 200 milhões concedidos”, destaca Fernandes.
Segundo Leitzke, pelo BRDE, foram aportados R$ 500 milhões de maio até agora. “Foi um trabalho de cliente a cliente”, destaca.
Uma das frentes do Badesul é a linha de financiamento para o setor de turismo. “Foi um setor impactado pelas cidades turísticas, como Gramado, e como um todo já que tivemos o fechamento do aeroporto”, detalha Silveira.
No segmento da inovação, os três bancos possuem forte atuação. O Banrisul, conforme Fernandes, há editais pelo FINEP abertos, além do Banritech, que traz a cultura de inovação para dentro do banco e está sendo remodelado.
Pelo BRDE se destaca o BRDE Labs, programa de aceleração de startups em parceria com a universidade Feevale e o Feevale Techpark. Durante a programação desta terça (1º), ocorreu o Welcome Aboard do BRDE Labs RS 2024, marcando o início da pré-aceleração das 40 startups selecionadas pelo programa. Participaram da atividade 27 das startups, representantes do banco, empresas âncora e integrantes do Feevale Techpark.
Já o Badesul é conhecido por investimentos voltados para as startups por meio de linhas de crédito, fundos de investimento e participação.
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Revolução do mercado financeiro
O terceiro painel destacou o trabalho das fintechs tendo como painelistas Kazan Costa, fundador da Preâmbulo e Willian dos Santos, CFO da Yours Bank. A mediação foi feita por Bárbara Azeredo, fundadora da Baz Negócios. Costa e Santos falaram sobre suas empresas e trouxeram dicas para quem desejar se aventurar no mundo dos negócios.
“Somos uma plataforma de educação financeira. No começo focamos muito na criança, mas ao longo do caminho, com chegada do pix e outras mudanças, decidimos focar nos pais e cobramos pelo serviço. Focamos muito mais no produto. Não se pode ter medo de mudar e é preciso ir atrás, chamar as pessoas para conversar, mostrar o seu negócio”, aconselha Willian.
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Costa conta que a empresa surgiu após dois pitches terem dado “errado”. “Após as duas primeiras apresentações tive feedbacks negativos, mas foi isso que me fez mudar o formato do negócio, avançar na concepção e dar certo”, diz.
Os desafios na indústria 4.0
O último painel do dia no palco Conexões foi ministrado por Igor Hoelscher, sócio-fundador da Bertic, Victor Hugo Boniatti, sócio-fundador da Vibmaster e Silvio Corrêa, CEO da Easypro Tech. A mediação ficou a cargo de Fabiano Dallacorte, do Sebrae. “A indústria do futuro vem pensando em atingir uma tríade muito difícil que é produzir com velocidade, baixo custo e com altíssima qualidade”, reforça Dallacorte.
O debate levou em consideração o trabalho desenvolvido pelas empresas. “É impressionante a capilaridade da indústria 4.0. Temos sensoariamento, hardware, coletor de dados, radiofrequência, qrcode. E o objetivo é evitar que o ser humano faça atividades repetitivas e que geram fadiga e assim possam exercer funções mais criativas”, comenta Hoelscher.
Boniatti lembra também a importância de ir além da automação. “A indústria acabou banalizando o conceito de indústria 4.0 para vender automação. Além de fornecer tecnologia auxiliamos o cliente a fazer a gestão dos dados.”
Para Corrêa , o grande problema da baixa produtividade no Brasil é a falta de método de trabalho estabelecido. “Atuamos na produtividade, eficiência e qualidade.”