Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) com base em registros do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam que a indústria calçadista brasileira fechou o mês de agosto com saldo positivo de 12,4 mil postos criados, encerrando o mês oito com um estoque de 293 mil empregos gerados, 2,5% menos do que no mesmo período do ano passado.
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Embora o setor esteja em um período de recuperação, com crescimento de mais de 4% na produção de janeiro a agosto, uma ameaça tem ganhado força: a “invasão chinesa“.
“O mercado interno brasileiro, ancorado no crescimento das rendas das famílias, vem dando boa resposta para a indústria de calçados. No entanto, o calçado asiático, em especial o chinês, vem avançando no mercado brasileiro. Com a prática de dumping – quando a empresa exporta produtos com valor abaixo do preço de mercado -, esses calçados entram no Brasil com valores subfaturados e provocam uma concorrência desleal com as produtoras brasileiras”, alerta presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira.
Livre comércio entre Mercosul e China?
Ferreira alerta também para o risco de um possível acordo de livre comércio entre o Mercosul e a China, o que aumentaria a invasão de calçados asiáticos nas lojas brasileiras.
“Seria uma tragédia a China poder enviar seus produtos para o Brasil sem taxa de importação e sem tarifa antidumping – hoje em US$ 10,22 por par. A indústria calçadista brasileira não só pararia de empregar, por falta de pedidos, mas correria sério risco de seguir existindo”, conclui o dirigente.
Confira abaixo os empregos no setor por Estado:
RS: + 1,6 mil empregos entre janeiro e agosto / 85,8 mil empregos no total (-4% ante 2023)
CE: + 3 mil empregos entre janeiro e agosto / 68,3 mil empregos no total (+0,7% ante 2023)
BA: + 1 mil empregos entre janeiro e agosto / 40,8 mil empregos no total (-4,8% ante 2023)
SP: + 4 mil empregos entre janeiro e agosto / 33,8 mil empregos no total (-0,8% ante 2023)
BRASIL: + 12,4 mil empregos entre janeiro e agosto / 293 mil empregos no total (-2,5% ante 2023).
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