Quatro meses após a maior tragédia climática do Estado, setores como indústria e comércio seguem em um processo de reconstrução das atividades econômicas. Na última terça(27), uma comitiva gaúcha, liderada por entidades empresariais e membros da prefeitura de Porto Alegre, esteve no Congresso Nacional, em Brasília, para reivindicar apoio do governo federal.
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A reunião foi liderada pelo deputado federal Marcel Van Hatten (Novo) e contou com a presença do ministro Paulo Pimenta. Entre as solicitações está a ampliação das parcelas do apoio financeiro de salários, passando de dois para quatro meses. “Levando em consideração que não foi gasto 15% do valor orçado de R$ 1,2 bilhão”, observa a presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Sul (Abrasel no RS), Maria Fernanda Tartoni.
Para a presidente da Associação Comercial de Porto Alegre e diretora da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Suzana Vellinho Englert, é essencial que a liberação das medidas ocorra o mais rápido possível. “Estamos tentando agendas com executivos dos ministérios para descobrir onde estão os entraves e conseguir solucioná-los”, afirma.
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Bares e restaurantes
O presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (SINDHA), Paulo Geremia, lembra que os restaurantes, bares e hotéis fora da “mancha de inundação” também foram prejudicados. “O que aconteceu é gravíssimo para a recuperação do setor. Agora estamos recomeçando e não há outro local que aqui (Congresso Nacional) para dizermos que os empréstimos foram bem-vindos, mas precisamos mais. Estamos pagando impostos sem faturar, os empréstimos da pandemia estão vencendo e estamos sem turistas e precisando manter os empregos.”
Indústrias da região foram afetadas
A Gardana Jeans, de Bom Princípio, é uma das indústrias afetadas pelas cheias. A empresa do ramo do vestuário teve prejuízos com maquinário, móveis e produtos.
“A fase de reconstrução é difícil também pelo fato de termos muitos clientes atingidos, nosso faturamento acabou caindo”, conta a diretora da marca Tatiana Ledur. Mesmo com as dificuldades, a empresa manteve os colaboradores. “Nos reorganizamos para as despesas novas que apareceram e agora, no segundo semestre, estamos querendo voltar a investir mais na marca, no marketing, queremos fazer ações para atrair novos clientes.”
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Ajuda para o pequeno varejo
Para o presidente da Federação Varejista do RS, Ivonei Pioner, ainda que ocorram sinais de recuperação, é preciso considerar os diferentes cenários, como o do pequeno varejo, que, segundo ele, contabiliza mais de 3 mil estabelecimentos ainda fechados em decorrência das enchentes de maio.
“Algumas áreas ainda estão sofrendo com questões logísticas e, à medida que elas forem sendo sanadas, o comércio também vai sendo reativo. Também temos visto áreas, como Porto Alegre e em Canoas, por exemplo, com dificuldade de reabertura por parte dos estabelecimentos, e precisamos trabalhar em medidas como concessão de crédito, o perdão das dívidas, que está sendo votado, entre outras medidas que permitam a quem perdeu tudo se restabelecer.”
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