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INDÚSTRIA CALÇADISTA

Exportações em queda e importações em alta: Mercado internacional afeta indústria do calçado; entenda

Segundo a entidade calçadista, balança comercial registra 30% de queda entre janeiro e agosto de 2024

Juliana Dias Nunes
Publicado em: 10/09/2024 às 14h:31 Última atualização: 10/09/2024 às 15h:32
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Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e divulgados nesta semana apontam que as exportações do setor seguem em queda. Entre janeiro e agosto deste ano, as exportações calçadistas somaram 63,87 milhões de pares e US$ 654,78 milhões, quedas tanto em volume (-22,4%) quanto em receita (-20,4%) em relação ao mesmo período do ano passado.

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Porto de Shenzhen. A China é o principal destino das exportações brasileiras | abc+



Porto de Shenzhen. A China é o principal destino das exportações brasileiras

Foto: Xinhua/Mao Siqian

Por outro lado, o cenário é diferente nas importações de calçados, que no mesmo período somaram 23,94 milhões de pares e US$ 300,44 milhões, incremento de 12,1% em volume e queda de 5,1% em receita no comparativo com intervalo correspondente do ano passado.

Conforme a Abicalçados, os resultados geraram uma queda de 30% no saldo da balança comercial do setor. Segundo o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, os envios para a Argentina puxaram a diminuição das exportações no mês oito. O dirigente também fala sobre a relação com a China.

“Em agosto, tivemos uma queda brusca no volume exportado para a Argentina (-30,8%), que é nosso segundo principal destino no exterior e que vem puxando as exportações brasileiras de calçados para baixo. Estamos vivendo um período de baixo consumo internacional. E este consumo menor vem sendo absorvido pelos produtores asiáticos, em especial da China, que depois das rígidas políticas para contenção da Covid-19 voltou ao mercado de forma bastante agressiva”, explica o dirigente.

Destinos na exportação

Todos os principais destinos do calçado brasileiro registraram queda na exportações dos pares verde-amarelo. O principal destino internacional do calçado brasileiro, os Estados Unidos importaram, entre janeiro e agosto, 6,95 milhões de pares verde-amarelos, pelos quais foram pagos US$ 147,62 milhões, quedas tanto em volume (-5,3%) quanto em receita (-8,3%) em relação ao mesmo ínterim de 2023.

No segundo posto apareceu a Argentina, que nos primeiros oito meses de 2023 importou 6,8 milhões de pares brasileiros por US$ 128,7 milhões, quedas tanto em volume (-36,7%) quanto em receita (-23,4%) em relação ao mesmo intervalo do ano passado.

Ultrapassando a França no ranking de destinos está o Paraguai. Entre janeiro e agosto, partiram rumo ao país vizinho 5,47 milhões de pares verde-amarelos, pelos quais foram pagos US$ 28,2 milhões, quedas tanto em volume (-19,2%) quanto em receita (-12,8%) em relação ao intervalo correspondente de 2023.

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O RS e as exportações

O Rio Grande do Sul segue como o principal exportador do calçado brasileiro respondendo por mais de 50% de todo o valor gerado com as exportações de calçados no Brasil. Ainda assim, também registrou queda. Entre janeiro e agosto, partiram das fábricas gaúchas 21,24 milhões de pares por US$ 328,14 milhões, quedas de 13,8% e de 13,3%, respectivamente, ante o mesmo período do ano passado.

Na sequência, apareceram como principais exportadores brasileiros de calçados os estados do Ceará (19,67 milhões de pares e US$ 134,44 milhões, quedas de 21% e de 27,3%, respectivamente, ante 2023) e São Paulo (3,74 milhões de pares e US$ 57,5 milhões, quedas de 29,9% e de 25,3%).

Ásia e as importações de calçado

Os dados da Abicalçados também revelam que entre janeiro e agosto, entraram no Brasil 23,94 milhões de pares por US$ 300,44 milhões, incremento de 12,1% em volume e queda de 5,1% em receita em relação ao mesmo período do ano passado. Respondendo por cerca de 90% dos calçados que entram no Brasil, os países asiáticos seguem puxando as importações para cima.

Mesmo registrando queda nos resultados, a China ainda é a principal origem do volume importado. Entre janeiro e agosto, entraram no Brasil 7,75 milhões de pares chineses por US$ 27,32 milhões, quedas de 4,7% e de 24,4%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2023. O preço médio do calçado foi de US$ 3,50 por par.

A segunda origem dos calçados importados em 2024 foi o Vietnã, de onde partiram rumo ao Brasil 7,68 milhões de pares por US$ 141,9 milhões, incremento de 11,2% em volume e queda de 8,2% em receita no comparativo com os oito primeiros meses do ano passado. 

Com crescimentos de 21,6% em pares e 3,1% em receita em relação ao ano passado, a Indonésia foi a terceira principal origem do calçado importado. No período, as empresas indonésias enviaram ao Brasil 3,64 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 61,48 milhões.

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Alerta ligado

A Abicalçados informou que também monitora o crescimento das importações de outros dois países asiáticos: Camboja e Mianmar. Conforme a entidade calçadista, entre janeiro e agosto, Camboja foi a origem de 655 mil pares de calçados, pelos quais foram pagos US$ 9,73 milhões, incrementos tanto em volume (+82,1%) quanto em receita (+62,6%) em relação ao mesmo intervalo de 2023. Atualmente, o Camboja é a quinta principal origem dos calçados importados pelo Brasil.

Já Mianmar, entre janeiro e agosto, exportou para o Brasil 271,46 mil pares de calçados, pelos quais foram pagos US$ 2,85 milhões, impressionantes aumentos de 168,7% em volume e de 156% em receita em relação ao mesmo intervalo de 2023. Mianmar, conforme ranking da Abicalçados, já é a sétima principal origem dos calçados importados pelo Brasil.

Importações de componentes

Em partes de calçados – cabedais, palmilhas, solados, saltos etc – , as importações dos oito meses somaram US$ 23,72 milhões, 26,6% mais do que no mesmo período do ano passado. As principais origens foram China, Paraguai e Colômbia.

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