As consequências das chuvas afetam também comércios, indústrias e serviços na região. Empresas, de diferentes portes, tentam adaptar a rotina em meio ao caos. Muitas ainda não conseguem mensurar os prejuízos e seguem focadas em ajudar colaboradores e a comunidade.
Em Novo Hamburgo, empresas de diversos segmentos, especialmente nos bairros Santo Afonso, Industrial, Liberdade e Canudos, foram atingidas.
Em uma oficina mecânica do bairro Industrial, a água atingiu mais de 1 metro e só começou a baixar no domingo (5). “Desde quinta (2), paramos de atender, nos focamos em ajudar. Estamos ajudando nos resgates com barco, logística e seguimos na limpeza da oficina também. Na oficina a água entrou bastante, atingiu 1 metro e pouco”, comenta o proprietário Luzandro Lopes.
Em um atacarejo localizado no bairro Santo Afonso, a água atingiu todo o estabelecimento que foi fechado desde o último sábado (4). “Nosso mercado está com água dentro ainda, agora vamos aguardar baixar, recompor a loja e voltar a atender a população o quanto antes”, diz a diretora financeira Michele Monaco. A rede conta com outras unidades, em Canudos (também em Novo Hamburgo, mas em área que não foi afetada), em Campo Bom e Parobé. Estas, seguem com atendimento normal.
O atacarejo também segue fazendo campanha de arrecadação e venda de produtos com valores mais baixos para ajudar a comunidade.
Além de prédio alagados, há funcionários que perderam suas casas com os alagamentos. Um restaurante hamburguense que fica no bairro Liberdade abriu sua garagem para auxiliar colaboradores que estão desabrigados e desalojados.
Ao todo, 15 funcionários foram afetados pela enchente. Entre a última sexta (3) e o domingo (5), o estabelecimento gastronômico não abriu no turno da noite e ainda vai avaliar se o atendimento será normalizado à noite a partir da terça-feira (7).
No Vale do Caí
Uma marca de Bom Princípio, no Vale do Caí, especializada em jeans, teve a indústria e a loja tomadas pela enchente e a diretora, Tatiana Ledur, estima um prejuízo de pelo menos R$ 1 milhão. “Graças a Deus ninguém se feriu. A água começou a baixar e nesta segunda (6), estamos focando na limpeza e verificando os prejuízos. Acredito que deva ser de pelo menos R$ 1 milhão. Nem sei quando abriremos de novo”, comenta Tatiana.
Nesta segunda (6), a empresa realiza a triagem das peças que foram lavadas novamente e, aos poucos, vai se organizando para a retomada de todas as atividades.
Indústria calçadista
A indústria calçadista segue sendo uma das mais afetadas na região. Há registros de perdas nos vales do Paranhana, Sinos e Caí.Uma das maiores indústrias do setor em Igrejinha, no Paranhana, precisou ser fechada e a unidade fabril que fica em Roca Sales, no Vale do Taquari, também foi atingida. Empresas que prestam serviços para a calçadista, como ateliês de costura e fornecedores de insumos, também foram impactados. Não há previsão do restabelecimento dos serviços.
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Em Três Coroas, também no Paranhana, a enchente também impactou fortemente uma de suas maiores empresas. A calçadista com fábrica na área central da cidade perdeu todo o estoque de pares na enchente. Com isso, as atividades do e-commerce também estão encerradas por tempo indeterminado. A empresa tem feito campanhas de doação para os funcionários e comunidade em geral.