A catástrofe que atinge o Rio Grande do Sul segue afetando também o setor de alimentos. Supermercados e hipermercados da região ainda registram falta de produtos como arroz, ovos, leite, papel higiênico, verduras, frutas e legumes. Segundo a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), o problema não é a falta de produtos, mas os problemas logísticos e redes de distribuição que foram diretamente impactadas, além de colaboradores que necessitaram de afastamento.
Foto: Juliano Piasentin/GES-Especial
“É o momento de deixarmos os consumidores tranquilos. Acontece falta de funcionários para fazer reposição nas lojas, dificuldade de acesso nas lojas, centros de distribuição, como o do Rissul, alagados. A cada dia teremos mais produtos na gôndolas, não temos desabastecimento, mas sim falta de alguns produtos. Peço calma aos consumidores”, diz o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo.
Ainda conforme Longo, a associação, juntamente com a Associação de Supermercados do Brasil, conta com um projeto que visa a distribuição de mais de 40 mil kits de alimentação e limpeza. “A duração mínima do projeto será de 60 dias. A preocupação atual é o correto reparte e chegada dos produtos. A preocupação maior no momento é com Canoas e Porto Alegre.”
Redes de Novo Hamburgo
O Centro de Distribuição (CD) da Unidasul, holding, que administra o Rissul e Macromix Atacado, não tem previsão de reabertura*. Unidades da rede também foram afetadas e algumas seguem inoperantes.
O Grupo Zaffari informou em nota que produtos devem chegar entre esta quarta e a quinta-feira (9).
“Em razão do isolamento logístico de Novo Hamburgo, a empresa só está conseguindo enviar caminhões destinados ao abastecimento da loja da cidade durante a madrugada, quando a RS-118 está sendo liberada para o tráfego desses veículos. Na madrugada de hoje (08), a empresa conseguiu enviar caminhões para abastecer a loja, que deve disponibilizar os itens ao longo do dia; e na madrugada desta quinta-feira (09), outros caminhões devem ser enviados para a unidade”, relata a nota da empresa.
Saiba mais sobre o cenário atual:
Vai faltar comida?
Segundo a Agas não há risco de desabastecimento geral nas cidades.
Por que há supermercados com pouco produtos?
A enchente que afeta quase todo o Estado deixou rodovias e estradas bloqueadas e interditadas. Além disso, há centros de distribuição de redes de alimentos que foram atingidas pela cheia e colaboradores que não conseguem trabalhar porque também foram diretamente afetados. Outro motivo é o aumento na demanda, por isso, a recomendação é comprar apenas o necessário.
Por que grandes redes estão sem produtos e as pequenas ainda têm?
A grande parte das redes de supermercados, hipermercados e atacarejos possuem centro de distribuição próprio. Com problemas nas rodovias e alguns centros alagados não há como repor os estoques. Já as pequenas lojas costumam comprar diretamente de fornecedores do Estado. Alguns estão se adaptando e comprando de regiões menos afetadas.
Por que o hortifruti foi tão afetado?
O setor de hortifruti é abastecido, em sua maioria, pela Ceasa, que fica em Porto Alegre e foi impactada com a enchente. Além disso, há muitos produtores que foram atingidos pela catástrofe.
Quando a situação deve normalizar nos supermercados?
A Ceasa retoma a operação de forma emergencial na tarde desta quarta (8), no Centro de Distribuição da São João, em Gravataí. Isso, somado aos acessos que aos poucos estão sendo retomados, ameniza a situação. Não é possível estabelecer um prazo para que o abastecimento totalmente normalizado, mas há estimativa de que a situação deva melhorar nos próximos dias.
*Atualização: Inicialmente, a Unidasul informou que o CD informou que havia voltado a operar gradativamente nesta quarta. No entanto, corrigiu a informação à noite. A matéria foi atualizada às 20h39.
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