ECONOMIA
CATÁSTROFE NO RS: Mais de 7,2 mil trabalhadores da indústria calçadista foram afetados pelas enchentes
O setor calçadista analisa impactos da catástrofe; fundo social é destinado aos municípios atingidos
Última atualização: 20/05/2024 12:16
A cadeia produtiva de couros e calçados do Rio Grande do Sul, que emprega diretamente mais de 120 mil pessoas em cerca de 3 mil empresas, foi atingida pelas enchentes que assolam o Estado desde o início de maio.
As entidades que representam as empresas, Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), divulgaram nesta segunda-feira (20), um levantamento conjunto sobre os impactos das cheias.
O levantamento aponta que mais de 7,2 mil trabalhadores dos estabelecimentos do setor foram diretamente atingidos pela catástrofe.
A sondagem também mostra que entre as principais dificuldades colocadas pelas empresas está em primeiro lugar a indisponibilidade com mão de obra, seguida pelos problemas logísticos em função de estradas e aeroportos afetados.
Ainda conforme a pesquisa do setor, 48% das empresas foram atingidas pelas enchentes, sendo que a maior parte delas deverá ter a produção normalizada ainda em maio.
"Tivemos um impacto importante, mas mais uma vez a resiliência da cadeia produtiva do calçado nos surpreendeu positivamente. Mais de 90% das empresas atingidas devem estar com produção normalizada até o final do mês, graças a ajuda de seus próprios colaboradores", diz o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira.
Para o setor de componentes para couros e calçados sediado no Rio Grande do Sul, a situação é semelhante.
"Algumas empresas reportaram problemas, principalmente quanto ao abastecimento de insumos e em função dos seus trabalhadores que foram afetados direta ou indiretamente. Assim que as águas baixarem, as coisas tendem a normalizar o mais breve possível. Não existe qualquer incapacidade de abastecimento, pelo contrário, as fábricas gaúchas atingidas, mais do que nunca, precisam realizar negócios", destaca a superintendente da Assintecal, Silvana Dilly.
Para o presidente executivo do CICB, José Fernando Bello, a solidariedade tem sido a principal motivação para que o cluster possa se reerguer.
"Nosso setor está empenhado em apoiar as famílias de trabalhadores de curtumes que perderam suas casas e pertences com as cheias no Rio Grande do Sul. O setor de couros se engajou com Movimento Próximos Passos RS e está contribuindo para restabelecer condições de vida para milhares de pessoas atingidas", destaca Bello.
Movimento Próximos Passos RS
As entidades lançaram, na semana passada, o Movimento Próximos Passos RS. O objetivo é reconstruir o setor a partir da ajuda às pessoas atingidas.
Na oportunidade, foi lançado um fundo social que será inteiramente revertido para entidades beneficentes das cidades atingidas: Associação de Amigos da Oktoberfest (Amifest de Igrejinha), Campo Bom Solidário, Distrito LD2 da Associação Internacional de Lions Clubes (Roca Sales, Muçum, Encantado, Arroio do Meio, Estrela, Lajeado e Taquari), Lions Clube de Rolante, Lions Clube de Parobé, Lions Clube de Três Coroas e Rotary Clube Oeste de Novo Hamburgo.
Doações
As doações para o fundo criado pelo Movimento Próximos Passos RS são recolhidas via Pix ou depósito (nacional) e via depósito internacional. Veja abaixo como ajudar:
Via depósito nacional
Banco do Brasil
Agência: 0314-X
Conta corrente: 39761-X
Via pix
Via depósito internacional*
Banco do Brasil (001)
IBAN: BR9600000000003140000397610C1
SWIFT: BRASBRRJCTA
*As doações no exterior devem incluir o motivo do envio "Ajuda Enchentes RS May 2024".