CATÁSTROFE NO RS: Indústrias calçadistas são afetadas; há funcionários ilhados e operações suspensas
Empresas da região contam sobre situação após início da chuva que não dá trégua no RS
Última atualização: 02/05/2024 18:30
As chuvas que assolam o Estado afetam também comércios e indústrias na região. A Calçados Bottero liberou de suas funções os funcionários que residem em áreas de risco de Parobé, cidade onde estão localizadas a matriz e uma das filiais da empresa.
Nas unidades fabris de Travesseiro, Arroio do Meio, São José do Hortêncio e Agudo, as operações foram temporariamente suspensas pela segurança de seus colaboradores. A empresa relata que um ônibus que transportava 41 funcionários de Travesseiro para Fontoura Xavier está há dois dias preso na rodovia devido ao bloqueio causado por queda de barreira naquela região.
A Bottero informou que fez contato com um estabelecimento local para garantir alimentação aos funcionários e está buscando com os lideranças políticas de Fontoura Xavier e do Estado alternativas para remover os funcionários em segurança.
A indústria calçadista disse ainda que suas unidades estão preservadas, mas que as operações de produção retornarão assim que a situação no Estado normalizar e que seja seguro o deslocamento de funcionários para as unidades da empresa.
Na indústria Evaformula, de Igrejinha, a água atingiu a unidade produtiva e a energia elétrica precisou ser desligada. O Sindicato das Indústrias de Calçados de Igrejinha (Sindigrejinha), em entrevista ao Jornal Exclusivo, chamou a situação de "catástrofe de magnitude histórica para nós."
Outras indústrias do setor também foram afetadas no Paranhana. De acordo com o prefeito de Três Coroas, Alcindo de Azevedo, a Bebecê e a Calçados Variettá estão entre as impactadas pelo volume das águas.
A Calçados Beira Rio S.A, que tem matriz em Novo Hamburgo, e unidades em outras áreas do Estado, ainda não conseguiu mensurar o impacto em suas operações. No ano passado, a empresa já havia sido prejudicada em sua unidade na cidade de Roca Sales, com o evento climático que impactou fortemente o Vale do Taquari.
"Ainda não temos condições de quantificar o impacto nas operações da empresa neste momento. Porém, desta vez, em retrospecto aos eventos do ano passado — que se concentraram no Vale do Taquari — a gravidade é bem maior, já que os Vales do Paranhana, do Rio Pardo e do Caí também foram severamente assolados", afirma João Henrich, diretor industrial da Calçados Beira Rio S.A.
Ainda conforme Henrich, a calçadista está realizando uma força-tarefa, com doações de alimentos, água, colchões, e disponibilizou algumas de suas estruturas, em Sapiranga e Novo Hamburgo, para atuarem também como pontos de recebimento de doações.