MERCADO DE SEGUROS

Cresce acionamento de seguros na região; corretora fala sobre o mercado atual

Presidente da REP Seguros, Felipe Cervi, fala sobre mercado de seguros durante o cenário que impacta também empresas do Estado

Publicado em: 05/06/2024 10:56
Última atualização: 06/06/2024 16:44

Segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), entre 28 de abril e 22 de maio de 2024, a população atingida pelas enchentes no Estado registrou 23.441 avisos de sinistros, somando R$ 1,673 bilhão em indenizações que serão pagas aos clientes. 


Empresas também foram diretamente afetadas com as enchentes Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

Entre a demanda está a solicitação de seguros de Grandes Riscos, que são seguros corporativos que incluem empreendimentos de infraestrutura, como estradas concedidas à iniciativa privada. Estes, já superam os R$ 510 milhões em indenizações. Os valores abaixo deste patamar se enquadram como empresariais.

Os seguros Empresarial, Transporte, Riscos Diversos e Riscos de Engenharia, registraram no período 2.450 avisos de sinistros, e totalizam pouco mais de R$ 322 milhões de indenizações a serem feitas.

Os números devem ser superados em breve já que há muitas pessoas e empresas contabilizando prejuízos em decorrência da catástrofe que atingiu o Estado.

A demanda pelo acionamento dos seguros empresariais vem em uma crescente. Entre os clientes da REP Seguros, desde o início das enchentes no RS, foram mais de 50 acionamentos. De acordo com Felipe Cervi, presidente da corretora que tem sede em Novo Hamburgo, ainda há vários sinistros em aberto.

"Tivemos um aumento significativo na procura, especialmente por parte de empresas que desejam compreender os seguros que contrataram. Infelizmente, muitas delas não adquiriram as coberturas necessárias para amparar esse tipo de evento. Atualmente, temos vários sinistros em aberto, com clientes que estão prestes a receber indenizações e outros que já receberam", explica Cervi.

Saiba mais sobre seguro empresarial contra enchente:

Qual a principal demanda por seguros neste momento?

Cervi - A demanda, hoje, cresce sobre o pedido de coberturas de alagamento, inundação, vendaval e lucros cessantes. Esse último é aquele seguro que tem como objetivo proteger as empresas contra os prejuízos financeiros quando há uma paralisação nas atividades por conta de um evento externo, seja incêndio, inundação, desastre natural, ou até falhas em equipamentos.

Que tipo de apólice cobre este tipo de sinistro? E como funciona?

C- As apólices são distintas. Existem diversos ramos de seguros que amparam um evento como esse. Alguns são muito novos, já fizemos estudos para clientes com o seguro paramétrico, por exemplo, que é conhecido como seguro de índices climáticos. Ele tem como referência os eventos climáticos e índices relacionados a eles. Esses parâmetros podem incluir informações como temperatura ou níveis de chuva. Depois dessa catástrofe, provavelmente, essa modalidade deve crescer muito.
Além disso, dentro dos tradicionais, como riscos operacionais, riscos nomeados, responsabilidade civil, empresarial, frota de veículos/veículos, seguro de vida e saúde também podem conter cláusulas com esse tipo de cobertura.

O que as empresas precisam fazer para evitar perdas?

C- Nós, aqui na REP, ao longo dos 38 anos de empresa, já temos trabalhado com gerenciamento de riscos. Dentro do gerenciamento existe uma questão importante que é a prevenção de perdas, o Loss Prevention. Esse tipo de análise é de suma importância para desenhar uma apólice de seguros e ter procedimentos nas empresas para prevenir ou diminuir danos sobre eventos como esse que está ocorrendo no nosso estado.
E é isso que o contratante deve ter em mente. Nossa equipe atua junto das empresas para montagem de planos estruturados de contingência, PAM - Plano de auxílio mútuo, entre outros. Essa é uma força que deve ser constante prioridade nas corretoras com seus clientes.

Qual a importância do seguro empresarial contra enchente? Há também seguro contra inundações e alagamentos?

C- Temos que analisar cada risco isoladamente. Hoje, possuímos sistemas que nos dão históricos para qualquer posição geográfica do País. Esses sistemas avaliam não só alagamentos e inundações, como também, raios, ventos, granizo, terremoto, tornados.
Precisamos mapear as condições geográficas de cada empresa e considerar essa catástrofe como novo parâmetro. Uma empresa, que era considerada situada em área segura, pois estava a 10 quilômetros do Rio do Sinos, hoje, precisa rever a amplitude da cobertura da sua apólice, porque o raio de segurança mudou depois de maio de 2024.

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