INDÚSTRIA CALÇADISTA

BFSHOW: Coletiva evidencia sucesso da edição em São Paulo e consequências da concorrência desleal com comércio asiático

Representantes do setor calçadista participaram de coletiva durante a programação da feira nesta quarta (22)

Publicado em: 22/05/2024 15:39
Última atualização: 22/05/2024 15:39

A BFSHOW, que teve início na terça-feira (21) e segue até a quinta (23), em São Paulo (SP) já bateu recorde de público. O primeiro dia de evento registrou mais visitantes do que toda a edição realizada em novembro de 2023, em Porto Alegre.


Coletiva BFSHOW Foto: Divulgação

A expectativa é que os três dias somem mais de 10 mil pessoas no Transamerica Expo Center, onde o evento é realizado das 9h às 19h nos dois primeiros dias e das 9 às 17h no último dia. São mais de 300 marcas brasileiras que respondem por mais de 80% da produção nacional e reforçam a força e a relevância do setor coureiro-calçadista.

O sucesso da segunda edição da BFSHOW e a mudança da feira definitivamente para a capital paulista foi tema da fala do CEO da NürnbergMesse Brasil, João Paulo Picolo durante a coletiva de imprensa que ocorreu nesta terça (22) durante a programação da feira.

"A BFSHOW mostra a força da indústria calçadista nacional. A logística fica muito favorecida. A próxima edição da feira será realizada entre 11 e 13 de novembro, desta vez no Novo Distrito Anhembi, em São Paulo", adianta.

O CEO ressaltou, ainda, a sustentabilidade do evento, já que a maior parte dos resíduos gerados, que podem ser reciclados, serão reaproveitados. "A gestão de resíduos é uma preocupação corrente na NürnbergMesse Brasil em todos os seus 14 eventos no Brasil", completa Picolo.

Dados do setor e concorrência desleal

O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, abriu o encontro ressaltando os números do setor, que teve uma queda produtiva em 2023, de 2,3%, principalmente impactado pelo revés nas exportações, que caíram 16,6% naquele ano. Para 2024, no entanto, as expectativas são mais positivas.

"Em 2024, a produção deve crescer entre 0,9% e 2,2%, puxada, mais uma vez, pelo mercado doméstico. O consumo interno deve ter um incremento entre 2,4% e 3,8%, enquanto as exportações devem registrar a segunda queda consecutiva, entre 5% e 9,7%", relata.

Outro tema destacado por Ferreira foi a concorrência desleal com as plataformas internacionais de comércio eletrônico que atualmente estão isentas de impostos de importação em remessas de até 50 dólares.

"Não queremos benefícios, queremos ter condições de paridade para concorrer. Atualmente, a indústria nacional paga impostos em cascata, enquanto essas grandes plataformas enviam suas remessas de até 50 dólares com isenção total de imposto de importação. O fato vem prejudicando o setor", alerta o executivo da Abicalçados. 

O executivo da Abicalçados também falou sobre a desoneração da folha de pagamentos. Após um longo imbróglio com o Governo Federal, que ajuizou ação no STF para derrubar a renovação da medida, aprovada no Congresso Nacional, foi realizado um acordo com o Ministério da Fazenda para que a cobrança da alíquota sobre a folha de salários seguisse suspensa em 2024, passando a ter cobrança híbrida em 2025, 2026 e 2027, e voltando integralmente em 2028.

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