Apesar do movimento registrado no período natalino, os resultados das vendas foram aquém do esperado, conforme a CDL São Leopoldo. “A campanha não chegou aos patamares que nós imaginávamos. Teve segmentos que cresceram 20% em relação ao mesmo período em 2022, outros que cresceram 15%, mas alguns setores não cresceram”, avalia o presidente da entidade, Olinto Menegon. “Em uma média geral, nós tivemos 7% de crescimento entre 2022 e 2023.”
Gerente de loja de eletrodomésticos na Rua Independência, Israel Atkinson, 37 anos, afirma que não tem do que reclamar. Entrevistado pelo VS em dezembro, durante o período natalino, Israel disse à reportagem que o movimento comercial estava fluindo bem. Passado o Natal, o gerente teve a confirmação de que sua observação estava correta. “Nossas vendas ficaram dentro de um crescimento de 20% em relação ao mesmo período em 2022, então a gente teve um bom faturamento. Teve muitas procuras sazonais, ar-condicionado, ventilador… chegou a faltar.”
Demanda
Atkinson acredita que a alta procura de seus produtos mesmo em época de crise econômica se deve à demanda desse tipo de item. “Como nosso produto é algo que geralmente o pessoal precisa, é essencial um ar-condicionado, geladeira, lavadora; ele tem que comprar aquela mercadoria”, pondera. “Então o que está acontece? Estão comprando em mais vezes, estão parcelando. Hoje é uma alternativa que a loja dá, o crediário próprio. Assim o pessoal segura a reserva e compra parcelado, por isso não estamos sentindo essa crise.”
Para 2024, a expectativa de Israel é que este ritmo se mantenha. “A gente vê que o pessoal está começando a acreditar, está saindo para a rua de novo, vindo na loja e comprando mais à pronta-entrega.”
Na média
Jeovana da Costa, gerente de uma loja de roupas e acessórios na Independência, alega que 2023 foi atípico. “Acredito que seja porque o Natal caiu num domingo, mas dessa vez o pico de vendas não foi no dia 24, mas sim nos dias 22 e 23.”
Segundo ela, a redução de movimento em comparação com o esperado feriado em 2023 foi pequena. “Foi no máximo uns 10%, mas se for comparar os picos de vendas, a média foi a mesma.” A gerente diz ainda que a filial em que ela trabalha agora é recente e teve apenas dois natais até o momento, mas que, em outras unidades, o Natal costuma gerar o dobro das vendas do restante do ano.
Em Esteio, a alta nas compras não passou de 8%
Assim como em São Leopoldo, a CDL Esteio também esperava mais. “Tivemos um aumento de apenas 8%. Não foi o que esperávamos, que era de 10% a 12%”, avaliou o presidente da entidade, João Pietrobiasi. O dirigente acredita que um dos motivos para isso é a popularização das compras on-line. “Acho que a internet tira um pouco das vendas das lojas físicas, as pessoas estão comprando mais pelos sites e indo menos nas lojas”, supõe.
“Eu mesmo já fiz isso, então acho que é uma questão de nos adaptarmos”, continua. Além da tecnologia, Pietrobiasi também aponta a crise na economia do país como uma das culpadas para a timidez desse crescimento. “As pessoas estão segurando mais, não é algo que vai melhorar mês que vem ou ano que vem”, conclui.
O presidente da CDL Sapucaia do Sul, Teyllor Abreu, também foi procurado para comentar o desempenho do comércio de seu município durante o período natalino e informou que a entidade depende de dados do governo estadual para fazer o levantamento que, por esse motivo, só poderá ser divulgado em março.
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