INDÚSTRIA CALÇADISTA

"A China dos anos 90 não existe mais": Entenda o que Assintecal quis dizer após visita ao país asiático

Empresas da região participaram da Missão China e pretendem colocar em prática percepções que viram por lá

Publicado em: 17/09/2024 15:33
Última atualização: 17/09/2024 16:18

A Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) encerrou a Missão China com vários insigths que poderão ser utilizados na indústria calçadista brasileira. "A China dos anos 90 não existe mais", resume o gestor de Mercado Internacional da Assintecal, Luiz Ribas Júnior.

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Missão China contou com a participação da Assintecal e empresas da região Foto: Divulgação/Assintecal

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A iniciativa foi promovida no âmbito do Brazilian Materials, programa realizado pela entidade em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), e aconteceu entre os dias 3 e 12 de setembro, com a participação de empresas da região, como a Bertex, de Novo Hamburgo; Cofrag, de Sapiranga; FCC, de Campo Bom; Killing, de Novo Hamburgo; Crespi do Brasil, Novo Hamburgo; Metalização Igrejinha, de Igrejinha; e Sugar Shoes, de Picada Café.

A comitiva visitou uma das maiores feiras internacionais de couros e componentes, a All China Leather Exhibition (ACLE), em Xangai. "Na feira, percebemos grandes avanços dos fornecedores de insumos e calçadistas locais, especialmente no que diz respeito à oferta de insumos sustentáveis", conta Ribas Júnior.

Ribas Júnior ressalta que chamou a atenção da comitiva os avanços tecnológicos, a inovação em produtos com design diferenciado e um foco na qualidade e conforto. "Claro que existem exceções, mas o que vimos foi uma indústria atenta às mudanças no comportamento do mercado, com estratégia planejada e que aprendeu a contar seu storytelling para o mundo com uma estrutura qualificada para exportar", avalia o gestor da Assintecal.

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Ainda segundo ele, é preciso mudar o olhar sobre o país asiático, que é atribuído por práticas de concorrência desleal no segmento do calçado. "Precisamos mudar o olhar sobre a China. Claro, que existe concorrência desleal praticada por algumas empresas, mas não é a regra dos principais players do mercado. Hoje, a indústria local, fornecedora para marcas internacionais, produz calçados de qualidade, com design e inovação. É preciso parar de enxergar a China como um fantasma para passar a ver uma possibilidade de parceria estratégica", ressalta Ribas Júnior.

O diferencial brasileiro

E qual é então o diferencial brasileiro no setor? Ribas Júnior destaca a vantagem na prática ESG. O mercado chinês está focado em calçados esportivos e para atender a demanda de marcas internacionais. "Não se visualizou, pelo menos no geral, um trabalho para avançar neste tema. Assim, a indústria brasileira de componentes deve aproveitar esta brecha para fortalecer sua participação no mercado internacional", explica.

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