Resgate histórico
Uma viagem pelas histórias do bairro Rio Branco
Livro retrata o passado e o presente do bairro canoense, num mosaico de narrativas dos entrevistados
Última atualização: 06/12/2023 12:07
Um livro eterniza fatos, histórias e destaca personagens. Lançada no último dia 29 em uma live pelo YouTube e Facebook, a obra Rio Branco: nosso bairro, nossa história – escrita pelo jornalista Felipe Cogo – revisita as memórias e os acontecimentos ocorridos na localidade pela ótica dos próprios moradores e de trabalhadores da região. Dividido em quatro capítulos: Raízes, Comunidade, Convivência e Renovação, o livro faz um resgate histórico do passado, presente e projeta expectativas para o futuro do bairro localizado em Canoas.
Resultado de três anos de pesquisa e produção, o livro surgiu a partir da busca de Leandro Cobalchini, diretor da Cofercan – Soluções em Aço, para uma forma marcante de celebrar os 40 anos da empresa – completados em 2021 e instalada no bairro Rio Branco. Estabelecida em Canoas, a Cofercan tem uma longa história e relacionamento com a comunidade, muito também pela família Cobalchini sempre ter vivido no município. “Pensamos sobre o que seria importante deixarmos de legado para a cidade. Surgiram várias ideias e veio através da nossa assessoria de comunicação a de fazer um livro sobre o bairro, contando histórias e tudo o que aconteceu no Rio Branco. Decidimos pôr em prática o projeto, e então toda a equipe passou a estruturar isso, também através da Lei de Incentivo à Cultura. Começou toda a trajetória de relatos, trabalho e entrevistas para a formatação do livro”, relata.
O livro é a materialização do esforço contínuo e ativo de muitas pessoas na construção do projeto, como a cuidadosa pesquisa histórica e revisão feita por Ines Carolina Reichert e entrevistas complementares e vídeos por Paula da Luz. A conclusão do trabalho, segundo Cobalchini, se estendeu mais do que o previsto em função da pandemia e da complexidade do levantamento de dados e informações.
Proximidade afetiva com o bairro
Nascido em Canoas, e com uma história familiar de forte ligação com o bairro Rio Branco, em seu primeiro livro, o autor Felipe Cogo trouxe importante solidez para o projeto, conforme diz Cobalchini: “Ele conhecia muitas histórias, viveu no bairro, já tinha muitas informações, foi um trabalho difícil, mas gratificante.”
Cogo conta que o bairro tem grande representatividade para ele e sua família. “A família da minha mãe é de Canoas, ela nasceu em casa no bairro Rio Branco. A família do meu pai é de Santiago, e quando chegou o momento dele servir na aeronáutica, optou por Canoas. Sou fruto de um cara da fronteira com uma moça de família canoense”, explica. “Quando quis ter minha família e minha casa, também escolhi o bairro Rio Branco. Minha filha nasceu quando morávamos no bairro. Tudo vivi no bairro.”
Bastidores da produção
No período pandêmico a equipe se adaptou, enfrentando obstáculos logísticos e de segurança para capturar as histórias diversas dos moradores do Rio Branco. Mais de 70% das entrevistas foram realizadas pessoalmente. Cogo destaca que a escolha dos entrevistados seguiu critérios que abrangeram diversas faixas etárias e a participação ativa na comunidade. Moradores, comerciantes e membros da Associação dos Moradores foram selecionados para oferecer uma visão abrangente do passado, presente e futuro do bairro. “Priorizamos entrevistar pessoas que, além de morar, também trabalham no bairro. Conseguimos ter essa visão de quem acaba vivendo 24 horas no bairro, porque mora ou trabalha próximo ao Rio Branco”, detalha. “Trazemos as pessoas mais velhas com histórias da época que o Rio Branco ainda era um bairro rural, com plantações e povoados. Elas trouxeram lembranças afetivas, como do antigo frigorífico que funciona há muitos anos, de quando o gado vinha de trem, e eles tinham que desembarcar e tocar os bois como se fossem boiadeiros. Selecionamos pessoas que trouxeram esse passado, o presente, e naturalmente que também representassem o futuro.”
Riqueza de detalhes
Das muitas entrevistas, Cogo destaca dois personagens: Priscila Fernandes, professora na Escola Monteiro Lobato, e Darci Cobalchini, fundador da Cofercan. “Seu Darci quando veio do interior para Canoas, acabou se empregando e desenvolvendo a vida dele aqui. Foi motorista de ônibus e enxergou a oportunidade de criar um negócio que hoje gera muitos empregos”, pontua. “E a Priscila, a família dela é antiga moradora do bairro, o nome da rua em que mora é de um familiar, e nunca quis sair do Rio Branco.”
Além de preservar as memórias do Rio Branco, o livro tem um impacto direto na comunidade. A Cofercan entregou para a Associação de Moradores a doação de livros, que poderão ser vendidos e o lucro totalmente revertido para os projetos locais da entidade, como no auxílio às aulas de judô e reforço escolar. Para quem quiser contribuir também com a Associação, o livro pode ser adquirido na própria sede pelo valor de R$ 30.
Olhar para o futuro
Também faz parte das iniciativas referentes ao projeto a doação de obras para escolas do município e a biblioteca, proporcionando mais visibilidade para que as novas gerações conheçam o passado e a evolução do Rio Branco, além de perpetuar a história do bairro e de seus personagens. “A expectativa é que o livro entre em todas as escolas, e que os alunos possam comentar com seus pais as histórias, e tem a nova geração, que nasceu no bairro, que trabalha e estuda no bairro, e que talvez tivesse uma carência de conhecer os seus antepassados, quem teve por aqui, quem passou pelo bairro e fez a sua história”, afirma Cobalchini.
Cogo expressa sua esperança de que o livro não apenas documente o passado, mas também inspire futuras gerações a contribuir para o desenvolvimento do bairro, e destaca a importância de replicar essa iniciativa em outros bairros, criando uma rede de registros históricos que destaquem a singularidade de cada comunidade. A obra ainda terá outros projetos derivados como um documentário sobre toda a construção da trajetória.
Ficha técnica:
Texto: Felipe Cogo
Pesquisa e revisão: Ines Carolina Reichert
Assistência de pesquisa: Bruno Eduardo da Silva
Planejamento cultural, coordenação editorial e edição: Camila Borniger e Daniel Henz (Simples Assim)
Edição: Raíssa Gabriela Morés
Entrevistas complementares e vídeos: Paula da Luz (CM3.com)
Projeto gráfico e diagramação: Denis Neves (CM3.com)
Revisão de textos: Ananda Feix
Fotos: Gustavo Garbino, Marcos Quintana e Paula da Luz (CM3. com)
O projeto do livro tem patrocínio da Cofercan Soluções em Aço, Lei de Incentivo à Cultura, com realização do Simples Assim, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Saiba mais:
@cofercan
@nossobairronossahistoria | nossobairronossahistoria.com.br