Em 3 de dezembro de 1998, a Comusa – Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo deu início às operações no Município. Essa conquista foi o resultado de quase uma década de luta por parte de toda a comunidade hamburguense que sofria com recorrentes desabastecimentos e uma infraestrutura precária de tratamento e distribuição de água.
A campanha “A água é nossa” culminou na municipalização da autarquia que, hoje, 26 anos depois, continua investindo na comunidade para, cada vez mais, melhorar e ampliar os serviços oferecidos em toda a cidade.
O vice-prefeito e diretor-geral da Comusa, Márcio Lüders, explica que esse modelo garantiu que Novo Hamburgo pudesse ser atendida diretamente e que segue a tendência mundial dos países mais desenvolvidos. “Essa foi a maior luta que nossa comunidade se uniu para conquistar. Com a Comusa, tudo que é arrecadado mensalmente retorna para os moradores em investimentos nas redes, na modernização do tratamento e, agora também, no tratamento de esgoto, não vira lucro para acionistas de outros países”, aponta.
“E isso é um movimento mundial. EUA, Alemanha e Reino Unido voltaram atrás nas privatizações e reestatizaram seus serviços por entenderem a importância estratégica de serem donos desses sistemas. Novo Hamburgo já entendeu isso desde 1998 e viu a diferença ao longo dessas quase três décadas”, destaca Márcio.
Com previsão de fechar 2024 com quase R$ 40 milhões de superávit e com a maior obra de saneamento da América Latina em execução, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Luiz Rau, ele acredita que a cidade deve alcançar ainda nos próximos anos o tratamento de esgoto universalizado e ampliar o tratamento e distribuição de água em pelo menos 25%.
“Desde que assumimos a gestão, em 2017, nosso objetivo era enxugar os gastos da máquina pública e ampliar os investimentos, ainda enfrentando uma dívida histórica com a Corsan de 200 milhões. Não só conseguimos atingir todos esses objetivos, como ainda superamos a troca de 50% de todas as redes antigas de ferro e fibrocimento, retomamos obras que estavam abandonadas, como a própria ETE Luiz Rau, superamos uma pandemia, a pior seca e a maior cheia da nossa história sem grandes prejuízos, e vamos entregar recursos para garantir que essas obras não parem nos próximos anos”, afirma.
A maior obra da América Latina
Enquanto trabalha para alcançar o Marco Regulatório do Saneamento, em 2033, a Comusa já deu o primeiro passo: a construção da ETE Luiz Rau que é, hoje, a maior obra de saneamento em execução na América. O projeto de mais de R$ 70 milhões vai tratar 50% do esgoto da cidade apenas em sua primeira etapa e mais de 90% quando finalizar as demais partes. “Já universalizamos a distribuição de água, mas o esgoto é um desafio que tivemos que assumir nesses últimos anos. Com essa ETE e com os recursos já conquistados no Novo PAC para a ETE do Arroio Pampa, poderemos, também, garantir tratamento de esgoto para toda Novo Hamburgo.
Mudanças climáticas preocupam
Para Márcio, as mudanças recentes no clima, que causaram a pior seca e a maior enchente da história da Comusa, precisam ser enfrentadas também pela autarquia. “Em 2019, demos início a essa luta por reservação de água na Bacia do Sinos. Essa é uma medida que vai nos ajudar a garantir o abastecimento durante a seca e controlar o fluxo de água em épocas de cheia. A mobilização foi ouvida pelo governo do Estado que, por pressão dessa iniciativa que começamos na Comusa, deve apresentar um estudo da Bacia e atuar para trabalharmos nessa questão em que já estamos atrasados”, alerta. “A situação climática vai piorar e precisamos estar preparados.”
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