Circula pelas redes sociais um vídeo afirmando que Israel enviou 40 aeronaves para auxiliar nos resgates às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul (RS). É falso.
Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“40 aeronaves de Israel chega no Rio Grande do Sul”
– Falso.
Não há registro de nenhuma notícia sobre Israel ter enviado 40 aeronaves para auxiliar no resgate às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Além disso, o vídeo usa imagens genéricas — o primeiro trecho, por exemplo, circula na internet desde setembro de 202, e um áudio antigo e manipulado sobre a operação de ajuda feita pelos israelenses em 2019, no resgate às vítimas do desastre de Brumadinho (MG).
Na versão editada do áudio, é cortado um trecho em que a narradora cita a cidade de Brumadinho — onde de fato ocorreu a operação de apoio de Israel. É possível confirmar isso ao verificar a reportagem original, publicada no Facebook em 28 de janeiro de 2019, pela página Super Canal.
No conteúdo original, a fala da narradora é a seguinte: “Um grupo de cerca de 130 militares, médicos, engenheiros, bombeiros e técnicos de Israel começou a trabalhar nas primeiras horas desta segunda-feira nas operações de resgate na região de Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte (MG). Os israelenses trouxeram equipamentos modernos para rastreamento, com capacidade de captação de imagens e detectores de vozes e ecos”.
Além disso, a Embaixada de Israel não publicou nenhum comunicado informando sobre a suposta ajuda ao RS em seu site oficial ou em suas redes sociais.
Em nota à Lupa, a Secretaria de Comunicação de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) informou que o conteúdo é falso e que “oficialmente não há registro de nenhuma manifestação de Israel junto ao governo brasileiro nesse sentido”. O Ministerio das Relacoes Exteriores também não divulgou qualquer apoio de Israel ao Rio Grande do Sul em seus canais oficiais nem nas redes sociais — a Lupa questionou o Itamaraty sobre o tema, mas não teve resposta até a publicação desta verificação.
Este conteúdo também foi verificado pelo Estadão Verifica.
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